03/10/2025

Advogado Wallyson Soares alerta para sensação de insegurança em Parnaíba, enquanto Teresina mantém altos índices de violência

Apesar da expressiva redução nos homicídios registrada no litoral, Teresina segue com altos índices de violência, enquanto moradores de Parnaíba ainda relatam medo e apreensão.

Foto: Teresina - Divulgação (FMC) e Parnaíba - Magno Bonfim/TV Clube

A violência no Piauí apresentou queda significativa nos últimos anos, mas ainda enfrenta desafios importantes, principalmente em sua capital. Dados oficiais da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-PI) mostram uma redução consistente nos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI) em cidades como Parnaíba, enquanto Teresina continua registrando números preocupantes.
Segundo a SSP-PI, Parnaíba completou 33 dias consecutivos sem homicídios até o final de agosto de 2025, um feito inédito na região. Até aquele mês, haviam sido registrados 24 casos de mortes violentas intencionais, contra 47 em todo o ano de 2024, representando uma queda de aproximadamente 49%. A taxa de MVI no município também caiu drasticamente: de 46,3 por 100 mil habitantes em 2022 para 23,5 em 2025.

Apesar dos avanços nos índices de homicídios, especialistas alertam que os dados oficiais contrastam com o sentimento da população, que ainda transmite sensação de insegurança e medo diário em Parnaíba. Casos recentes, divulgados em agosto de 2025 e em redes sociais, incluem a atuação de facções criminosas no Residencial Dunas, com ameaças a moradores e invasões de residências.

Além disso, comerciantes da tradicional Feira do Troca-Troca, no centro de Parnaíba, denunciaram falta de segurança, abandono e descaso com o espaço. Em postagem publicada em 6 de agosto de 2025, um comerciante afirmou: “Está muito perigoso, sem segurança. Nós precisamos pelo menos do guarda patrimonial para passar aqui umas duas vezes pela manhã porque eu mesmo já corri o risco de ser esfaqueado em frente ao meu comércio. A gente trabalha com muita sorte na vida porque se depender da sociedade que entrar aqui e ver a situação, volta com medo. Tem roubos constantes e pequenos furtos, precisamos de ajuda”.

Esses episódios sugerem que, embora os números oficiais indiquem evolução, a redução da criminalidade ainda não se traduz em segurança plena percebida por todos os moradores da cidade.

Segundo o advogado Eleitoral Wallyson Soares, os números precisam ser analisados com cautela: “Os dados oficiais são importantes, mas não podemos ignorar o que a população sente no dia a dia. A insegurança percebida em bairros de Parnaíba mostra que ainda há muito a ser feito.”
Em paralelo, a SSP-PI destaca que o estado registrou reduções não apenas nos homicídios, mas também em crimes patrimoniais. O relatório “Panorama Atual” aponta que, entre 2022 e 2024, houve queda de 20% nos homicídios dolosos. No mesmo período, roubos de celulares caíram 41%, roubos de veículos 27% e latrocínios 24%.

Teresina ainda concentra grande parte da criminalidade do estado. Embora os números da capital possam ser consultados no painel de estatísticas da SSP-PI (DataSSP), as autoridades reconhecem que os desafios são maiores em áreas urbanas com crescimento populacional acelerado, desigualdade social e maior atuação do crime organizado.
Para o advogado Wallyson Soares, o enfrentamento da criminalidade deve ser contínuo e estruturado: “A segurança no Piauí deve ser tratada como um direito de toda a população, além de investimentos efetivos em policiamento, tecnologia, investigação, a política de segurança envolve processo de inclusão social, crianças e adolescentes só são cooptados por facções e grupos de drogas por que o Estado não os inclui.

De acordo com o advogado, em vez de investir em políticas públicas que acompanhem os jovens desde a formação escolar e ofereçam espaços seguros, como atividades no contraturno, o Estado tem priorizado quase exclusivamente o reforço do aparato militar.
Ele defende ainda mais rigor na destinação de verbas públicas: “A violência em Teresina atinge hoje lugares sagrados como escolas públicas a exemplo da morte de Alex Moura de 16 anos dentro de uma escola estadual de Teresina.”

Segundo Wallyson, a prioridade deve ser ampliar os recursos federais para a segurança no estado, mas de forma integrada com outras políticas públicas acompanhadas de mecanismos de transparência no uso desse dinheiro: “Só assim será possível reduzir a violência e garantir que os piauienses vivam sem medo”, conclui.

AsCom

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