
Médicos do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (HEDA), em Parnaíba, informaram que pretendem paralisar as atividades a partir do dia 1º de janeiro em razão do atraso no pagamento dos salários, que já chega a cerca de dois meses. As informações foram encaminhadas ao portal PHB em Nota por profissionais de saúde da unidade, por meio do Instagram do portal, em mensagens distintas.
Uma nota pública, enviada à redação, relata que ainda não foi paga a competência referente ao mês de outubro, mesmo com os atendimentos sendo mantidos diariamente. Os profissionais destacam que o mês de dezembro se encerra sem qualquer garantia de regularização e com incertezas quanto ao pagamento da competência de novembro.
No texto, os médicos afirmam que a justificativa de ausência de repasse não condiz com os dados disponíveis no Portal da Transparência da Secretaria de Saúde do Estado do Piauí (Sesapi). Segundo a denúncia, constam registros de empenho e liquidação referentes às competências de outubro e novembro, o que contradiz a alegação de que os recursos ainda não teriam sido transferidos.
A nota também aponta diferença de tratamento em relação a outras unidades administradas pela mesma organização social, o Instituto Saúde e Cidadania (ISAC). Conforme o relato, outras unidades estariam com pagamentos mais atualizados, enquanto os médicos do HEDA seguem com salários atrasados.
Em outra mensagem, enviada posteriormente por outro profissional de saúde, também via Instagram, foi informado que um compromisso de pagamento assumido recentemente não foi cumprido. De acordo com o relato, a justificativa apresentada foi um suposto impasse bancário, explicação questionada pelo profissional, já que os valores aparecem como empenhados e liquidados no Portal da Transparência. O pagamento citado refere-se, segundo a mensagem, ao salário do mês de outubro.
Os profissionais ainda relatam um ambiente de insegurança e falta de transparência, com receio de possíveis retaliações contra quem cobra explicações sobre os atrasos. Entre as reivindicações estão explicações formais por escrito, comprovação documental do fluxo financeiro, apresentação de um cronograma real de pagamento e garantia de não retaliação.
Apesar da mobilização e da paralisação anunciada, os médicos afirmam que permanecem comprometidos com o atendimento à população, mas alertam que não há assistência segura e digna quando trabalhadores da saúde permanecem sem salário e sem previsibilidade.
O PHB em Nota informa que o espaço segue aberto para manifestação da Secretaria de Saúde do Estado do Piauí (Sesapi), da direção do HEDA e da organização social responsável pela gestão da unidade.
Da redação do Portal PHB em Nota