Mostrando postagens com marcador ARTIGO. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador ARTIGO. Mostrar todas as postagens

16/11/2018

ARTIGO: Educar para inovar

Resultado de imagem para Janguiê Diniz
Janguiê Diniz
Um dos termos mais citados nos campos de economia, mercado de trabalho e negócios é a inovação. Parece uma “nova” palavra mágica, centro de todo o pensamento moderno. Empresas buscam inovação, profissionais precisam inovar, países investem em ideias inovadoras. Temos toda essa consciência lá na frente, mas, um pouco mais atrás, no campo da educação, o pensamento inovador ainda não é valorizado e disseminado como deveria.

Reflexo disso é que o país ainda está muito longe de níveis bons de inovação. O Índice Global de Inovação colocou o Brasil, em 2018, na 64ª posição de 126 países – um patamar muito aquém do potencial que temos, dado o tamanho do país e a inventividade da população. Creio que muito dessa “responsabilidade” está no fato de não estimularmos adequadamente o pensamento inovador desde a escola. É bem verdade que, hoje, já vemos colégios que introduzem disciplinas como empreendedorismo, inovação e finanças em seus currículos acadêmicos, mas ainda é um percentual pequeno dentro do universo da educação básica nacional.

Quem sabe quantas mentes potencialmente inovadoras não se perdem por aí apenas por não serem estimuladas, desenvolvidas? Quantos gênios e possíveis líderes de sucesso deixam de brilhar por não terem a oportunidade e o incentivo necessários desde cedo? Há décadas é dito que o Brasil é “o país do futuro”, e esse futuro nunca chegou. Talvez, porque não o preparamos. São essas mentes que estão nos colégios hoje que serão o futuro e, portanto, precisam ser desenvolvidas agora, sob pena de, lá na frente, não darem os mesmos frutos que poderiam.

Muito se fala em políticas públicas, muito é cobrado do Governo – que, sim, deve fazer sua parte, estimulando o pensamento inovador nas escolas públicas –, mas também cabe à iniciativa privada adotar um currículo escolar modernizado, alinhado com as necessidades da sociedade digital em que vivemos, em que tudo muda tão rápido e novas coisas surgem a cada instante. É preciso que nossas crianças e nossos adolescentes cheguem à vida adulta preparados para serem inovadores. Afinal, essa qualidade não é mais um diferencial, e sim uma obrigação para quem quer ter sucesso na vida.

Janguiê Diniz - Mestre e Doutor em Direito - Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional - janguie@sereducacional.com

09/11/2018

Artigo:Depois da eleição, precisamos voltar a inovar

Resultado de imagem para Janguiê Diniz
Janguiê Diniz
O Brasil ficou parado acompanhando a corrida presidencial, uma das mais disputadas – nos melhores e piores sentidos. Agora, com o resultado final sobre quem ocupará a vaga no Planalto, outros assuntos virão à tona. Será hora de pensar nos rumos do País. Uma das coisas mais importantes a se debater são os investimentos em inovação. Embora sejamos destaque no empreendedorismo, ainda pecamos na inovação – o que parece até contraditório.

Entre 2017 e 2018, o Brasil subiu cinco posições no Índice Global de Inovação, passando da 69ª para a 64ª posição de 126 países ranqueados. Um avanço, visto que estávamos estagnados naquela posição há dois anos. Ainda assim, a marca mostra o quanto temos a melhorar. Hoje, o líder em inovação da América Latina continua sendo o Chile, na 47ª colocação. Ainda estão à nossa frente, na região, Costa Rica (54ª), México (56ª), Uruguai (62ª) e Colômbia (63ª). Os números nos mostram o quanto ainda precisamos melhorar – o que só será possível com investimentos massivos.

Independente de quem venceu a eleição, é necessário que o futuro presidente do Brasil volte o olhar à inovação – entre os tantos outros problemas por que passamos, claro. A inovação vem do investimento em pesquisa e desenvolvimento, mas também é promovida com a criação de um ambiente propício para as empresas se desenvolverem. Estamos em um mundo globalizado e digital, em que inovar é uma poderosa arma que as corporações têm como diferencial competitivo. Mais que isso, hoje, é uma necessidade, uma obrigação para quem não quer ficar para trás.

Importante lembrar, também, que não só o presidente precisa se preocupar com a criação de um ambiente mais inovador no país. É até mais importante que essa consciência parta do Congresso Nacional, responsável pelas principais decisões sobre os rumos do país. Se queremos que o Brasil volte a crescer e se desenvolver, precisamos estimular, cada vez mais, as mentes inovadoras, que vão criar os produtos e serviços do futuro e ajudar a devolver a força à nossa economia.

Janguiê Diniz - Mestre e Doutor em Direito - Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional - janguie@sereducacional.com

07/11/2018

Artigo: eleições 2020, estratégia de poder e dominação: polarizar! (*)

Fernando Gomes
Mal saímos do pleito eleitoral de 2018 e já temos candidatos em campanha à sucessão municipal de Parnaíba. Foi dada a largada para as eleições de 2020. Nomes cansados de guerra, “velhos abutres da política”, nomes novos e outros nem tão novos começam a ser divulgados “despretensiosamente”. Para além dos nomes, deveriam mesmo era expor suas propostas ou não têm? Vale perguntar: qual é mesmo o seu plano pra Parnaíba? Você está pensando mesmo (agora) em trabalhar em favor da nossa gente?

Nada é mais nocivo aos parnaibanos do que se darem por satisfeitos com meras palavras e aparências! A cidade está numa “entressafra” de líderes políticos, onde muitos deles mofaram mergulhados na corrupção. Com pesar afirma-se que o capital ético da representação política foi dilapidado. O que está faltando e sempre faltou é uma elite dirigente com compromisso com a coisa pública, capaz de fazer na Parnaíba, no Piauí e no Brasil o que precisa ser feito: aplicar corretamente os recursos públicos!

A população vai exigir nas eleições municipais de 2020 que ingressem novos elementos ao debate. Chega de mentiras e corrupção! O momento exige renovação e é oportuno que se faça um balanço da política local. Ponto de partida: processo político deplorável, com uma representação de péssima qualidade, ressalvada raríssimas exceções! Os oportunistas não têm propostas, mas são especializados em estratégias para ganhar uma eleição ou como se comportar para se manter no poder. Na ordem do dia: marketing, acordos espúrios e fatiamento da máquina administrativa. Ocorre que desta vez as pessoas estão atentas e vão surpreender os desavisados!

Parnaíba quer sair da nuvem do fisiologismo que a encobre. Há um enorme desejo de se estancar a politicagem que impera. Onde o modo empregado nas ações e decisões, desses políticos por profissão, é tomado em troca de favores, favorecimentos e outros benefícios a interesses privados, em detrimento do bem comum. Está claro que a política foi usada a serviço dos grupos dominantes locais que se alternam no poder, há décadas, sem nenhuma preocupação com o bem estar das pessoas. O ciclo está fechando, nem tudo dura para sempre!

O Parnaibano não deseja mais um capítulo nefasto para a sua história política. Ele quer o fim dessa geração que governou a cidade e teve todas as oportunidades de fazer boas gestões, mas que decepcionaram e não honraram a confiança do voto recebido.

É fácil constatar isso, basta recolher o sentimento das pessoas que vivem longe das maquiadas avenidas São Sebastião e Pinheiro Machado. Não precisa se afastar muito do trecho nobre da cidade para comprovar que: em todo canto há seres invisíveis que formam a maioria das populações vulneráveis e empobrecidas desta cidade; pessoas que esperam um serviço de qualidade ou aguardam diálogo institucional em atendimento às mais diversificadas reivindicações comunitárias; condições precárias de funcionamento das unidades de saúde e de várias escolas; crianças e jovens sem perspectiva de futuro; usuários sendo submetidos a um sistema de transporte urbano alternativo e precário; a população obrigada a comer carne sem inspeção sanitária; o avanço das drogas e a escalada da violência; dentre outras mazelas impostas pela incompetência.

Na tensão entre o visível e o invisível, o jogo ambivalente da política se mostra nas tratativas dos que dominam a cena estratégica do poder, pois os arranjos e conchavos são constituídos e marcados entre o enunciado e o acordo que se faz atrás das cortinas!

Vamos rasgar as cortinas! O debate honesto sobre os rumos que se deseja para Parnaíba nos próximos anos quem verdadeiramente sabe são os parnaibanos. E desta vez eles não vão decidir por nós. A boa reflexão edifica e, muitas vezes, nos leva a pensar em muitas questões que não são postas à mesa, propositadamente.

A cidade clama por novos líderes! Porém um pacto se manifesta claramente entre as ditas famílias tradicionais e os políticos profissionais, onde a estratégia de dominação é a de polarizar a disputa entre nomes hegemônicos desta tradição. A sociedade já percebeu isso e está pronta para romper com esse ciclo nefasto! Quem disse que a Parnaíba não tem outras pessoas com capacidade e espírito público (que falta aos que já estiveram pela "Itaúna")? A CONFERIR EM 2020!

(*) Fernando A. L. Gomes, sociólogo, eleitor, contribuinte e cidadão parnaibano.

31/10/2018

Artigo: A inovação que parte de dentro

Resultado de imagem para Janguiê Diniz
Janguiê Diniz

Não é mais novidade para ninguém que vivemos uma sociedade digital. Os avanços tecnológicos das últimas décadas – principalmente dos anos 2000 para cá – mostraram a capacidade humana de criar, desenvolver novos produtos, processos e técnicas. Tudo isso nos trouxe à sociedade disruptiva que se apresenta atualmente. Essa nova realidade trouxe consigo um cenário muito mais competitivo às empresas, visto que o acesso à tecnologia está muito mais facilitado, o que torna as possibilidades de inovação maiores. E é justamente a inovação que torna as companhias mais competitivas.

Para que isso se concretize, não basta oferecer produtos ou serviços considerados disruptivos ou inovadores. É claro que eles são o principal atrativo do público para a empresa. Porém, além de ter uma imagem moderna e inovadora, a empresa precisa ter em seu interior uma mentalidade voltada para as transformações digitais que vêm ocorrendo. É preciso criar uma cultura digital, inovadora, disruptiva.

Colaboradores não devem mais se limitar à mera realização de suas tarefas diárias. É sempre bom, também, que passem a refletir sobre os processos que executam, a maneira como desenvolvem seu trabalho e a relação entre os esforços empreendidos e o resultado que se alcança. Pensando assim, é possível propor inovações, mudanças, melhorias internas. Essas alterações podem ser benéficas para os próprios funcionários, que passam a desempenhar suas funções de forma mais eficaz e até fácil.

Essas melhorias promovidas no ambiente interno da empresa podem acabar se refletindo na relação com o público: no atendimento, na prestação de serviço, ou mesmo nos produtos oferecidos. É importante que as empresas incentivem esse pensamento inovador entre seus colaboradores, pois são eles que têm real noção dos gargalos e entraves que ocorrem no dia a dia e podem propor soluções que melhorem seus trabalhos e, consequentemente, o ambiente laboral como um todo.

Janguiê Diniz - Mestre e Doutor em Direito - Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional - janguie@sereducacional.com

25/10/2018

ARTIGO: Um amor chamado docência

Resultado de imagem para Janguiê Diniz
Janguiê Diniz
O professor é uma das profissões mais antigas e mais importantes pelo seu papel na formação de crianças, jovens e adultos. Ser professor é estar no meio. Professor é aquele que ensina, que transmite conhecimento, é essencial para a formação do ser humano. Professores são mestres que levamos pela vida afora. Ser professor é viver o seu tempo com sensibilidade e consciência. É saber lidar com as diferenças, ter flexibilidade e ajudar o seu aluno a refletir. É ser um difusor do saber. 

A origem da data está em 15 de outubro de 1827, quando o Imperador D. Pedro I instituiu um decreto que criou o Ensino Elementar no Brasil, com a criação das escolas de primeiras letras em todos os vilarejos e cidades do país. Este decreto também estabeleceu a regulamentação dos conteúdos a serem ministrados e as condições trabalhistas dos professores.

Ser professor é ensinar e educar, mas também aprender com seus alunos e constantemente renovar suas aprendizagens. É passar horas planejando, revendo, estudando, para preparar apenas alguns minutos de aula. Ser professor é dar tudo todos os dias, pedindo apenas em retorno o sucesso daqueles que arduamente prepara para o futuro. É indicar caminhos e deixar que seus alunos optem pelos que mais lhes convêm.

A humanidade precisa de educadores que possibilitem transformar as informações em conhecimento e em consciência crítica, para formar cidadãos sensíveis e que busquem um mundo mais justo, mais produtivo e mais saudável para todos. Infelizmente, apesar da importância, os professores ainda não têm a valorização que merecem em nosso país. A grande maioria entra em salas de aula com estruturas precárias e tem salários baixos. A forma com que se trata o professor é um dos primeiros problemas que hoje enfrentamos para atrair alguém para dar aula no Brasil.

O Plano Nacional de Educação (PNE) dedica quatro de suas 20 metas aos professores: prevê formação inicial, formação continuada, valorização do profissional e plano de carreira. Para que se tenha uma dimensão do trabalho que o país tem pela frente, de acordo com o Censo da Escolar de 2015, dos 494 mil docentes que trabalham no ensino médio, 228 mil (46,3%) atuam em pelo menos uma disciplina que não têm formação.

Durante a minha trajetória acadêmica, aprendi que o professor tem um poder que nenhum outro profissional tem: o professor pode mudar uma vida. Entendendo, que uma sociedade desenvolvida, é uma sociedade esclarecida e o esclarecimento vem, principalmente, através dos professores. Para tal, é preciso, em primeiro lugar, a valorização desses profissionais. A decisão sobre como devem ser formados os novos profissionais impacta no projeto educacional de qualquer nação.

Rui Barbosa, em uma de suas citações, disse aos professores: “Se és capaz de aceitar teus alunos como são, com suas diferentes realidades sociais, humanas e culturais; se os levas a superar as dificuldades, limitações ou fracassos, sem humilhações, sem inúteis frustrações; se os levas a refletir mais do que decorar; se te emocionas com a visão de tantas criaturas que de ti dependem para desabrochar em consciência, criatividade, liberdade e responsabilidade, então podes dizer: sou mestre!”.

Precisamos dar melhores condições aos nossos professores, essa é uma forma de dizermos “Obrigado!” pelos esforços, pela paciência e por terem sido e serem tão importantes na nossa formação. Obrigado por nos fazerem repensar o nosso lugar no mundo e a importância do nosso modo de estar no mundo.

Janguiê Diniz – Mestre e Doutor em Direito –Fundador e Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional – janguie@sereducacional.com

22/10/2018

A ascensão do empreendedorismo online

Resultado de imagem para Janguiê Diniz
Janguiê Diniz 
Não restam dúvidas que o aumento no número de acessos à internet tem contribuído para uma série de fatores, como à informação de maneira rápida e eficiente, à conexão com as pessoas de outras cidades e até países, ao entretenimento, além de vários outros fatores que são benéficos para uma sociedade globalizada.

Atrelado a tudo isso, existe um segmento em especial que tem ganhado destaque e chamado a atenção de muitas pessoas: o mercado digital ou empreendedorismo online. Para reforçar o que eu digo, certamente, você conhece alguém que tem algum tipo de negócio online, ou até mesmo você deve fazer isso.

Para se ter uma ideia da dimensão e do quanto o segmento está ganhando força, de acordo com dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o E-commerce brasileiro, que é umas das fatias do mercado digital, deve crescer 15% em 2018 e chegar a R$ 69 bi de faturamento. Além disso, a soma de pedidos nas lojas virtuais pode chegar a R$ 220 milhões.

Mas, além de produtos físicos, os negócios online também podem se classificar como negócios digitais e aí entram os cursos online, blogs, canais do YouTube e soluções tecnológicas em geral. Todas essas maneiras também movimentam a economia e estão fazendo com que muitas pessoas levantem montantes financeiros exorbitantes.

Sem necessariamente focar nos tipos de produtos, meu interesse neste artigo é retratar todas as variáveis positivas que podem servir de estímulo para quem se identifica com o segmento. Os pontos fortes são o baixo investimento da infraestrutura inicial, os horários de venda e atendimento flexíveis, a facilidade de atingir muitas pessoas com impacto direto e o retorno imediato, tanto de feedbacks quanto monetário.

Trazendo essa realidade à tona, se você se identifica com o formato e pretende atuar no segmento, meu conselho é: estude o mercado, identifique o nicho de atuação, se especialize e esteja ciente de que o mercado está em constante adaptação e por isso, requer de você olhos atentos e em constante aperfeiçoamento.

Janguiê Diniz - Mestre e Doutor em Direito - Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional - janguie@sereducacional.com

17/10/2018

ARTIGO: Cabra-cega


Tinha uma brincadeira no meu tempo de menino que ainda me lembro como se fosse hoje, a cabra-cega. Nunca esteve tão próxima e servindo de exemplo pra o que está acontecendo na política. Quem está acima dos 60 anos há de se lembrar que naquele tempo não existia televisão na Parnaíba e à noite as crianças ficavam brincando umas com as outras na porta da rua. 

Cabra-cega era brincadeira de meninos e meninas. Começava com uns poucos, mas depois ninguém dava conta. Uma das meninas corria lá dentro de casa procurando um pedaço de pano, uma fralda, um pedaço de saia que fosse e na volta era escolhido aquele que daria a saída. O chefe da brincadeira dava umas rodadas pra ele ficar zonzo, tonto de onde estava. Fosse menino ou menina. Não tinha esse negócio não. 

Cabra-cega. Não sei até hoje quem inventou, mas era brincadeira boa dos tempos dos meninos e meninas de meu tempo. Quem brincou nunca há de esquecer. E vinham mais depois outros e mais outros meninos das outras ruas. Vinham atraídos pelos gritos e risadas. Vinham suados, de calção e sem camisas, brigões, meninos feios, fogoiós e até os com cara de china. Vinham das redondezas, de outras brincadeiras de cowboys, de manchas, de pegar no rabo da raposa, do jogo de bola de meia. 

E a gente ficava até a hora de se recolher pra dentro de casa nessas brincadeiras de pegar e soltar uns aos outros. Não havia saliência. Os meninos e meninas menores sempre eram os mais fáceis de serem capturados. Caiam na vez de sofrerem por um bom tempo até que passavam pra outros. Na escola era a mesma coisa. Brincadeiras de mancha. Esta agora sem os olhos cobertos por um pano. Valia a resistência. 

Era brincadeira de astúcia. Consistia em descobrir e pegar o colega escondido. Sendo apanhado, era a hora de começar tudo, fazer tudo, usar de todas as formas pra sair do castigo. Outras brincadeiras do meu tempo de criança tinham as mesmas ou quase o mesmo jeito. Eram pra fazer a gente se sair, tentar passar essa dificuldade pro outro. Como é na política. 

E a gente no final da noite antes de pegar o rumo de casa, havia mostrado o quanto era esperto e rápido em se livrar de armadilhas. Porque todas aquelas brincadeiras, fosse no meio da rua ou na escola à hora do recreio, tinham essa coisa de nos testar. Essa mesma agilidade que deve ser testada agora nessas eleições pra presidente. Estamos no meio de uma grande brincadeira de cabra-cega. 

Só que desta vez são dois homens com panos nos olhos tentando nos pegar. Jair Bolsonaro e Fernando Haddad são as duas cabras-cegas. E os meninos e meninas se pondo a correr e se esconder pelos cantos e em cima dos muros e das cercas, por detrás dos carros estacionados na rua, na casa dos vizinhos e atrás uns dos outros. Ou somos nós as cabras-cegas?

Por: Antonio de Pádua (Padinha)

26/09/2018

O que realmente se perdeu no incêndio do Museu Nacional

Resultado de imagem para Janguiê Diniz
Janguiê Diniz
Não foi só Luzia, o fóssil humano mais antigo das Américas, que foi queimada. Também não foi só o esqueleto doMaxakalisaurus topai, o maior dinossauro montado que existia na América, que foi queimado. Nem foi apenas o trabalho de 90 pesquisadores que foi consumido pelas chamas. No incêndio que destruiu quase totalmente o Museu Nacional, o fogo levou parte da nossa história, da nossa memória – não só brasileira, mas mundial. Memória essa já esquecida por parte da população brasileira.

Mais antiga instituição científica do país, o Museu Nacional foi fundado por Dom João VI em 1818 – comemorou 200 anos em 6 de junho passado. Sua coleção abrigava mais de 20 milhões de itens, uma das maiores das Américas. Uma das coleções incluía múmias em sarcófagos jamais abertos. O que fica disso tudo é: quem conhecia esse museu? Uma joia esquecida na Quinta da Boa Vista, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

É fato que o museu sofreu com a falta de investimento público nos últimos anos, mas também devemos atentar para o fato de que a própria população negava ou mesmo desconhecia a importância da instituição. Para se ter ideia, em 2017, 192 mil pessoas visitaram o Museu Nacional. No mesmo período, 289 mil brasileiros visitaram o Louvre, em Paris. Buscamos cultura no exterior, nos maravilhamos com as coleções de museus do mundo inteiro, e nos esquecemos de valorizar o que temos em casa.

Imagem relacionada
Imagem: web

Museus abrigam nossa memória cultural, política, social, nossa identidade enquanto nação. No entanto, parece que visitar o passado não é uma atividade que atrai. Que engano. Uma sociedade que conhece seu passado entende melhor seu presente para, assim, construir um futuro promissor. É preciso que pensemos melhor, a partir da tragédia do Museu Nacional, sobre a importância que damos à preservação e valorização de nosso patrimônio histórico e cultural.

O Museu Nacional terá que ressurgir das cinzas. O Palácio de São Cristóvão, que já foi a casa da família real brasileira, terá que ser reconstruído. Mas, que esse episódio trágico sirva também para fazer reacender em nós o interesse por nossa história, o gosto pelo conhecimento. Quantos outros museus precisarão queimar para que despertemos?

 Janguiê Diniz – Mestre e Doutor em Direito – Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional –janguie@sereducacional.com

06/09/2018

ARTIGO: Burocracia contra a inovação

Resultado de imagem para Janguiê Diniz
Janguiê Diniz
Que o Brasil é o país da burocracia, isso não é novidade para ninguém. Todo mundo já sofreu com a lentidão e os entraves causados pelo excesso de exigências legais para fazer muitas coisas. Quando olhamos para o setor das startups, a burocracia tem barrado as empresas de se desenvolverem, ou até mesmo de serem criadas. A chamada Lei do Bem, em atividade desde 2007 para incentivar o investimento em startups, apesar de bem intencionada, atrapalha mais do que ajuda.

A legislação concede isenção fiscal a empresas privadas que investem em projetos de inovação em parceria com centros públicos de pesquisa. Acontece que, para obter o benefício, é necessário um esforço hercúleo por parte do empreendedor, o que acaba por desestimular a procura. Resumindo, são três etapas para a aprovação de um projeto dentro da Lei do Bem: aprovação por três instâncias, a começar pela gerência do laboratório público parceiro da iniciativa; validação por um comitê formado por membros dos ministérios da Educação, Ciência e Tecnologia, e Indústria, Comércio Exterior e Serviços; e, finalmente, comprovação à Capes de que o projeto não reduzirá a produção de artigos científicos, principal forma de avaliação de desempenho dos centros públicos de pesquisa.

Esse caminho pedregoso em nada ajuda um pequeno empreendedor que precisa de incentivo para desenvolver seu negócio inovador. Para piorar, só podem requerer o incentivo empresas que recolhem impostos pelo sistema de lucro real, normalmente adotado apenas pelas grandes companhias. Ou seja, uma Lei do Bem que, no fim das contas, acaba fazendo mal ao ecossistema de inovação brasileiro. Não é à toa que o Brasil amarga péssimas colocações nos rankings mundiais de inovação.

Além das dificuldades econômicas já naturais às startups, um sistema burocrático que dificulta a abertura e o fechamento de empresas também mina as energias dos empreendedores. O setor vem pleiteando, principalmente, a simplificação tributária, o que já amenizaria o impacto da burocracia. Há uma proposta de novo marco regulatório para startups em tramitação no Congresso que prevê algumas mudanças e melhorias, mas ainda sem previsão de aprovação. Resta, então, aos pequenos empreendedores, continuar na luta, remando contra a maré, para fazerem seus negócios prosperarem. Uma pena, pois poderíamos ter grandes negócios de sucesso no país, não fossem todas as forças contrárias impostas pelo poder público.

Janguiê Diniz - Mestre e Doutor em Direito - Fundador e Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional - janguie@sereducacional.com

15/08/2018

ARTIGO: Como desenvolver a coragem

Resultado de imagem para Janguiê Diniz – Mestre e Doutor em Direito

Muitos até preferem negar, para parecerem mais corajosos, mas a verdade é que todo mundo já sentiu medo em alguma situação. Medo de agir, medo de falar, medo de se arriscar em algum empreendimento. O medo é natural e inerente à natureza humana. Ele é até bom, pois nos faz agir com cautela. O que não podemos deixar é que ele nos impeça de agir. Ele não pode ser maior que sua vontade de seguir em frente. Para vencer o medo, é preciso coragem.

A coragem não é a total ausência de medo, mas é não ceder ao medo, é manter-se em movimento mesmo na insegurança. É se libertar das amarras que lhe prendem no lugar. É conseguir agir apesar do medo. Tentar fugir do medo, ou disfarçá-lo, só o torna mais forte.

Nossa cultura nos ensina que demonstrar emoções é sinal de fraqueza. O efeito prático, no entanto, é justamente o contrário: o medo e essas emoções são potencializados. Não dê tempo ao seu cérebro para criar esses argumentos. Em alguma situação que você sabe que pode ter medo, procure não pensar muito e apenas agir. Quanto mais você pensa, mais tempo o medo tem para tomar conta do seu pensamento e lhe deixar em estado de paralisia.

Para desenvolver a coragem, você precisa, antes de tudo, se conhecer. Saber quais são suas limitações e suas habilidades, além de pensar no que é realmente importante para você, ajuda a criar coragem para assumir posturas diante das situações da vida. Uma boa estratégia é tentar entender seus medos, de onde eles vêm, porque acontecem e porque lhe impedem de seguir. Conhecendo-os, fica mais fácil de lutar contra eles. O mais importante é mudar de atitude. Reveja seus erros, suas fraquezas e gere mudanças.

É muito comum termos medo em nossas carreiras profissionais. Medo de mudar de emprego, medo de abrir um negócio próprio, medo de errar, medo até de assumir uma posição superior no trabalho. Mas ele não pode impedir seu progresso e seu desenvolvimento profissional. Se você recebe uma proposta profissional ou tem um desejo, é porque você tem qualidades que chamam atenção da pessoa ou organização que lhe fez o convite.

Para lutar contra o medo, é importante ter uma mudança de pensamento. Pare de pensar no que tem a perder, no que pode dar errado, e comece a focar nos benefícios que terá como resultado. Você precisa avaliar se os prós são maiores que os contras de uma decisão. Se forem, de fato, mais vantajosos, é hora de vencer esse medo e seguir em frente.


Depois de mudar o pensamento, você precisa mudar suas ações. Vá vencendo seus pequenos medos, aquelas situações mais simples do dia a dia, que, aos poucos, você se tornará mais corajoso e, enfim, se sentirá apto a vencer seus maiores medos. A coragem não é algo que se cria da noite para o dia, mas um processo de autodescobrimento que vai lhe tornar melhor.

Janguiê Diniz – Mestre e Doutor em Direito – Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional – janguie@sereducacional.com

07/08/2018

ARTIGO: Agosto é mês pra achar graça


Foto: Alan Santos/PR

Já foi o tempo em que se costumava dizer que agosto era mês quando tudo de ruim, tragédia, calamidade, crimes, acidentes, coisas ruins faziam e aconteciam sem escolher cara e condição de quem havera de ter dinheiro no banco. Lembro que quando criança as pessoas se benziam e até passavam o mês inteiro escutando rádio e procurando saber os acontecidos. 


Mas nos últimos anos as coisas e os governos ficaram tão medíocres, mas tão medíocres e ruins, as coisas ruins ganharam a rotina, a violência, roubo de celular, corrupção, surra em mulher, viadagem, dança da novinha, silicone na bunda, relação sexual, troca de sexo, casamento de pessoas do mesmo sexo, tudo em quanto não presta foi pra dentro da casa da gente e saindo pela televisão que coisa ruim ninguém nem mais se espanta. 

Essa semana passada aqui na Parnaíba se deu um dos maiores momentos desta nova fase da história moderna, o chamado Agosto Vermelho. Vermelho porque a gente fica com a cara vermelha de tanto achar graça de tanta coisa que acontece, que se for colocar na caderneta uma em cima da outra há de perder a conta. Mas tudo está documentado e visto pela nossa imprensa. 

Temer saiu de Brasília e veio de cretado até o aeroporto lá no Catanduvas só dizer que estava deixando pro Mão Santa uns trocados, coisa de uns míseros 54 milhões de reais pros seculares Tabuleiros Litorâneos. Voltou no mesmo rastro e dizendo que Mão Santa não se avexe e não se acanhe quando precisar de alguma coisa. Tem carta branca e nem precisa enfrentar fila na porta do Planalto, sem necessidade de senha. Prometeu como se fosse ficar mais uns dez anos no poder. 

Voltou no mesmo rastro. Agora aqui eu fico imaginando que talvez tudo isso não seja mais uma enganação. Temer está em final de mandato e de carreira. Corre agora e dentro de mais alguns meses o risco de ser processado e até preso, dependendo da visão da justiça. Não tem mais lá muito poder e muito menos condições de andar dando dinheiro a quem quer que seja. Até porque não se tem esse dinheiro todo. 


Geraldo Alencar Filho, "Geraldinho" (PSB), presidente da Câmara Municipal de Parnaíba)

A outra da semana vem da Câmara Municipal como protagonista. Geraldo Alencar Filho, o vereador de sete mandatos e, portanto vinte e oito anos de casa, com grandes projetos e serviços prestados à cidade na vereança, encasquetou com um artigo do Bernardo Silva. Disse que vai processar e pedir reparos por danos morais ao superintendente de comunicação da prefeitura. Fez os seus colegas votarem uma moção de repúdio e tudo o mais. Calculem só vossas excelências. 


Os vereadores  Reinaldo Santos e Bernardo Lima, junto com eles o repórter Hudson Veras, saindo do elevador com defeito

Se a gente acreditasse em feitiço haverá de dizer que foi coisa feita do Codó pra uma banda, do Maranhão pra dentro. Mal Geraldinho fechou a boca dizendo que vai processar o Bernardo Silva e já na segunda-feira dois vereadores, Reinaldinho Santos e Bernardo Lima estavam usando um elevador, que nem ainda foi inaugurado, e pelo que se sabe custou um caminhão de dinheiro, o bicho deu enguiço. Estava junto o repórter Hudson Veras, da TV Delta. Depois de muita reza e muito medo todos saíram rezando o Pai Nosso e o Creio em Deus Padre. E olhe que ainda estamos no início do mês! Pelo visto ainda vai acontecer muita coisa pra gente achar graça. Ainda bem que Mão Santa não chamou o Temer pra visitar a Câmara Municipal e andar de elevador. Deus sabe o que faz! Tanto sabe o que faz que enviou o Emanuel na hora do desespero. Emanuel vai ser condecorado com a Ordem Nacional do Mérito da Chave de Fenda.

Por Pádua Marques (Padinha)

01/08/2018

ARTIGO: Novos públicos requerem novas empresas

Resultado de imagem para Janguiê Diniz

As relações de consumo têm mudado muito e de forma bastante acelerada nas últimas décadas. Se, antes, para adquirir qualquer coisa, era necessário ir a uma loja; e, posteriormente, vieram as vendas por telefone; hoje, boa parte das transações já é feita pela internet. Acontece que essas relações de consumo – e o próprio relacionamento das marcas com seus clientes – têm sofrido alterações não mais por causa das tecnologias (ao menos não diretamente), mas por mudanças no próprio perfil do público consumidor.

Nas décadas de 1980 e 90, surgiu a chamada Geração Y, ou Millenials, aqueles que viram de perto o boom da internet e das tecnologias de informação e comunicação (TICs). Hoje, eles têm entre 24 e 38 anos de idade, estão em idade economicamente ativa e formam boa parte da mão de obra nacional, ou seja, ainda têm influência sobre as relações de mercado. No entanto, já começa a despontar uma nova geração, a Z, ou Centennials. Estes são os nascidos entre 1995 e 2010, que já vieram ao mundo em meio à tecnologia e cresceram com ela. São os chamados nativos digitais. É com estes que as empresas precisam se preocupar ainda mais e dedicar atenção e estudo.


As gerações anteriores se adaptaram às ofertas. Com a Geração Z, de forma inversa, é o mercado que precisa se adequar aos clientes. Isso porque esse público está acostumado com a liberdade e as possibilidades de experiência personalizada que o ambiente digital oferece e leva isso para todas suas relações, inclusive as de consumo. Tudo precisa ser fácil, prático, rápido – instantâneo, até – e do jeito que eles querem, não como as marcas querem oferecer. Apesar de serem muito jovens, muitos ainda sem poder de consumo, são eles o futuro do mercado e os que possuem mais influência.

Esse novo panorama exige das empresas, principalmente, investimento na inovação. É preciso cativar o cliente de forma cada vez mais especial e diferenciada. Isso porque, no mundo multiconectado, você pode comprar o mesmo produto de uma empresa local ou de uma do outro lado do globo. Os fatores decisivos serão detalhes que farão a oferta mais atraente para cada cliente. Daí a importância de estar conectado com a clientela, analisando constante e reiteradamente as tendências de consumo, as necessidades do público-alvo, para atendê-las de forma inovadora e criativa. É preciso, mais do que nunca, ser “amigo” do seu cliente, criar laços e intimidade.

O mundo tem mudado cada vez mais rápido. O mercado, então, ganha novas “regras” constantemente e a tendência é que esse movimento se identifique com as próximas gerações. Cabe às marcas saberem acompanhar essa evolução e oferecerem produtos e serviços sempre atrativos, diferenciados e personalizados. A pena para a não observância dessas premissas é, inevitavelmente, a falência.

Janguiê Diniz - Mestre e Doutor em Direito - Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional - janguie@sereducacional.com

23/07/2018

ARTIGO: O perfil da geração Centennials

Resultado de imagem para Janguiê Diniz

Antigamente, as gerações eram classificadas a cada 25 anos. Hoje em dia, no entanto, as coisas mudam cada vez mais rápido. A Geração Z, também conhecida por Gen Z, iGeneration, Plurais ou Centennial, é aquela constituída por pessoas que nasceram durante o advento da internet e já não conseguem imaginar viver num mundo onde todas as coisas não estejam conectadas num ambiente online e com troca de informações em tempo real.

Estamos falando de uma geração hipercognitiva, capaz de viver múltiplas realidades, presenciais e digitais, ao mesmo tempo. É a geração que compreende o funcionamento das ferramentas melhor do que qualquer outra. Tudo isso, graças à tecnologia, que permite que os jovens vivam realidades diferentes e absorvam grande complexidade de informações. Ao contrário da Geração Y, o uso intenso de aplicativos e da tecnologia que contornam problemas cotidianos, os membros da Geração Z estão habilitados a eliminar fatores imprevisíveis do dia-a-dia.


Para essa geração prever, antecipar e simplificar são imperativos. Estes jovens são realistas ao extremo, práticos e em busca de satisfazer suas necessidades financeiras e enriquecimento pessoal, seja no campo emocional, sensorial ou ambos. São adeptos do pensamento lógico, autodidatas e responsáveis. Se pensarmos na carreira profissional, são desconfiados, pois não acreditam na ideia de exercer apenas uma função pelo resto da vida.

As principais características da geração Z são: responsabilidade social, ansiedade extrema, menos relações sociais, desapego das fronteiras geográficas e a necessidade de exposição de opinião. Vale lembrar que além de ligados em tecnologia, eles são contestadores vigorosos, não ligam para definições de gênero, idade ou classe. São ativistas, compassivos e levam consigo a ferramenta do diálogo. Como consequência, essa é uma geração que busca a verdade para o consumo.

Diante de tantas características, vem os problemas. O comportamento da geração Z traz um abismo entre ela e a geração anterior. A singularidade de seus membros irá exigir que cada consumidor seja reconhecido como único, justamente porque prevalece o “reino do eu”. Instantaneidade, ansiedade e superficialidade são marcantes. Alguns indivíduos da Geração Z sofrem se estão desconectados e podem sentir, por exemplo, da síndrome FOMO (Fear Of Missing Out), uma espécie de medo de perder algo que pode estar acontecendo e que saberia através da internet.

A verdade é que essa geração chegou ao mundo em um momento de contexto tecnológico totalmente diferente daquele em que viveram os pais. Por isso, a adaptação natural tornou essas crianças predispostas a essa inovação. A Geração Z não diferencia a vida online da off-line, trabalha com o conceito de all-line e quer tudo para agora. 

E nesse caminho, todos precisam se adaptar. O comportamento tanto dos jovens quanto das organizações está em constante mudança e evolução. As empresas precisam estar atentas e ter flexibilidade para alinhar suas práticas e programas para estarem sempre atualizadas, colaborando na retenção e desenvolvimento de futuros talentos. Este é também o desafio das instituições de ensino: formar o aluno com a visão de um profissional versátil e conectado.

Janguiê Diniz – Mestre e Doutor em Direito – Fundador e Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional – janguie@sereducacional.com

14/07/2018

Lula e a Seleção ainda vão ficar um bom tempo na caverna

Resultado de imagem para Pádua Marques
Pádua Marques
Agora que aqueles meninos lá da Tailândia estão sãos e salvos num hospital melhor que o Dirceu Arcoverde e a Copa da Rússia mandou pra casa com o rabinho entre as pernas a Seleção Brasileira, que bem poderia ser chamada de Vira-latas de Tite, a gente fica imaginando que tem acontecido é coisa neste mundo nessa semana, que dá vontade às vezes de rir e de chorar. Porque de repente o mundo ficou feito morcego dentro de caverna, tudo de cabeça pra baixo. 

Todo mundo se emocionou com a história dos doze meninos do Javalis Selvagens, que levados pela peraltice entraram de caverna a dentro e, quando arregalaram os olhos estavam sem poder voltar e com água no meio das canelas. Ali não dava pra chamar mamãe e nem os bombeiros do major Rivelino. Era esperar pra morrer e ninguém podia, como acontece entre meninos quando fazem coisas erradas, uns mangarem dos outros. 


Imagem da web

A Seleção Brasileira de Futebol saiu daqui cuspindo pra cima e arrotando alto. E pra ela a caverna tem sido é longa e escura depois da fragorosa derrota pra Bélgica. Ainda tem gente que não meteu a cara pra fora com medo das vaias dos vizinhos, sem poder andar pela praça da Graça, passar pela Banca do Louro, pagar o Credishop no Paraíba ou tirar foto à noite na Praça do Amor, ali no Mirante.  


Imagem da web

Mas a situação da caverna do Lula foi engraçada e de morrer de pena. Lula está naquela caverna lá em Curitiba porque se meteu à frente de uma excursão que tinha o objetivo de fazer uma montanha de coisas erradas por muitos e muitos anos. Foi fazendo e deixando fazer. E o grupo foi entrando de chão adentro e achando graça de tudo quanto era safadeza. Tudo era brincadeira e motivo de achar bonito. Uma asneira atrás da outra. 


E olhe que a militância tem é trabalhado pra tirar Lula da caverna. Querem porque querem tirar Lula de qualquer jeito. A última, um desembargador muito do malandro achou de achar que todo mundo é burro. Fez igual a muitos agentes penitenciários e soldados, que por pela gorjeta gorda dos parentes do preso, relaxam na guarda e deixam o cadeado aberto pra o preso escapulir na calada da noite. Depois colocam a culpa na parede da cela. 


Imagem da web

O desembargador, que agora se sabe ser vértebra da espinha dorsal do Partido dos Trabalhadores, se aproveitando do plantão, acatou dos advogados e de amigos do Lula um pedido de habeas corpus que, se cumprido, deixaria Lula livrinho da silva, a ponto de ainda pegar o metrô, passar na padaria pra tomar uma e assistir ao jogo pela televisão. Não tem uma só pessoa, e não precisa ser especialista em Direito, que não tenha percebido a esperteza do desembargador. Pra os dois casos, ainda não foi desta vez.

Por Pádua Marques (Padinha)

13/07/2018

ARTIGO: O Brasil e o atraso no desenvolvimento digital

Resultado de imagem para Janguiê Diniz – Mestre e Doutor em Direito

Há alguns anos, não era possível que o padrão de consumo fosse estimulado junto a uma política de desenvolvimento sustentável. Equilibrar o uso dos recursos naturais com a política de produção era tido por países desenvolvidos como impossível.

Quando falamos em indústria 4.0, o Brasil ainda engatinha no uso de tecnologias que unem automação e internet. Os números de uma pesquisa da PricewaterhouseCoopers (PwC) com 2 mil empresários em 26 países revelam a lentidão brasileira para se adaptar à “indústria do futuro”, em que as operações são digitalizadas e a análise de dados é primordial aos negócios.

A indústria 4.0 tem sido temida por muitos por ter sido associado à substituição da mão-de-obra humana por robôs, entretanto, sua premissa traz o uso da tecnologia e chega para tornar a produção mais eficiente e menos agressiva aos recursos naturais. A Indústria 4.0 utiliza-se da união de sistemas físicos e informáticos para analisar um grande volume de dados e possibilitar às máquinas um processo de aprendizagem. Ela é a utilização de uma série de tecnologias, como: robótica, simulação, integração de sistemas, internet das coisas, entre outras. Nesse sentido, o Brasil está longe do desenvolvimento no contexto da engenharia digital, da gestão integrada da cadeia de fornecimento e dos serviços digitais.


Um estudo realizado pela University of Washington divulgou que das 500 maiores empresas existentes, somente 60% vai existir daqui 10 anos. Isso porque elas não vão resistir à era digital e o produto, que hoje é fabricado, ou o serviço, que hoje é oferecido, não será mais consumido no futuro. Esse movimento de mudança está sendo criado pelas empresas disruptivas, que possuem uma mentalidade diferente da grande maioria.

Todas essas empresas apresentam processos tecnológicos que tem seis elementos característicos: vivem na busca da inovação, estão acompanhando a 4ª Revolução Industrial e as tecnologias mais recentes; são completamente voltadas para o digital; são fortes participantes e preocupadas com o ecossistema; são planejadoras exponenciais; são ágeis e são centradas no cliente. 

No Brasil, o investimento das empresas está bem abaixo do investimento tecnológico da média industrial mundial. Por aqui, apenas 21% dos empresários afirmam que vão investir cerca de 6% de seus recursos em inovação tecnológica. Enquanto isso, no mundo, a média é de 43%. A culpa por essa falta de investimento é justificável: todos os entraves já conhecidos pelos brasileiros, seja por falta de infraestrutura, falta de política de inovação, crise ética e econômica ainda sem perspectiva de fim, etc.

Comparando com a Alemanha, é possível entender mais claramente nosso atraso. Por lá, o conceito de Indústria 4.0 surgiu em 2011 e, na indústria automobilística, por exemplo, 80% das empresas usam inteligência artificial, automação e robótica, as chamadas máquinas inteligentes, que se autoalimentam. O investimento na educação para a criação de mão-de-obra especializada para acompanhar essa revolução também foi considerada essencial.

Somente uma em cada dez empresas brasileiras investe em inovação com operações digitais. A quarta revolução industrial é uma solução, não só para se destacar em meio a um cenário de crise, mas para sobreviver. É preciso melhorar a eficiência para fazer mais consumindo menos.

Janguiê Diniz – Mestre e Doutor em Direito – Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional – janguie@sereducacional.com

06/07/2018

ARTIGO: Entra em cena o profissional polivalente

Resultado de imagem para Janguiê Diniz
Janguiê Diniz
O mercado de trabalho vem passando, nos últimos anos, por grandes e profundas mudanças que exigem do profissional, seja de que área for, novas posturas. Se, no passado, muitos jovens sonhavam em ingressar no Ensino Superior, concluir os estudos, especializar-se em sua área de formação e ter como diferencial um “diploma”, agora, o que se vê são outras necessidades para garantir a sobrevivência no mercado.

O que se busca é o profissional multifuncional ou polivalente, aquele apto ao exercício de diversas atividades, não restrito a sua área de formação. Essa procura é resultado da competitividade e da instabilidade vividas pelas organizações. O profissional polivalente é o profissional do presente e do futuro.


Hoje, é preciso satisfazer as expectativas do mercado, cada vez mais competitivo. Em organizações com departamentos “enxugados” (primeiro pela globalização e desenvolvimento tecnológico e depois pela crise econômica vivida), a diferenciação é a única forma de conquistar e manter seu espaço. Estamos no século do conhecimento, do estudo permanente e continuado. Apenas uma graduação superior não é mais suficiente. É preciso estar sempre se atualizando e se qualificando. Os profissionais precisam, também, ter competências que sejam direcionadas para a geração de negócios para a empresa.

O ambiente de trabalho é extremamente competitivo e seletivo, o que faz com que o crescimento e os resultados de uma organização sejam obtidos à custa das competências pessoais, e não só de habilidades técnicas. São pré-requisitos para ter espaço no mercado atual: agilidade, coletividade e capacidade de gerar valor agregado ao produto. O profissional moderno precisa ter habilidade para trabalhar em equipe, compatibilizar inteligência, experiência e expertise e ter uma visão global. E, talvez, o mais importante: é preciso estar predisposto a aceitar mudanças e desafios constantes.

Muitas vezes, o profissional se prepara apenas por meio do estudo, com graduação, pós-graduação, cursos, idiomas, e, quando chega ao seu objetivo dentro de uma empresa, se acomoda. É aí que uma carreira pode entrar em derrocada. Isso porque as empresas contratam pela atitude, já que as atividades profissionais todos são capazes de aprender e desenvolver.

Nesse contexto, o conceito de trabalhabilidade pode ajudar a muitos. Trabalhabilidade é a capacidade de adaptação e de geração de renda a partir de habilidades pessoais. Quem possui trabalhabilidade é aquele profissional capaz de gerar renda, prestar serviços e se manter em atividade colaborando para o bom funcionamento do sistema. Para isso, tem que ser um profissional polivalente. Essa multifuncionalidade ajuda a manter o emprego e a trabalhabilidade.

O profissional que ganhará destaque no perfil do mercado de trabalho atual é aquele que sai da descrição do cargo e vai para a ação. Cada oportunidade em uma empresa é como uma nova escola: há muito o que aprender. Um colaborador com diferentes experiências pode trazer novas ideias e não apenas continuar fazendo o que era padrão.

 Janguiê Diniz – Mestre e Doutor em Direitor – Reitor da UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau – Reitor da UNAMA – Universidade da Amazônia – Reitor da UNIVERITAS – Centro Universitário Universus Veritas – Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional – janguie@sereducacional.com

29/06/2018

ARTIGO: Trabalhar na porta de casa, este é o negócio!

Pádua Marques
Quando eu era menino costumava ver meus irmãos mais velhos e até outros rapazes lendo umas revistas que ensinavam as pessoas a terem uma profissão de mecânicos, eletricistas, costureiras, técnicos em eletrônica, mecânicos de automóveis e outras tantas. Eram profissões que se imaginava naquele tempo dariam dinheiro. 

Eram os chamados cursos por correspondência, do Instituto Rádio Técnico Monitor e o Instituto Universal Brasileiro. O camarada se matriculava e ficava recebendo as aulas em apostilas. Ao final do curso recebia um diploma e um kit para iniciar seu próprio negócio. Depois abria uma oficina na porta ou nos fundos da casa, em alguma rua ou praça onde passava gente e estava criada a empresa. 


Conheci muita gente que fez estes cursos, abriu seu próprio negócio numa oficinazinha e se deu bem na vida. Pelo menos dava pra trazer todo dia pra dentro de casa algum troco que iria comprar o leite e a bolacha dos barrigudinhos. Estas revistas, se alguém for mais curioso, pode até encontrar na banca do bom e paciente velho Caçula, no centro comercial de Parnaíba. 

Esse negócio de cursos por correspondência foi coisa inventada pelos americanos, bichos danados pra gostar de ganhar dinheiro, após a dita Segunda Grande Guerra, com o objetivo de criar pontos de trabalho e ao que hoje chamamos de empreendedorismo, ou seja, dar condições pra que muita gente passasse a trabalhar por conta própria. Porque esse negócio de SENAI não era pra todo mundo, pois mal havia saído dos cueiros e o SEBRAE nem era nascido. 

E eu aqui com a mão no queixo imaginando naquela situação de na Parnaíba há tantos e tantos anos, coisa do tempo de Paulo Eudes, os passageiros do transporte alternativo ainda esperarem as vans embaixo de um pé de oiti ali na praça de Santo Antonio. Passaram os mandatos de Zé Hamilton e o de seu afilhado político Florentino Neto e essa situação não foi resolvida. E olhe que eu cobrei de todos eles uma posição. 

Agora assim que Mão Santa pôs os pés no gabinete, sua equipe andou se metendo a resolver tudo de uma vez. E de uma vez por todas aquele mondrongo em meio de cabeça. Mas só que escolheram pro dito terminal urbano, justo a vizinhança do Mercado da Quarenta, infestada de marginais, bêbados, desordeiros do Carandiru, que é como chamam aquele conjunto residencial. Dali será muito mais fácil e prático aos ladrões de celular e de bolsas de velhinhas, trabalharem sem nenhum problema na porta de casa. 


Aquele pessoal nem vai precisar atravessar a rua, pagar transporte, carregar marmita, pagar aluguel de escritório, boletos de luz, água e telefone, pagar funcionário. Aqueles ladrões do conjunto habitacional vão montar seus negócios, assim como fizeram no passado os jovens que fizeram cursos de eletricista e de eletrônica por correspondência, na porta de casa, olhando lá de cima. E vão de lá escolher as suas vítimas. Bem vizinhos de outro ninho de pouca vergonha e tudo quanto não presta, o Troca-Troca. 



Serão agora no coração da Parnaíba funcionando dois grandes corredores de negócios, igual à avenida Paulista e a Faria Lima em São Paulo ou a Quinta Avenida em Nova York. Será o maior complexo de dor de cabeça do mundo, onde ocorrerão a toda hora do dia e da noite, roubos de carteiras, bolsas de professoras aposentadas, agressões e vexames a estudantes, mulheres e crianças, roubos de celulares e tudo o mais. Junto com o Troca-Troca, em sobressalto vai perder apenas pra ilha de Manhattan. 

Por: Pádua Marques

28/06/2018

Consciência de consumo e de futuro

Resultado de imagem para Janguiê Diniz

Em tempos de crise, há que se pensar com cuidado no futuro do país. Falo do futuro tanto econômico, quanto social e ambiental. Como fazer para manter o equilíbrio e contribuir para que nós e o país possamos “sobreviver”. A chave está no consumo consciente, ou seja, usufruir dos recursos de forma responsável, pensando no reflexo de cada ato tanto para a economia pessoal, quanto para a qualidade de vida no planeta.

O consumo consciente é uma questão de hábito. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), se a população mundial continuar crescendo e mantiver o estilo de vida atual, em 2050, serão necessários três planetas Terra para suprir os recursos naturais necessários. A situação é preocupante e fez a Organização incluir, entre os 17 objetivos de sua Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável (da qual o Brasil é signatário), o consumo e a produção responsáveis.




O texto propõe, até 2030, reduzir pela metade o desperdício de alimentos per capita mundial e reduzir as perdas de alimentos ao longo das cadeias de produção e abastecimento. Também orienta as nações a reduzirem substancialmente a geração de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reuso.

Um estudo da Global Footprint Network indica que estamos consumindo 1,7 Terras por ano, ou seja, quase o dobro do que o planeta pode produzir. Nesse ritmo, a organização afirma que o dia 1º de agosto deste ano é o dia em que o consumo superará a produção – data que vem chegando mais cedo a cada ano. Pior: se o planeta todo tivesse os hábitos de consumo do Brasil, essa virada ocorreria em 19 de julho.

Três verbos que nos transformam em consumidores conscientes e nos ajudam a manter o controle: planejar, avaliar e escolher. Planeje para comprar menos e melhor, sem impulsos. Avalie a necessidade. Estamos em um momento delicado da economia e excessos podem acabar gerando problemas maiores. Escolha com calma, pesquise antes de realizar uma compra. Tal postura, além de reduzir o consumo desnecessário, ajuda a encontrar melhores preços e até juros mais baixos.

Economizar água e energia e aprender a controlar gastos pessoais têm sido tarefas árduas para muitas pessoas, no entanto, essas dificuldades podem ser minimizadas se mudarmos nossos atos no dia a dia, promovendo melhores condições de vida. É preciso buscar novas alternativas no setor elétrico, buscando formas de produção de energia que não dependam das hidrelétricas. Também necessitamos debater formas de consumo da água, um problema que não é novo, porém ainda pouco falado.

Devemos utilizar as recentes crises de escassez de água e energia elétrica como aprendizado e como reflexão sobre a maneira como consumimos tais recursos. Toda crise é uma ótima oportunidade para aprender, mudar comportamentos e atitudes. Além disso, ela pode e deve ser usada para criar novas oportunidades.

De nada irá adiantar campanhas para redução de consumo se elas ficarem restritas apenas aos períodos críticos. Mais vale a educação e a propagação do consumo consciente do que, a cada período de dificuldade, precisarmos mudar nossos hábitos de forma drástica. Pensar no futuro permite viver melhor até mesmo o presente.

Janguiê Diniz – Mestre e Doutor em Direitor – Reitor da UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau – Reitor da UNAMA – Universidade da Amazônia – Reitor da UNIVERITAS – Centro Universitário Universus Veritas – Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional – janguie@sereducacional.com

20/06/2018

PNE e os riscos da contramão do retrocesso

Resultado de imagem para Janguiê Diniz

 Até 2024, o Brasil precisa ver seus índices educacionais saltarem em proporções desafiadoras se quiser atingir as metas por ele mesmo estabelecidas no Plano Nacional de Educação (PNE). Quando, lá em 2014, o governo se propôs a elevar a taxa bruta de matrículas na educação superior para 50% e a taxa líquida para 33% já sabíamos que não seria uma missão simples. No entanto, naquele momento, motivados pelo incremento recente nas políticas públicas do setor educacional, vislumbrávamos um horizonte promissor.

A expectativa era de que, finalmente, a educação ganhasse status prioritário na agenda e no orçamento governamentais. Antes, o já velho discurso de que sem educação não há desenvolvimento não havia sido capaz de garantir, efetivamente, a atenção necessária à pauta. Agora, acreditava-se, as coisas seriam diferentes.


No entanto, o que se viu nos anos imediatamente seguintes foi um verdadeiro balde de água fria. Medidas como a interrupção drástica da expansão do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), política pública estratégica de acesso à educação superior, em nada contribuem para o crescimento dos índices de escolaridade da população brasileira. Pelo contrário, podem comprometer a manutenção de indicadores duramente conquistados nas últimas décadas.

Para se ter ideia do quanto estamos distantes de um contexto favorável ao alcance das metas do PNE, análise da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), em parceria com a Educa Insights, constatou que entre 2014 e 2016 a taxa bruta de matrículas na educação superior cresceu apenas 1% (de 33% para 34%) e a líquida 2% (de 16% para 18%). Por conta desse desempenho inicial, a projeção feita pelo estudo é de que, para atingir as metas do PNE relacionadas à educação superior, o país precisa apresentar crescimentos anuais de 4,8% nas matrículas totais para alcançar a taxa bruta e de 8,1% nas matrículas de pessoas com idades entre 18 e 24 anos para atingir o alvo estabelecido para a taxa líquida.

Acontece que, em geral, atingir metas demanda mais do que boa vontade, demanda investimento. Nesse sentido, medidas duras como o congelamento de gastos públicos por vinte anos, como ocorreu no final de 2016, representam um contrassenso às demandas e necessidades brasileiras, especialmente quando repercutem em políticas sociais. Hoje, o que o país precisa é colocar mais de 3,6 milhões de novos estudantes em instituições de educação superior (conquista que ainda nos deixaria muito distantes de um cenário de escolarização ideal).

Ao que parece, caminhamos a passos largos no sentido oposto ao que deveríamos trilhar para construir o país vislumbrado no Plano Nacional de Educação. Aos defensores de que a política educacional brasileira precisa focar em outros elementos que não metas, é importante lembrar que, especialmente quando falamos em educação, metas vão muito além de números frios. Aqui, elas também significam mais conhecimento, dignidade e perspectivas de melhores condições de vida para milhões de pessoas que ainda não possuem acesso a todos os níveis educacionais no país.

E se é verdade que contra números não há argumentos, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2017, recentemente divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dá o veredito final: pessoas sem instrução possuem rendimento médio de R$ 842 ao passo em que o ensino fundamental completo eleva esse valor para R$ 1409. Já a educação superior completo triplica o rendimento médio do cidadão em relação àquele que só estudou até o ensino médio.

Por tudo isso é que ou fazemos um ajuste urgente e estratégico de rota, de modo a retornarmos ao voo originalmente planejado, ou entraremos em uma contramão perigosa que nos levará de volta a terras longínquas para as quais não gostaríamos e jamais imaginamos retornar.

Mestre e Doutor em Direito - Reitor da UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau - Reitor da UNAMA - Universidade da Amazônia - Reitor da UNIVERITAS - Centro Universitário Universus Veritas - Fundador e Presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional –janguie@sereducacional.com

16/06/2018

Artigo: Cambota e Fogoió, os dois meninos.


Eles foram o terror do bairro onde moravam quando crianças e já engrossando o talo da pinta continuaram dando trabalho a todo mundo e vergonha aos pais. Nessa época de São João, naquele tempo, eles se danavam a correr numa venda pra comprar toda sorte de fogos, desde os inocentes peidos de velha às terríveis e poderosas bombas de quinhentos, capazes de levantar por mais de vinte metros uma lata de querosene. 

Cambota foi criado cheio de vontades pelo pai porque nem a mãe aguentou as peraltices dele. Filho único de um quitandeiro, se esteve algum dia à escola foi somente pra bater nos outros e no segundo dia de aula ser expulso. O pai achava de dizer que ninguém precisava estudar pra ganhar dinheiro. Ele mesmo tinha tudo e nunca passou um dia sequer sentado em banco de escola. Tinha dinheiro na burra e muitos burros lhe obedecendo. 



O menino se criou sozinho feito bicho bruto, batendo e apanhando na rua e quando era contrariado se armava de um caco de vidro e corria a rua pra tomar satisfações com o desafeto. Nesse período de festas juninas ia ele direto na gaveta da quitanda, tirava o apurado e ia até a esquina comprar traques e bombas. Negócio dele era bomba, daquelas mais potentes e que incomodavam a vizinhança. Noite toda. 

Era um menino feio, baixo, gordo, cambota, cabelo raspado, calção imundo, fedendo a pena de galinha molhada. Mesmo tendo todos esses defeitos não era desrespeitoso com os mais velhos. Algum adulto ralhasse com ele, metia o rabo entre as pernas e procurava o caminho de casa. 

Agora Fogoió não. Fogoió Azedo como outros e muitos o chamavam pelas costas. Também foi um menino criado por uma mãe e um pai que faziam tudo aquilo que ele queria. Os vizinhos, quando ele era ainda criança, passaram poucas e boas com as travessuras dele. Assim como Cambota, nessa época de São João, transformava a vida do bairro onde morava num inferno. 

Toda a cidade temia pelo que poderia acontecer quando aqueles dois maus elementos um dia se encontrassem. Aí o diabo iria sair da garrafa por cima ou por baixo. E este dia aconteceu num dia de junho. Colocaram o mundo de cabeça pra baixo e tocaram fogo. Amarraram traques em rabo de cachorros, soltaram bombas debaixo de latas e dentro de garrafas e explodiram até o muro da igreja. Coisa pouca pra eles. 

Este Fogoió Azedo, nunca foi cria de gente. Criado sim à imagem e semelhança do cão. Quando adulto se transformou num grande negociante, cheio de enrolada, venda de tudo em quanto achasse pela frente. Vendia e trocava de tudo, desde geladeira velha, bateria de carros, pneus, móveis antigos, moedas, terrenos, material de construção, vergalhão, madeira e se bestasse, até arma de fogo, tudo. Esta semana passada eu vi dois sujeitos parecidos se cumprimentando na televisão, Trump e Kin-Jong Um. Meteu medo.

Por: Antonio de Pádua 
 

COOKIES