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02/01/2023

Monumento da Águia completa 90 anos


O Monumento da Água, depois de 40 anos, foi trazido do Porto das Barcas para este novo local no ano de 1973. Em seu lugar foi construído a Ponte Simplício Dias

É impossível passamos por ela e não nos damos conta da sua beleza, mas quase ninguém se dá conta da sua importância histórica para a cidade. Esse monumento, diferente de outros tem um simbolismo especial, pois marcam três épocas de transformações e desenvolvimento urbano e social.

Ele foi confeccionado pelos mecânicos parnaibanos em 1933, em homenagem ao ex-prefeito Ademar Neves, “O Remodelador da Cidade” e está localizado atualmente num dos pontos de maior movimento urbano da cidade, o famoso cruzamento das avenidas Governador Chagas Rodrigues com São Sebastião.


Monumento da Águia originalmente edificado na Avenida João Pessoa de frente para o Porto Salgado - O local hoje é ocupado pela Ponte Simplício Dias e rua leva o nome de Avenida Presidente Vargas

Mas nem sempre foi ali, o monumento era situado originalmente na Rua João Pessoa, que hoje é a Avenida Presidente Vargas, em homenagem a visita do presidente a Parnaíba e a rua onde ficou hospedado. A Águia ficava olhando para o Porto Salgado (Porto das Barcas), onde hoje existe a Ponte Simplício Dias. Ela estava lá, imponente como a espreitar as embarcações que chegavam e saíam. Foi transferido no início dos anos 70, época de transformações arquitetônicas da cidade e início da construção da Ponte pelo então Governador Alberto Silva que fez sua inauguração em 10 de março de 1975.


Em 2018, na gestão do prefeito Francisco de Assis de Moraes Sousa (Mão Santa) que tinha como uma de suas metas recuperar ou reconstruir os espaços públicos da cidade dando mais vida a cidade, o Monumento da Águia passou por uma profunda reforma e seu entorno foi transformado em praça recebendo uma excelente iluminação. Com a reforma o Monumento da Águia passou a ser um dos pontos mais visitados e fotografados de Parnaíba


Fonte: Jornal da Parnaíba/Por José Wilson

23/10/2022

Confira a história da ferrovia do Piauí, linha de ferro que levou quase 50 anos para ser construída

A Estrada Ferroviária Central do Piauí (EFCP) faz parte do inventário das Locomotivas a Vapor do Brasil. Além disso, ela influenciou diretamente o desenvolvimento social e econômico do norte do estado.

Linha ferroviária do Piauí — Foto: Reprodução/ TV Clube

Em comemoração ao Dia do Piauí, o programa Piauí de Riquezas deste sábado (22) preparou uma reportagem especial sobre a história da linha ferroviária do estado e os piauienses que viveram a percorrer e povoar o norte do estado por meio dos trilhos.

O início de tudo

Essa história começa em Parnaíba, a 346 km de Teresina, onde os primeiros trilhos foram instalados. Em 1916, no complexo do Porto das Barcas, foram inaugurados os primeiros 2 km de linha férrea.

"Os primeiros trechos de trilhos do Piauí foram construídos no porto das Barcas, antes conhecido como Porto Salgado. Esses trilhos chegaram aqui pelo mar e pelo rio. Quando instalados, tinham a extensão de 2 km e iam até o bairro Esplanada da Estação, onde ainda tem vestígios históricos do trem", explicou o historiador Mauro Júnior.

O primeiro trem, apelidado de Maria Fumaça, servia, principalmente, para escoar mercadorias terrestres de um ponto a outro. No mesmo ano, iniciou a construção de uma ponte metálica para os trilhos e o aumento de mais de 13 km de extensão da linha ferroviária, chegando até Amarração que, atualmente, é o município de Luís Correia.

Maria Fumaça — Foto: Reprodução/ TV Clube

Também no ano de 1916, outra grande obra foi erguida em Parnaíba: a primeira estação do Piauí, Floriópolis, com nome em homenagem a Flora Bacelar, esposa do engenheiro supervisor Miguel Bacelar, responsável pela estrutura.

O professor e historiador Hélcio Bacelar, sobrinho do engenheiro Miguel, contou que a paixão pelos trilhos encantou gerações da família. Ele e o pai também foram ferroviários.

"A ferrovia transportou riquezas, desde a matéria prima a ser processada pela indústria piauiense ou então ser enviada para o exterior, quanto transporte de pessoas. Então ela é importante porque ela faz parte da vida do norte do Piauí, ela traduz o progresso. Durante sete décadas, praticamente, esse foi o grande trabalho que a ferrovia prestou para o nosso estado", recordou.

A outra estação, Esplanada da Estação, foi construída em 1920. Ela preserva a maior parte do início da linha ferroviária do Piauí. Hoje em dia, funciona no local o museu do trem. Artigos como telefones das décadas em que a estrada de ferro esteve ativa, como o telégrafo, uniformes de funcionários, pregos da linha férrea, compõem o acervo.

Esplanada da Estação — Foto: Reprodução /TV Clube

"O museu é aberto de segunda a sexta das 8h às 12h. Esperamos por todos os piauienses que querem conhecer um pouco mais da história do seu estado. Este é um museu para enfatizar a identidade histórica, patrimonial, arquitetônica do nosso povo", afirmou José Maria, curador do museu.

Outras estações

Outra estação, a 35 km de Parnaíba, foi construída em 1922. Mais tarde, ela seria nomeada de Estação de Bom Princípio. Tudo na cidade, também chamada de Bom Princípio, tem uma forte relação com a estrada de ferro central. A praça central da cidade recebe o nome de Praça dos Ferroviários.

No tempo em que o trem funcionava a todo vapor, todos os funcionários que chegavam na estação vindo de Parnaíba se hospedavam em uma fazenda. Com o tempo, eles foram construindo casas, formando famílias e fundando o município, que hoje possui cerca de 5 mil habitantes.

Surgiu então uma profissão bastante comum na região, de ferroviário. Esse oficio era repassado de gerações em gerações, como conta o aposentado Geraldo Alves.

"Eu comecei na estrada de ferro arranjado pelo meu pai. Praticamente a minha família toda é ferroviária; pai, tio, primo e cunhado. Pra mim foi uma coisa muito importante na minha vida, criei minha família todinha através disso, eduquei minha filhas e agradeço tudo que eu tenho hoje à ferrovia" , relatou.

Outra estação ao norte do estado é a de Cocal, erguida em 1923. Segundo o historiador João de Passos, as primeiras casas da região surgiram a partir da construção desta estação ferroviária.

"A princípio, as estações eram construídas em comunidades, mas, nesta localidade em específico, não haviam moradores. Havia um tráfego muito grande de comboieiros vindo do Ceará e que se deslocavam com seus produtos oriundos da Serra da Ibiapaba, rapadura, a própria cachaça, frutas e verduras. Então notou-se a necessidade da construção dessa necessidade para absorver esse potencial dos trens vindo do Ceará. A estação de cocal se tornou o coração e o grande atrativo da cidade de Cocal", afirmou.

O prédio onde antes funcionava a estação ferroviária de Cocal agora é um museu que preserva a história da cidade.

Conclusão da ferrovia

Os trilhos da estrada de ferro levaram quase 50 anos para serem construídos, entre Parnaíba e Teresina. Com a construção da Ponte Metálica João Luiz Ferreira, a linha ferroviária já se ligava com a capital do Maranhão, São Luís.

"Da construção de uma estação ferroviária a outra, se passavam 10, 15, 20 anos. Esse recorte temporal foi o seguinte: estação de Parnaíba (1920), estação de Cocal e Piripiri (1923), estação de Piracuruca (1937), Campo Maior (1947) e Altos (década de 1950). Somente em 1969 que o trecho ferroviário interligando Parnaíba e Teresina foi inaugurado", contou a historiadora Lêda Rodrigues.

A primeira estação ferroviária de Teresina deu lugar ao que hoje é o Complexo Cultural Parque da Cidadania.

Fonte: G1 PI

18/01/2022

Notável jurista Evandro Lins e Silva, orgulho do Piauí, faria hoje 110 anos


Um dos maiores piauienses de todas as épocas, o notável jurista Evandro Lins e Silva (Evandro Cavalcanti Lins e Silva), faria nesta data 110 anos de idade, nascido em Parnaíba (PI) em 18 de janeiro de 1912. Evandro foi Procurador Geral da República, de setembro de 1961 a janeiro de 1963. Erafilho de Raul Lins e Silva e Maria do Carmo Cavalcanti Lins e Silva. Seu pai também foi da cerreira jurídica, sendo juiz no Estado do maranhão.

Imagem: Acervo/O Globo

Chefe do Gabinete Civil da Presidência da República, de janeiro a junho de 1963 e foi Ministro das Relações Exteriores do Brasil, de junho a setembro de 1963. Coroando sua carreira jurídica, foi Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) com exercício de setembro de 1963 a janeiro de 1969, quando foi aposentado, com base no Ato Institucional nº 5, de 13 de dezembro de 1968, punido pela Ditadura, juntamente com os ministros Vítor Nunes Leal e Hermes Lima.

Autor de numerosos trabalhos de Direito Penal e Processual Penal, entre outros sobre Legítima Defesa, Culpa Penal, Crimes Políticos, A Liberdade Provisória no Processo Penal, Pena de Morte, Privatização das prisões, etc., publicados em revistas técnicas, jornais e memoriais, além de pareceres e inúmeros arrazoados forenses, Evandro Lins e Silva também dedicou-se à vida acadêmica, Lecionando Direito Penal na CEUB, de Brasília, no ano de 1968.

Foi Membro do Conselho da Ordem dos Advogados do Brasil em vários períodos, entre 1944 e 1961, e, e após a aposentadoria, de 1983 a 1995.

Faleceu no Rio de Janeiro (RJ) em 17 de dezembro de 2002, aos 90 anos, Filho de Raul Lins e Sílvia e Maria do Carmo Cavalcanti Lins e Silva, foi casado com Maria Luísa Konder, falecida em 1984, casamento que redundou em quatro filhos, onze netos e dois bisnetos.

Fonte: Blog do B.Silva

10/02/2021

O FUNDADOR DA ACADEMIA PARNAIBANA DE LETRAS

JOSÉ PINHEIRO DE CARVALHO Jornalista, publicitário, político e poeta

FAMILIA
Nasceu em Parnaíba, Piauí em 04.07.1932
Faleceu no Rio de Janeiro, RJ em 28.03.1986
Filho de Luiz Nelson de Carvalho e Cecilia Pinheiro de Carvalho
Casou-se dia 20 de janeiro de 1959, em Parnaíba - PI, com Ciléia Marny Pinheiro de Carvalho, filha do Carlos Furtado Carvalho e Maria de Lurdes Melo de Carvalho.
Foram residir na cidade do Rio de Janeiro e lá tiveram 6 (seis) filhos: Grace (falecida), Diana, Mônica, José Filho (Zezo), Lorena e Denise e atualmente 7 (sete) netos: Priscilla, Victor, Igor, Gabriel, Ludmilla Davi e Maria Eduarda.

Atualmente a família reside nas cidades de Fortaleza- CE, Teresina-PI e Lisboa-Portugal.

PROFISSIONAL
José Pinheiro iniciou suas atividades profissionais em março de 1953 no Rio de Janeiro no Jornal Tribuna da Imprensa, de propriedade do Carlos Lacerda.

Com muita energia também migrou, em 1955, para atividades no setor imobiliário, onde tinha um espaço no Suplemento do Piauí – Tribuna da Imprensa, Correio da Manhã - ofertas imobiliárias e Shopping News.

Com um imenso carinho pelo Estado do Piauí, sua terra natal, sempre buscou realizar atividades e ações que pudessem divulgar o seu Estado. Com a “Operação Piauí" 1955/1956, levou ao Piauí vários jornalistas do Sul e Sudeste em um avião da FAB mostrando as riquezas e o potencial do Estado, de Gilbués ao litoral piauiense.

Participou do Cruzeiro Musical 1958 na TV RIO e TV PAULISTA -RECORD. Foi entrevistado por Cesar Ladeira nesse programa, onde ele denominou-o de “O MOÇO DO PIAUI” programa que repercutiu em toda imprensa, onde a denominação perdurou por toda a sua vida.

Em 5 de Janeiro de 1959 foi realizada uma homenagem pelos trabalhos prestados ao Estado, pela Associação Parnaibana de Imprensa – API, e no dia 8 de janeiro do mesmo ano uma homenagem no Cassino 24 de Janeiro.

Idealizador e organizador da Exposição de motivos piauienses no Jornal Correio da Manhã com apoio da FIEPI e colaboração do Centro Piauiense no dia 18 de maio ao dia 18 de junho.

Inovou e buscou uma forma de divulgar seu Estado em todo Brasil, e foi produtor do filme Guru das Sete Cidades, no ano de 1972, onde o filme foi filmado buscando divulgar as belezas, dos cenários e pontos turísticos do nosso Estado. Inquieto em realizar ações para as comunidades carentes, foi Fundador do Lions Club Atalaia, Parnaíba – PI, que até o momento continua em plena atividade.

Continuou suas ações empreendedoras e foi idealizador e fundador da APAL – Academia Parnaibana de Letras, Parnaíba – PI, fundada em 28 de julho de 1983.

Zé Pinheiro, o "Moço do Piauí", reuniu intelectuais da cidade, em sua residência na BR 343 - Baixa da Carnaúba (onde anos depois funcionou a Academia de Polícia).

Sentados:José Pinheiro de Carvalho, Maria da Penha e Alcenor Candeira
Em pé: Fonseca Mendes, Fontes Ibiapina e Anchieta Mendes

A foto histórica faz parte deste grande momento para a sociedade parnaibana; dentre os intelectuais fundadores presentes à essa reunião, encontravam-se o professor e advogado Alcenor Candeira Filho, os juízes João Nonon de Moura Fontes Ibiapina (escritor romancista), José de Anchieta Mendes de Oliveira (professor universitário, jornalista, cronista, poeta e musico) e a professora Maria da Penha Fonte e Silva (historiadora e cronista) e o jornalista e poeta Raimundo Fonseca Mendes.

No período 01.02.83 a 31.12.88, Portaria 215 PMP, tornou-se Vice-prefeito de Parnaíba na Gestão Dr. João Silva onde desenvolveu vários trabalhos sociais; Corrida das fogueiras, SOS populações ribeirinhas bem como Bazar para população em condição de pobreza, e assistência com ajuda de profissionais de saúde e mantimentos e vestuários.

Zé Pinheiro, O MOÇO DO PIAUI, homem de bem, com espírito inquieto e sobretudo humilde, deixou um legado de amor ao seu Estado, de paixão pela sua cidade Natal, onde o empreendedorismo social e cultural foram sua marca, onde os filhos desta terra, os cidadãos parnaibanos, e suas futuras gerações podem orgulhar-se do legado que o mesmo deixou.

Por: Adm. Mônica P. Carvalho

20/11/2020

Estação Ferroviária de Parnaíba completa um século


O dia 19 de novembro de 1920 ficou marcado na história de Parnaíba. Quando o agente José Chicó deu a partida, o maquinista Acelino vibrou lá da cabine. Parnaibanos e visitantes acenavam na plataforma: estava inaugurada oficialmente a Estação Ferroviária de Parnaíba.

Por quase oito décadas ela foi o ponto de partida e de chegada da “Louca que motiva”. A ferrovia contribuiu para a pujança socioeconômica do litoral piauiense, além de favorecer a comunicação e o intercâmbio entre as populações por onde a poderosa máquina e seus vagões passavam, em garbosos trejeitos, por trilhos em ferro maciço, que resistem às intempéries climáticas e o tempo, persistindo à espera do Trem.

Hoje, batizada de “Locomotiva Maria Christina", abriga uma biblioteca montada pelo Sesc que se prepara para retomar a circulação pelo trajeto das suas viagens iniciais. Logo em breve os anos de ouro estarão de volta a Parnaíba!

Helcio Carvalho Mesquita de Araújo – Historiador
Lourdinha Gomes Lima – Fecomércio

21/07/2020

Os três degraus. Obra mostra a história de Parnaíba nos primeiros anos do século XX

Igreja de São Sebastião foto dos anos 40

Baú das Recordações: Uma cidade em movimento, com seu porto, suas embarcações, os grandes comerciantes, as fortunas com a cera de carnaúba, a estrada de ferro, a guerra, o povo pobre das regiões mais afastadas, a busca por emprego nos primeiros anos do século XX e muito mais emoção contadas na série de contos intitulada Os Três Degraus, do jornalista Antônio de Pádua Marques e que já se encontra no meio do processo editorial para ser lançado no ano de 2021.

Navegação no Rio Igaraçu na primeira metade do século XX

Segundo Pádua Marques, a inspiração para este trabalho veio de uma sugestão, um pedido da professora Heidi Kanitz, atualmente terminando o doutorado em turismo na Universidade de Coimbra, Portugal, que tendo a carnaúba como elemento de seu trabalho de tese, pediu ao jornalista e escritor um conto sobre esta variedade de palmeira abundante nesta região. Feitos os dois primeiros contos logo veio a inspiração para os até agora trinta e seis que completam a obra.

Praça da Graça era dividida ao meio por uma rua de duas vias formando a Praça da Graça e Largo do Rosário 

O título do livro é o mesmo de um dos contos e mostra o universo de esperança de três rapazes, José Justino, Moisés e Aurélio, vindos de Brejo dos Anapurus, no Maranhão, tentar a vida em Parnaíba no início dos anos de 1940 tendo como cenário a construção da igreja de São Sebastião, as fábricas de sabão, beneficiamento de óleo e o comércio varejista. Serão amparados por uma conhecida que lhes dará abrigo e vai à procura de emprego pra os três.

Coreto no centro da Praça da Graça e antigo prédio do Banco do Brasil ao fundo.

“Foi um trabalho que me deu muito prazer, este de remexer e de certa forma dar movimento ao passado. A gente vai criando personagens comuns, mas ao mesmo tempo importantes pra narrativa, um jeito novo”, disse. Pádua Marques criou este modelo de dar protagonismo, voz e movimento ao homem comum deixando os chamados medalhões, os ricos, tão assediados pelos historiadores, de fora. E assim foi sendo montada a obra.


Praça da Graça com o coreto rodeado de palmeira imperial. Percebe-se o Marco Zero próximo ao coreto. A praça era divida ao meio por uma rua de duas vias onde onde eram realizados os desfiles cívicos e desfiles de carnaval.


Rua João Pessoa, atualmente presidente Avenida Getúlio Vargas no início do século XX. Note a Casa Inglesa a direita

Fonte: O Piaguí Online | Edição: Jornal da Parnaíba

06/01/2020

Nova Parnaíba: o bairro dos artistas da cidade de Parnaíba-PI


Na cidade de Parnaíba localizada no norte do Piauí, possui cerca de 46 bairros, dentre esses, um específico chama atenção por ser conhecido como “Bairro dos Artistas”, devido no mesmo ter grande concentração de personalidades como vereadores, prefeitos, deputados, empresários, entre outros que foram importantes e que passaram por lá.

Parte da visão aérea da cidade de Parnaíba com destaque para o Bairro Nova Parnaíba. Fonte: Google Maps

Parnaíba também acompanhou o movimento que se desenvolvia pelo país. Foi durante o governo de Cel. Constantino de Moraes Correia que a cidade sofreu diversas mudanças, passando por um período de urbanização, com a criação de jardins em praças, reforma na iluminação pública, calçamento, etc. O bairro Nova Parnaíba, inicialmente “Cidade Nova” e “Caatinga de cima”, também recebeu modificações em suas estruturas, tendo suas ruas projetadas a fim de que se estabelecesse um melhor acesso dos automóveis, bem como a circulação de pessoas, além do oferecimento de limpeza pública e doação de terrenos por parte da prefeitura.

Avenida Coronel Lucas Correia e a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, datada de 1966. Fonte: Google Earth

O bairro Nova Parnaíba, passou a ser visto como bairro com domínio de relação de tempo e espaço, onde a sociedade deseja morar ou deslocar saindo de sua casa para ter uma relação de amizade com os vizinhos do local onde mora, no qual o mesmo é considerado como pedaço da cidade sendo ele privado ou público. Segundo o autor Pierre Mayol:

Uma porta de entrada e de saída entre espaços qualificados e o espaço quantificado, o bairro surge como domínio onde a relação espaço/tempo é mais favorável para um usuário que deseja deslocar-se por ele a pé saindo de sua casa. Por conseguinte, é o pedaço de cidade atravessando por um limite distinguindo o espaço privado do espaço público, ou seja, e o que resulta de uma caminhada, da sucessão de passos numa calçada, pouco a pouco significada pelo seu vínculo orgânico com a residência (MAYOL, 2003, p. 41).

O bairro Nova Parnaíba, antiga caatinga foi fundado em 1913 no período em que a cidade estava crescendo economicamente e a vinda de comerciantes de outras cidades fez com que o bairro caatinga (atual Nova Parnaíba) fosse criado no mandato de cel. Constantino de Moraes Correia no período do seu intendente municipal de 1913 a 1916, onde ele buscava dar formas para os quarteirões. Portanto:

O bairro nova Parnaíba – antiga caatinga coube ao cel. Constantino de Moraes correia, intendente municipal no quatriênio 1913-1916 , a denominação de bairro nova Parnaíba e o seu traçado, dando forma retangular aos quarteirões, conforme planta de 1913, pertencente ao arquivo do Dr. Lauro Andrade Correia (PASSOS, 1982, p. 39).

Durante o governo de Cel. Constantino de Moraes Correia, planejou-se o “Nova Parnaíba”, o qual também recebera a denominação de “Cidade Nova”, objetivando regimentar as novas construções.

Cel. Constantino de Moraes Correia
No período de modernização a cidade Parnaíba, como qualquer outra cidade no Brasil, recebeu um tratamento urbano, passou por modificações em sua estrutura acompanhando o desenvolvimento comercial que causava, sendo assim, passou a ter novas áreas que foram ampliadas buscando acentuar um tom de moderno, valorizando os bairros da cidade:

A cidade recebeu tratamento urbano, novas áreas de sociabilidades, além de transportes modernos, sendo tudo isso valorizado no discurso oficial[…]Desse modo alguns símbolos da modernidade foram sendo incorporados ao cotidiano da cidade e de seus habitantes. Mas existia “outra cidade” menos presente no discurso oficial onde faltava água tratada e canalizada, “oficial”, com animais domésticos criados à solta (NASCIMENTO, 2002, p. 19).

Dessa forma, observou-se a mudança da paisagem local em decorrência das diversas transformações urbanas ocorridas com a modernização, como por exemplo a construção de jardins e praças, calçamento e arborização das ruas, a limpeza pública passou a compreender as áreas mais afastadas do Centro, bem como a inauguração de mercados e a reforma da rede elétrica da cidade (MELO, 2012, p. 52).

Nesse contexto, o bairro Nova Parnaíba é considerado um bairro diferenciado por parte de alguns pesquisadores, pois alguns estudiosos relatam que ele é um dos mais preferidos da cidade, pelo fato de apresentar um clima diferente comparado aos demais bairros.

Segundo relata Passos (1982) “A nova Parnaíba é uma das zonas preferidas da cidade pela sua altitude, pelo seu clima ameno e pelas suas ruas e avenidas largas, arborizadas e bem delineadas”. Nova Parnaíba por ter suas ruas e avenidas largas, chama a atenção das pessoas que passaram por lá, pela forma retangular de cem metros em quadro do bairro, até mesmo pelas ruas medirem 20 metros, e as avenidas 30 metros, proporcionando um maior espaço para se locomover e assim uma maior comodidade para o convívio social entre os indivíduos que compartilham desse bairro.

As ruas largas são uma característica do Bairro Nova Parnaíba. Fonte: Google Earth

O levantamento da planta da chamada Cidade Nova ou Bairro Nova Parnaíba, cujos quarteirões propostos tinham forma retangular, dimensão de cem metros em quadro, ruas alargadas para 20m e avenidas para 30m, e ainda, propunha a regulamentação das construções, com alguns prédios demolidos e substituídos por novas edificações (MELO, 2012).

O bairro Nova Parnaíba quando começou a se desenvolver teve a implantação de uma escola em 11 de julho de 1927, a Escola Normal Doutor Francisco Correia, popularmente conhecida como escola normal. No início funcionava somente oferecendo um ensino para mulheres que desejavam lecionar. No bairro, também se encontra o palácio episcopal. Segundo Passos (1982), “Encontramos ainda no bairro, o palácio Episcopal, a escola normal “Dr. Francisco Correia”, fundada em 11 de julho de 1927”.

Escola Normal Francisco Correia, na Avenida das Normalistas. Fonte: Google Earth
Registro histórico da Escola Normal Francisco Correia
Fonte: https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?id=449078&view=detalhes

A cidade não conta o seu passado, ela o contém como as linhas da mão, escrito nos ângulos das ruas, nas grades das janelas, nos corrimãos das escadas, nas antenas dos pára-raios, nos mastros das bandeiras, cada segmento riscado por arranhões, serradelas, entalhes, esfoladuras (CALVINO, 1947).

O bairro tem seus significados, suas formas, dependendo dos olhares que percorrem as ruas como se fossem páginas escritas nas quais cada uma tem seus conceitos, suas histórias, seu processo de modernização, ou seja, o bairro constitui, assim como os outros, a história da cidade, seus pensamentos e o modo de se expressar. Desse modo percebemos pela constituição urbana de cada bairro as mudanças que foram compondo tanto a história individual quanto coletiva da população parnaibana.

Vista aérea de parte das ruas e avenidas do Bairro Nova Parbaíba. Fonte: Google Earth

[…] cultura arquitetônica própria de uma classe burguesa que dava primazia ao conforto, amava o progresso (especialmente quando melhorava suas condições de vida), amava as novidades, mas rebaixava a produção arquitetônica ao nível da moda e do gosto (PATETA, 2012).

Na arquitetura das casas, a cidade recebeu influências especialmente advindas da Europa, fator que marcou no decorrer do tempo as estruturas das casas, dos prédios, etc. observáveis à medida que se percorre as ruas e avenidas parnaibanas, possibilitando a visualização de décadas nas fachadas das casas.

Foi durante o início do século XX que o Ecletismo ganhou ênfase, principalmente em cidades em grande desenvolvimento, como Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Belém e Parnaíba. O período denominado Belle Époque notabilizou o Ecletismo, haja vista a abrangente difusão do que se considerava ser intelectual, proeminente, bem como novos modos de pensar e viver.

Em qualquer cidade existe um espaço reservado ao lazer responsável por atrair um número significativo de pessoas para passear, descontrair. Em Parnaíba o centro da cidade é um deles, justificado pelo fato de ter uma grande quantidade de casas comerciais e residenciais próximos uns dos outros. Essas casas constituíam a classe alta da sociedade parnaibana, representavam o prestígio da elite, ou até mesmo o estabelecimento de compromissos políticos e comerciais.

Em termos gerais, o conjunto de diferentes usos da terra justapostos entre si. Tais usos definem áreas, como: o centro da cidade, local de concentração de atividades comerciais, de serviço e de gestão; áreas industriais e áreas residenciais, distintas em termos de forma e conteúdo social; áreas de lazer; e, entre outras, aquelas de reserva para futura expansão. Este conjunto de usos da terra é a organização espacial da cidade ou simplesmente o espaço urbano fragmentado (CORREA, 1989).

Com o processo de modernização que aconteceu no início do século XX, não somente as ruas da cidade passaram pelo embelezamento, as residências tiveram sua arquitetura mudada, onde que a mesma é vista como sentido positivo, pois é visto como uma criação inseparável da vida da sociedade que nela habita. Com a proximidade com os centros econômicos brasileiros e o crescimento da economia parnaibana houve exigências ao consumo da sociedade, tornando-os mais exigentes e sofisticados como as louçarias, o mobiliário, etc.

A arquitetura das casas na cidade contribuiu para a exposição da riqueza, promovido pelo desenvolvimento econômico que originou as mudanças na paisagem urbana parnaibana salientando os novos modos de ser da elite, na tentativa de evidenciar a ideia de movimento, modernização e requinte.

03/08/2019

A história do Ginásio Parnahybano

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Fotografia do Ginásio Parnaibano nos primeiros anos após a sua fundação, ocorrida em 1927. Imagem: Wikipedia

No ano de 1926, na cidade de Parnaíba, em sua antiga rua Grande, hoje Av. Presidente Getúlio Vargas, foi inaugurado o Grupo Escolar Miranda Osório, que se propunha a ser uma unidade educacional de referência para a cidade. 

O empreendimento se materializou com os recursos da sociedade parnaibana, especialmente a classe empresarial, preocupada com a formação da sua juventude. À época do governo do Sr. Leônidas Melo, para atender a demanda existente, tal unidade educacional, pela excelência no ensino, foi transformada em escola de 2º grau, considerando que na cidade existia apenas o curso de contabilidade, também patrocinado pela classe empresarial através do Colégio União Caxeiral, construído para esse fim. 

Na gestão do governador Helvídio Nunes inaugurou-se em Parnaíba o moderno Colégio Lima Rabelo, na Av. Coronel Lucas, que passou a sediar o curso científico e outros cursos de 2º grau adotados pela reforma do ensino. Com a inauguração desta nova unidade de ensino, o Grupo Escolar Miranda Osório, já estando bastante deteriorado àquele momento, terminou por ser fechado por vários anos. 

Prédio Miranda Osório - Faculdade de Direito da UESPI / Parnaíba - Pi

Não obstante ter sido reaberto para sediar diversas outras atividades, só veio a adquirir nova finalidade quando – no Governo Mão Santa – passou por reforma superficial para sediar provisoriamente a Faculdade de Direito da Universidade Estadual do Estado do Piauí, o que durou apenas até que se providenciasse um prédio com melhores condições. Desde então, decorridos mais de 10 (dez) anos, este prédio histórico encontrava-se totalmente abandonado, com sua estrutura ameaçando desmoronamento iminente, o que causava grandes prejuízos a arquitetura, urbanização e memória da cidade, além da indignação dos locais com o descaso do poder público para com um monumento arquitetônico de tal magnitude. Diante de tais fatos, os comerciantes foram procurados pela população para que adotassem alguma providência no sentido de restaurar o prédio e lhe dar uma destinação social útil e relevante. Foi então que a FECOMÉRCIO diligenciou no Cartório de Registro de Imóveis de Parnaíba, no sentido de descobrir 

Imagem do prédio antes de passar pela restauração da Fecomércio/Imagem: Web

a titularidade do bem; ocasião em que fora informada da inexistência de matrícula atrelada ao imóvel. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Piauí – FECOMÉRCIO, além de representar os interesses dos empresários do setor do comércio, bens, serviços e turismo, também possui dois braços sociais dedicados a prestar serviços à sociedade, o SESC, com 23 milhões de atendimentos por ano, e o SENAC, com 75 mil matrículas por ano; por esta razão e tendo em vista permissivo da municipalidade – substancialmente beneficiada – as três entidades firmaram Convênio para Cessão de Uso e Reforma do prédio da escola “Miranda Osório”. Se faz importante, neste ponto, que se remeta a ofício do Ilmo. Prefeito Municipal para o Superintendente Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN (Ofício nº 149/2018/GAB), onde resta claro que não se iria utilizar do Projeto do PAC Cidades Históricas para restaurar o imóvel em discussão (casarão da então Faculdade de Direito da UESPI, antiga sede do Ginásio Parnahybano). 

Presidente da Fecomercio, Valdeci Cavalcante (Jorge Bastos)

Com isso, a FECOMÉRCIO requisitou Parecer Técnico (nº 4) ao IPHAN, donde se extrai a identificação e caracterização do bem dispondo-se de todas as intervenções necessárias no sentido de restaurar o imóvel mantendo-se as características originais que o situam como construção histórica a ser preservada. Daí se expediu o Termo de Compromisso nº 1/2018 em que a FECOMÉRCIO, então compromissária, assumiu a responsabilidade integral pela execução das obras em conformidade com os projetos aprovados pelo órgão em até 60 (sessenta) dias, a contar da assinatura do documento. Ressalte-se que a obrigação assumida impunha inúmeras condições e sujeitava o compromissário a penalidades por descumprimento, o que não se mostrou necessário tendo em vista a diligência e esmero empregados na consecução da obra. 

Resultado de imagem para Valdeci Cavalcante consegue o predio da escola Miranda Osório
Imagem da maquete de como vai ficar o prédio da escola militar

Hoje, o Sistema FECOMÉRCIO - SESC - SENAC, anunciam com orgulho que a sociedade piauiense poderá, a partir do dia 14 de agosto de 2019, valer-se de ensino da mais alta qualidade oferecido pela Escola Militar do SESC, a ser inaugurada na data retromencionada com a presença ilustre dos Exmos. Senhores Jair Messias Bolsonaro, Presidente da República Federativa do Brasil e Francisco de Assis Morais Sousa, Prefeito de Parnaíba.



Da redação do Portal PHB em Nota, com informações do Sesc Parnaíba

16/11/2018

Museu Náutico de Parnaíba

O Museu Náutico [de Parnaíba], localizado no Complexo Turístico Porto das Barcas, surgiu em 1987 e foi o primeiro museu a ser criado na cidade de Parnaíba.


A repartição dispõe de vários materiais náuticos que contam a histórias da navegações na região e também conta com várias peças que dizem respeito à cidade de Parnaíba como um todo. Em um passado não muito distante o mesmo contava com um acervo bem superior ao que se pode ser visto hoje, isso porque dos anos de 1990 a 1999 o museu foi desativado, onde na ocasião os seus funcionários foram transferidos para outras repartições públicas, enquanto nesse período os materiais ali presentes foram totalmente esquecidos e como consequência disso, são encontrados nos dias de hoje em má estado de conservação. 

Em 2007 o Museu Náutico foi reativado, e o que se encontrou no local foram vários dos materiais mais frágeis totalmente ou parcialmente destruídos. O mesmo tenta se reerguer até hoje, e para que isso ocorra conta com doações para tentar manter viva a história de Parnaíba. Existem projetos para restauração e ampliação do museu, mas infelizmente até o momento não saíram do papel. 


26/09/2018

Raul Furtado Bacellar, farmacêutico que atuou por mais tempo no Brasil.

Raul Bacellar fundou a “PHARMÁCIA DO POVO” que ainda hoje está de portas abertas no Porto das Barcas.

Dr. Raul Furtado Bacellar, farmacêutico

Dr. Raul Furtado Bacellar nasceu na cidade do Brejo dos Anapurus, Maranhão, em 26 de maio de 1891 e falecido em 12 de novembro de 1996 em Parnaíba (PI). Seus estudos universitários foram iniciados no Rio de Janeiro, daí transferindo-se para a cidade de Belém do Pará, onde se formou em farmácia-química e letras, em dois de dezembro de 1911, com apenas vinte anos de idade.

Iniciou o exercício da profissão viajando a bordo de um vapor cargueiro que fazia linha pelo baixo Amazonas, cuidando de impaludados. 

Pharmácia do Povo no Complexo Arquitetônico Porto das Barcas, em Parnaíba (PI).

Em 1920 fixou residência na cidade de Parnaíba a convite do seu irmão, o engenheiro Miguel Furtado Bacellar, então Diretor da Estrada de Ferro Central do Piauí. A sete de março de 1927 abriu, em Parnaíba, no litoral piauiense, a “PHARMÁCIA DO POVO”. que, ainda hoje, está de portas abertas, servindo ao povo parnaibano e a quantos ali aportam.

Em Parnaíba desenvolveu, além do seu apostolado como farmacêutico, diversas outras atividades voltadas para a terra e para gente que o tratava como um de seus mais ilustres filhos. Foi fiscal federal do Ginásio Parnaibano; fiscal estadual da Escola Normal Francisco Correia; fiscal estadual da Escola Normal Nossa Senhora das Graças; atuou decisivamente para o reconhecimento do educandário União Caixeral; presidente da Companhia de Luz e Força; juiz distrital da Comarca por mais de uma década, sobressaindo-se como Magistrado culto e, sobretudo, correto na aplicação do direito; fundador e primeiro secretário do Rotary Clube; fundador e primeiro tesoureiro da Associação Parnaibana de Imprensa e, finalmente, um dos construtores da Casa do Jornalista de Parnaíba, pioneira no estado do Piauí.

Pharmácia do Povo no Complexo Arquitetônico Porto das Barcas, em Parnaíba (PI)

Foi jornalista, tendo colaborado em diversos jornais e revistas, de diversos pontos do Brasil, na abordagem de assuntos dos mais diversos. Foi sócio honorário do Clube do Repórter de Parnaíba foi integrante da União Brasileira de Escritores, no Piauí; membro da Academia Parnaibana de Letras (APAL).

Foi membro titular do 1º Congresso Piauiense de Bioquímica e Farmácia; do Conselho Regional de farmácia do Estado do Piauí; da Associação Farmacêutica Piauiense; do Sindicato dos Farmacêuticos do Piauí; da Sociedade Brasileira de Analises Clinicas, Regional do Piauí.

Fundação Dr. Raul Furtado Bacelar tem sua sede no antigo prédio de sua residência, na Rua Vera Cruz, 744, bairro São José, em Parnaíba-Piauí

Coleciona, dentre outras, as seguintes honrarias: diploma do mérito especial, do Rotary Clube de Parnaíba, aos 45 anos de fundação da entidade; diploma de honra ao mérito outorgado pelo jornal A AÇÃO, de Parnaíba, diploma de honra ao mérito pelo bom aproveitamento no curso “O Mundo de Amantia” e memorial que escreveu a respeito das escrituras sagradas, conferido pela Igreja Adventista, do Rio de Janeiro; medalha comemorativa dos 50 anos da Academia de Farmácia e por sua participação no engrandecimento da farmácia cientifica brasileira; cidadão parnaibano, conferido pela Câmara Municipal de Parnaíba.

Foi o farmacêutico que atuou por mais tempo no Brasil, segundo pesquisa nacional para o 1º Acervo Cultural Farmacêutico do Brasil, realizada recentemente pela Fundação Roberto Marinho/Laboratório Roche, servindo ao seu povo e à sua gente, manipulando, diuturnamente, aos meizinhas de que tanto necessitavam os que, menos protegidos da sorte, que sofriam dos mais diferentes males do corpo e do espírito. Além do remédio, recebiam o carinho e a palavra amiga e confortadora do autentico apóstolo, nascido nas brenhas do velho Maranhão.

Raul Furtado Bacellar entendia que o farmacêutico devia ter um papel mais importante, isto é, além daquele de simples vendedor de remédios, no atendimento de receitas. Daí, a sua permanente dedicação ao seu laboratório, onde, diariamente, ao longo dos seus 75 anos de profissional da medicina especializada, preparava ele próprio, variada quantidade de remédios que prescrevia a quantos o procuravam na sua Farmácia do Povo, situado à Praça da Graça, nº 729, em Parnaíba, Piauí.

Pai de vários filhos, hoje espalhados por este Brasil afora, todos levam a marca de sua inteligência e do seu grande espírito. Benjamim, Fernando Antônio, Renato Araribóia, Olavo Ivanhoé: destaco o primeiro como seu ex-aluno no velho Ginásio Parnaibano, na década de 1950.

Raul Bacellar, como se vê, prestava os mais relevantes serviços, não só ao povo de Parnaíba, mas há muitas gerações de piauienses dos quatro cantos do Estado. Recebeu o titulo honorífico de CIDADÃO PIAUIENSE - quanto lhe podemos honestamente oferecer, Por quanto de bom proporcionou ao povo deste estado - a que se junta o número de filhos que fez nascer em terras piauienses, por eles engrandecidos por este mundo afora. Recebe a nossa homenagem de gratidão e de reconhecimento a tudo isso.

O Dr. Raul Furtado Bacellar deixou, em vida, uma Fundação que leva o seu nome, com sede no antigo prédio de sua residência, na Rua Vera Cruz, 744, bairro São José, em Parnaíba-Piauí, entidade que ao longo dos anos de existência tem prestado meritórios serviços nas mais diversas áreas educacionais, culturais, sociais, também de saúde, com amparo à criança, ao adolescente e ao idoso. 

Fonte: Jornal da Parnaíba

16/01/2016

O Guru das Sete Cidades. O filme que relembra como era Parnaíba nos anos 70

1º Publicação em 04/03/2014
O Guru das sete cidades é uma trama que marcou a estreia do diretor Carlos Bini no ano de (1972)

Na localidade conhecida como Sete Cidades vive um grupo de jovens marginalizados entregues à pratica da magia negra. Tem um guru como chefe. Numa cidade vizinha, um casal milionário vive em constantes brigas, cujo motivo é a diferença de idade entre os dois. Muitos são os rapazes da localidade que cobiçam a mulher do industrial, que se torna amante de um deles. Um dia, os amantes vão visitar a comunidade do guru e ela é convidada a participar de um culto de magia afim do qual se escolhe para sacrifício. A mulher pede ao guru que sacrifique seu marido. A mansão do industrial é então invadida e o matam. Todas as suspeitas do crime recaem sobre o amante. Dias depois no decurso de outro culto, a mulher é escolhida como vítima, cumprindo-se o provérbio: O feitiço vira contra o feiticeiro.


O Guru das sete cidades é uma trama que marcou a estreia do diretor Carlos Bini no ano de (1972).

Na localidade conhecida como Sete Cidades vive um grupo de jovens marginalizados entregues à pratica da magia negra. Tem um guru como chefe. Numa cidade vizinha, um casal milionário vive em constantes brigas, cujo motivo é a diferença de idade entre os dois. Muitos são os rapazes da localidade que cobiçam a mulher do industrial, que se torna amante de um deles. Um dia, os amantes vão visitar a comunidade do guru e ela é convidada a participar de um culto de magia afim do qual se escolhe para sacrifício. A mulher pede ao guru que sacrifique seu marido. A mansão do industrial é então invadida e o matam. Todas as suspeitas do crime recaem sobre o amante. Dias depois no decurso de outro culto, a mulher é escolhida como vítima, cumprindo-se o provérbio: O feitiço vira contra o feiticeiro. 

Assim se descreve a sinopse do filme que deixa registrado algumas imagens que poderia estar esquecidas no tempo, pelo menos em imagem com movimento que no caso é o vídeo. Confesso que só tinha ouvido falar desse filme em 2010 pelo uma fonte importante. Trabalhando como sonoplastas na Extinta Rádio Parnaíba FM (radio comunitária) No Programa tribuna popular apresentado pelo Radialista Mario De Santana Campos foi então que ele me relatou sobre esse tal filme que segundo ele participou das gravações. Como tenho um amor não explicado pela essa cidade e sabendo que uma boa parte das cenas do citado filme foi rodada na minha parnaibinha comecei a pesquisar sobre o filme, queria a todo custo acha o mesmo para ver como era nossa cidade nas antigas como já disse o caboclo rsrsr. Para começar revirei o maior site de vídeos do mundo de cabeça pra baixo, o tal do You Tube, lá não tive muito êxito dois ou três pequenos registro do filme, fiquei triste e logo recorri para o todo poderoso da busca mundial, “o mesmo dispensa apresentações,” lá achei alguns textos e nada mais. Mesmo assim já fiquei feliz por que agora eu tinha certeza que o Guru existia em algum arquivo perdido nesse brasilzão de meu deus. Certo dia no ano de 2012 eu estava na casa do amigo Ayrton Alves (UM GRANDE DIRETOR DE TV E PESSOA) vendo que ele tinha um arquivo enorme de filmes comentei sobre um longa metragem que supostamente foi rodada em nossa cidade, e não deu outra ele disse que tinha arquivado e até falou nome do mesmo. Logo mostrei uma cara de felicidade porque eu não estava acreditando no que estava acontecendo por que já tinha perdido as esperanças, pedi uma copie ele pegou uma mídia virgem e o gravou pra mim. Despedi-me fui pra frente do meu computador assistir. Falei para alguns amigos meus sobre o filme logo eles pediram copias. Aumentando o numero de arquivo do filme em nossa cidade. No ano de 2014 resolvi fazer um blog de noticias junto com um amigo meu, e ele me deu a ideia de escrever sobre nostalgia e essa é a minha segunda matéria própria do mesmo tema. Além da matéria estou postando um filme no You Tube para ficar pra mais acessivo para as novas gerações que gostam de estudar sobre cinema e tem paixão pelos coisas antigas de nossa cidade assim como eu tenho.

Abaixo mais informações do filme e o Próprio filme:



Horror, criminalidade e erotismo.
Curiosidades sobre Guru das Sete Cidades
A trama que marcou a estreia do diretor Carlos Bini, contou com traços de horror, criminalidade e erotismo.
Set de filmagens
Curiosidades sobre Guru das Sete Cidades
O Filme foi totalmente rodado em Teresina e no interior do Piauí.
Crítica de Fernando Ferreira
Curiosidades sobre Guru das Sete Cidades
Na época, Fernando Ferreira foi categórico na crítica: "Já se viu que o filme se alimenta de toda espécie de lugares comuns e que mistura sensacionalismo e pieguice. Tudo isso com auxilio do diálogo mais precário do traço psicológico mais infantil para expor os personagens."

Visão geral de elenco:
Rosângela Alves             
Roberto Bustamante    
Billy Davis
Jose Pinheiro De Carvalho         
Wilson Cinzento             
Sidney Loureiro                                              
Gilberto Marques          
Rejane Medeiros                           
Angelito Mello 
Paulo Ramos    
Tony Severo                     
Otávio Terceiro               

35 mm, cor, 85 min; companhia produtora: Guru Produções Cinematográficas; produção: José Pinheiro de Carvalho; direção de produção: Sidnei Loureiro; companhia distribuidora: U.C.B. – União Cinematográfica Brasileira; roteiro e direção: Carlos Bini; assistência de direção: José Carlos T. Ruiz; coreografia: Regina Branco; direção de fotografia: Hélio Silva; assistência de câmera: Ronaldo Nunes; fotografia de cena: Euclides Marinho; eletricista: Roque Araújo; técnico de som: José Tavares; efeitos sonoros: Geraldo José; trilha sonora: Spectrun; montagem: João Ramiro Mello; cenografia: Octacilio Pontes; música: Wanderley Chamovitz; direção musical: Jorge Omar, José Luis Caetano Silva; música original: Spectrun; elenco: Paulo Ramos, Otávio Terceiro, Rosângela Alves, Roberto Bustamante, Wilson Grey, Rejane Medeiros, Angelito Mello




Por: Renato Farias/Edição: PHB em Nota

13/01/2016

Imperdível - Vídeo de 1956 mostra imagens antigas de Parnaíba do tempo do “Já teve”

Entre as imagens, podemos ver: homens trabalhando na construção do Porto de Luís Correia, Atividades econômicas no Porto das Barcas e a Maria-Fumaça em pleno funcionamento.

Atualizado em 26/01/2015 às 17:28h
Atividades econômicas nos Portos das Barcas: Vídeo: Cinejornal Informativo s. n. [XXIX] (1956)

Nós da equipe do PHB em Nota, profundamente preocupados em resgatar valores históricos e culturais de nossa cidade, tivemos a sorte de encontrar este tesouro na internet. É um vídeo em preto e branco, datado de 1956. Onde nele, podemos constatar, entre outras coisas, a famosa frase: “Parnaíba, a terra do Já-teve.” 

Com aproximadamente dez minutos de duração, o vídeo de um jornal antigo do governo federal, mostra riquezas e atividades econômicas de Parnaíba que há tempos deixaram de existir. Ao vermos as imagens, ficamos impressionados com o que acontecia em nossa cidade naquela época, e nos questionamos: Porque tais atividades foram se acabando e ao longo de décadas, nada foi feito para retomá-las? 

Este questionamento, nós estendemos a você, caro leitor do PHB em Nota. Confira a nossa matéria e ajude-nos a responder a esta pergunta: Porque Parnaíba ao passar dos anos se tornou conhecida como a “a terra do Já-teve e nunca foram tomadas providências para mudar essa realidade? Comente, nos mande a sua resposta. Este é um assunto que interessa a todos os parnaibanos.

E se você quer matar saudades da Parnaíba daquele tempo ou simplesmente quer saber como a nossa cidade era movimentada e importante economicamente, assista a este vídeo histórico e acreditamos que o caro leitor vai concordar que se acontecesse hoje, pelo menos metade do que é mostrado nas imagens, já nos encheríamos de orgulho.

Entre muitas coisas que perdemos ao longo do tempo, podemos destacar, a Estrada de Ferro Central do Piauí, com linha de Parnaíba a Luís Correia. O nosso porto marítimo recebendo grande embarcações e escoamento de cargas. O rio Parnaíba recebendo vapores entre outras atividades econômicas. É realmente imperdível. 


Imagem:Vídeo Cinejornal Informativo s. n. [XXIX] (1956)
Caminhões transportando pedras par a construção do porto marítimo. Imagem:Vídeo Cinejornal Informativo s. n. [XXIX] (1956)

Local antigo do monumento da Águia - Próximo ao Porto das Barcas. Imagem: Vídeo Cinejornal Informativo s. n. [XXIX] (1956)Imagem:Vídeo Cinejornal Informativo s. n. [XXIX] (1956)


Homens trabalhando no Porto na construção do Porto de Luís Correia. 
Imagem: Vídeo Cinejornal Informativo s. n. [XXIX] (1956)

Maria-fumaça - Imagem:Vídeo Cinejornal Informativo s. n. [XXIX] (1956)

Não deixe de conferir o vídeo até o fim

Fonte do Vídeo: Cinejornal Informativo s. n. [XXIX] (1956)

Por Jocelio Costa e Renato Farias / Edções: PHB em Nota

Para efeito de pesquisa e aprofundamento coletamos alguns textos que relatam um pouco das principais riquezas e atividades econômicas de Parnaíba daquela época. Para acessá-los click no link abaixo:

08/05/2015

CINE EDEN, UMA HISTÓRIA DE AMOR

INTRODUÇÃO

Num dia comum de novembro de 1895, o cinematográfico exibia a sua primeira projeção pra um seleto grupo de expectadores. “Os irmãos Lumiere, inventores da máquina, não imaginavam que o aparelho pudesse ter alguma utilidade fora do campo de pesquisa científica, ou seja, como” instrumento cientifica pra reproduzir o movimento. Foi um equivoco e tanto. Ao longo do século XX o cinema causou uma mudança no comportamento social e foi responsável pela inauguração de novos locais de socialização.

O cinema sendo visto como representação da realidade social, cultural e política do cotidiano das sociedades. Apresenta grande contribuição para a formação cultural e da consciência crítica do ser humano, agindo diretamente sobre as pessoas que o acompanham ,sendo essas pessoas influenciadas, as quais mudam seus comportamentos, jeito de vestir e de se portar perante a sociedade, destacando com isso a” invenção das tradições”.
DESENVOLVIMENTO
Entretanto na cidade de Parnaíba situada ao norte do estado do Piauí que na década de 20, era a principal cidade a qual vivia uma grande euforia econômica graças às empresas de comercio e as indústrias. Em vista da massa culta da sociedade Parnaíba aberta às novas transformações culturais o cinema trouxe novos costumes no qual refletiu em seu comportamento pessoal e social. No inicio as projeções eram exibidas em praças públicas sem muito recurso usava-se lençóis brancos como receptores de imagens. Em Parnaíba a família Ferreira é pioneira na instalação da primeira grande sala de projeções como afirma Santos:

Tudo começou com achegada as nossas terras, por volta de 1915, de certa família de libaneses que, aqui adotou nomes brasileiros, tornando-se conhecidos por Zacarias (o pai), Miguel e Alfredo, os filhos. Por sobrenome escolheram Ferreira, numa espécie de tradução livre do original libanês. E, além de romperem também com a tradição de sírios e libaneses que aqui chegaram e logo abriram pontos de comércio: lojas de tecido, armarinho ou perfumaria. [...] Alfredo e Miguel criaram a firma Ferreira e Irmão e, com ela, tornaram-se os pioneiros do cinema em nosso estado. Separando-se alguns anos depois, Alfredo partiu para Teresina e Miguel ficou em Parnaíba, com o Cine Teatro Éden, o melhor e mais importante de toda a história cinematográfica da Parnaíba (JORNAL TERRA NORTE, 2004).

Separando-se alguns anos depois, Alfredo partiu para Teresina e Miguel ficou em Parnaíba, com o cine Teatro Éden, o melhor e mais importante de toda a história cinematográfica de Parnaíba. Como precursores dos sonhos de seus pais os irmãos Miguel e Alfredo criaram uma firma e tornaram-se donos de grandes salas de projeções com, êxito em seus desenvolvimentos, no dia 15 de novembro de1924 foi inaugurado o grande e inesquecível o Cine teatro Éden.

O cinema para a sociedade Parnaibana vem como protagonista das noites antes tinha uma cidade pacata agora tornando palco de uma grande evolução cinematográfica, onde das noites de cinema poderiam sair não só as cenas, mais novas amizades, amores, descobertas e as certezas marcadas e infiltrada nos contextos vivido a ilustração, sorrisos e sonhos. Os olhos se fecham ao fascínio da telona ai se tem o declínio que assombrou o brilho do cinema Parnaíba no, tratava-se da decadência que chegou com o advento da televisão, com isso as sessões foram perdendo o seu fiel público. Rendem-se as suas portas o cinema agora guarda ali apenas as lembranças de seus frequentadores. 

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em vista o Cine teatro Éden exerceu no seu período da existência o fascínio da massa culta da sociedade Parnaíbana onde as transformações culturais e políticas foram vistas por todos que vivenciaram a época o cinema foi à inspiração dos mesmos. Seu valor sobre saiu a qualquer critica e sua decadência se ver ainda hoje a marca de quem um dia foi importante hoje se torna na memória o valor histórico surreal da vida cinematográfica de Parnaíba.

REFERÊNCIAS
CASTELO BRANCO, Edwar Alencar Castelo Branco. ”História Cinema e outras imagens juvenis”. Tereseina: contra Capa, 2009.

BITTENCOURT, Circe M. Fernandez. Livro didático e conhecimento histórico: uma história do saber escolar. “Tese de doutorado”. São Paulo: FFLCH/USP, 1993.
BERNARDET, Jean Claude. História: O que é cinema. 1.ed. são Paulo: FTD, 2006.-(Coleção Primeiros Passos)

Fonte: Historia e Pensamento

13/02/2015

Roland Jacob

Roland Jacob ( Schaback, França,1899,
Rio de Janeiro 1971)
Roland Jacob (✩ Schaback, França,1899, ✝ Rio de Janeiro 1971), Chegou a Parnaíba em 1923, a fim de assumir a direção da firma do seu tio Marc Dosiré Jacob. Imprimiu uma nova dimensão às suas atividades, estendendo-as ao campo das exportações de nossas matérias-primas, tornando-se o precursor de tão importante ramo comercial. A vida de Roland Jacob está toda vinculada intimamente à história do desenvolvimento comercial do Piauí, notadamente na cidade de Parnaíba. Era Cidadão Parnaibano e Piauiense, títulos conferidos, respectivamente, pela Câmara Municipal e Assembleia Legislativa do Estado. 

Nascido em Schalbach, França, em 15 de setembro de 1899. Faleceu em 20 de março de 1971, no Rio de Janeiro. Cursou ao equivalente, ao atual, Ensino Médio, em pouco tempo chegou a dominar o nosso idioma, que escrevia com grande propriedade, embora nunca tenha perdido o sotaque francês. Além do Francês e do Português, falava fluentemente o Inglês e o Alemão. 

Habilidoso, vocacionado para os negócios, Roland multiplicou o patrimônio da família, comprando dos herdeiros de seus tios suas participações acionárias na casa Marc Jacob, instalando filiais em Campo Maior, Floriano, União, Piripiri, Luzilândia, além de Teresina, é claro, marcando com forte presença a vida econômica do estado, justamente em seus principais centros de produção de cera de carnaúba, óleo de babaçu, couro e peles, ainda hoje importantes para o crescimento da economia do Baixo Parnaíba, que tem no extrativismo talvez a principal atividade econômica. 

Não obstante as dificuldades, Roland viajou muito, o que levou a um grande desenvolvimento do seu negócio. Ficou, porém, exposto a moléstias endêmicas, à época, como impaludismo e tifo.

A ótima qualidade dos contatos que Roland mantinha com a gente do interior era essencial para o desenvolvimento do crédito que concedia. O pagamento pelas mercadorias era feito com a entrega da produção da safra, quase um ano de prazo. Os juros eram da ordem de 1% ao mês, o que se manteve mesmo durante a inflação galopante dos anos de 1950. Assim, a Casa Marc Jacob, além do comércio regular, desempenhou um importante papel de banco de fomento, em uma época na qual nem se pensava nisso. 

Todo o trabalho de Roland Jacob em prol do desenvolvimento de Parnaíba e do Estado foi reconhecido em 1955, quando recebeu o título de Cidadão Parnaibano; e, no dia 26 de maio de 1969, quando a Assembleia Legislativa do Estado do Piauí concedeu-lhe o título de Cidadão Piauiense. 

Roland viajou com certa regularidade ao exterior, de navio, pelo menos a cada três anos. Pelos contatos com as fontes de suprimento, Roland assegurava um maior volume de compras, e os contatos com o Exterior ampliavam as oportunidades de negócios. Existem registros de suas viagens a Portugal, França, Inglaterra, Alemanha e Estados Unidos da América, que, no período, eram os principais mercados para os nossos produtos. O critério na escolha dos produtos em muito contribuiu para que o conceito da Casa Marc Jacob cada vez mais se firmasse. Em 1942, a firma transformou-se em Sociedade Anônima, com a razão social Casa Marc Jacob S.A. Em 1962, passou a denominar-se, PVP – Sociedade Anônima, mais mantendo a tradição.

Anos depois criou um novo setor de varejo, com o nome fantasia de Lojas Rosemary. Lojas organizadas como tal havia em Parnaíba, Teresina, Floriano, São Luís, no Maranhão, e Belém, no Pará, sendo que, nas duas últimas não era usado o nome Loja Rosemary, mas apenas o nome da própria empresa. Nessas lojas vendia-se uma grande variedade de produtos; e, embora variasse a oferta de acordo com o tamanho da praça, em todas se vendiam eletrodomésticos, móveis, roupas de cama e mesa, artigos de porcelana, vidro e cristal, artigos decorativos e de presentes, artigos de alumínio, relógios, joias, máquinas de costura, bicicletas, porcelana e cristais importados. Os volumes anuais das vendas evoluíram de forma fantástica, incluindo novos negócios.

Além do comércio de exportação e do de atacado e varejo, Roland acrescentou uma importante atividade de representações, trabalhando com firmas industriais e atacadistas, nacionais e estrangeiras. Entre estas, abriu a seção de medicamentos de alguns dos maiores laboratórios, com Squibb, Fontoura White e Moura Brasil.

Roland também demonstrou interesse e respeito pelo patrimônio material de sua cidade. Segundo Jacob, isso fica evidenciado quando encomendou ao arquiteto Wit-Olaf Prochnick o projeto da Loja Rosemary. 

Para muita gente, comprou moradia, pagando à vista, para ser reembolsado parceladamente, sem cobrar juros. A preocupação de Roland Jacob com a nova geração de estudantes pobres o levava, muitas vezes, a pagar seus estudos. Foi descrito pelo filho como uma pessoa sensível às necessidades dos menos favorecidos; e gostava do povo de Parnaíba, para quem, durante muito tempo, desempenhou a função de uma espécie de Juiz de Paz, pela aceitação das partes do seu julgamento correto, dirimindo conflitos familiares, de vizinhança e briga de várias naturezas.



Lactário Posto de Puericultura Suzanne Jacob

Em 1938, em homenagem à memória de sua mulher, Roland fundou o Lactário Posto de Puericultura Suzanne Jacob. De início, dava-se leite preparado em pequenas mamadeiras (cerca de seis para cada criança) feitas com Leite em Pó Nestogeno, de leite de gado ou mucilagem de arroz, tudo de acordo com prescrições de um especialista em alimentação infantil que acompanhava o preparo dos alimentos, a higienização das mamadeiras, o peso das crianças e sua evolução. Começou-se assistindo a vinte crianças, que recebiam também assistência médica e medicamentos. Quando o Programa da Aliança para o Progresso foi lançado pelo Presidente Kennedy, o Lactário Suzanne Jacob recebeu leite em pó com complemento vitamínico para atender a quatrocentas crianças. Mais tarde, passou a chamar-se Posto de Puericultura Suzanne Jacob. Fonte: GONÇALVES, W. C. “Dicionário Enciclopédico Piauiense Ilustrado”.


Elaborado por Ana Claudia Lima Brandão
Revisado pelo prof. MSc. Moacyr Ferraz do Lago
Edição do Jornal da Parnaíba

18/01/2015

Evandro Lins e Silva (1912 – 2002)



Evandro Cavalcanti Lins e Silva
Nascido na cidade de Parnaíba, no Piauí, em 18 de janeiro de 1912, Evandro Cavalcanti Lins e Silva, ingressou na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro em 1929 e especializou-se em direito penal. Antes de tornar-se bacharel e já depois de formado, Evandro Lins trabalhou em vários jornais como A Nação, A Batalha, Diário de Notícias e O Jornal. Como advogado, exerceu a atividade até o ano de 1961 nos juizados criminais, no Tribunal do Júri, nos tribunais superiores e no Supremo Tribunal Federal (STF). Defendeu importantes processos que foram de grande repercussão à época, inclusive de caráter político.
Casa onde nasceu Evandro Lins e Siva na Ilha Grande de
Santa Isabel, em Parnaíba (PI)
Em outras funções, atuou como professor de História do Direito Penal e Ciência Penitenciária; foi correspondente da ONU no Brasil; membro do Conselho da Ordem dos Advogados do Brasil; procurador-geral da República; chefe do gabinete civil da Presidência da República; ministro das Relações Exteriores e do STF.
Também foi autor de vários trabalhos jurídicos sobre os mais diversos temas, entre eles: crimes políticos, a liberdade provisória no processo penal, invisibilidade da ação e privatização das prisões, todos publicados em jornais, revistas técnicas e memoriais.  Evandro Lins foi ainda presidente da Sociedade Brasileira de Criminologia; do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária e da Sociedade dos Advogados Criminais do Estado do Rio de Janeiro.
Evandro Cavalcante Lins e Silva (1902 - 2002)
Ele também participou da elaboração do Anteprojeto de Lei de Reforma da Parte Especial do Código Penal. Após aposentar-se como ministro, voltou às atividades na advocacia, onde participou do processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello como advogado dos presidentes da Associação Brasileira de Imprensa e da Ordem dos Advogados do Brasil.
Tendo agregado muitas condecorações ao longo de sua carreira, o ex-ministro recebeu todas as honrarias em sessão solene no Palácio da Alvorada, no dia 12 de dezembro de 2002, onde também foi empossado membro do Conselho da República. Contudo, após cinco dias daquela data, veio a óbito aos 90 anos, na cidade do Rio de Janeiro.
 
Da redação do Jornal da Parnaíba | Fonte: STF 
 

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