28/05/2018

Sem combustível: postos limitam venda no litoral e Teresina entra em emergência

Medidas são reflexos da greve dos caminhoneiros, que reduziu a frota de transporte público em 50% e deixou 95% dos postos sem combustível no estado.

Consumidores tentam armazenar combustível em Teresina (Foto: Roberto Araújo/G1)

Com a greve completando uma semana no Piauí nesta segunda-feira (28), o prefeito de Teresina, Firmino Filho (PSDB), decretou situação de emergência devido à falta de combustível na cidade. No Litoral, postos limitaram o abastecimento e restringiram a forma de pagamento a apenas dinheiro. Os impactos são sentidos no transporte público e na venda de alimentos à população.




As medidas de contenção de gastos são reflexos da greve dos caminhoneiros, que reduziu a frota de transporte público em 50% e deixou 95% dos postos sem combustível no estado.

Os caminhoneiros continuam mantendo protestos em rodovias federais e estaduais, em cinco cidades do estado. No terminal de petróleo, em Teresina, a Associação dos Motoristas de Aplicativos do Piauí decidiu nesta manhã deixar o local, ponto de manifestação da categoria desde a última quinta-feira (24). A Polícia Militar comunicou à categoria nesse domingo (27) que uma ordem judicial autorizava a retirada, mas os manifestantes saíram voluntariamente.

Motoristas de aplicativo decidiram deixar terminal de petróleo de Teresina (Foto: Lorena Linhares/G1)

Decreto de emergência
De acordo com o decreto de emer, os outros serviços públicos essenciais que serão mantidos referem-se à Saúde, à Educação e à Coleta de Lixo. A prefeitura de Teresina criou um comitê de gerenciamento de crise para tentar manter serviços essenciais à população.

O objetivo do comitê é propor ou adotar medidas preventivas ou reparatórias, administrativas ou judiciais, para garantir a manutenção desses serviços.

“Na saúde existe um estoque para atendimento, há um planejamento para que até quinta-feira (31) não tenhamos dificuldade. Por isso nossa preocupação para que se resolva logo. Quanto ao transporte público, só há combustível para que os ônibus possam rodar hoje até meio dia”, informou o secretário municipal de governo, Charles da Silveira.

Apesar do decreto, as aulas em escolas municipais foram mantidas. “Hoje temos combustível ainda para que o transporte escolar aconteça normalmente. Mas vamos avaliar na tarde de hoje para saber a possibilidade do funcionamento amanhã”, afirmou Charles da Silveira.

Ônibus abastecem com diesel em postos comuns, neste domingo (27) (Foto: Roberto Araújo/G1)

Para tentar amenizar a situação do transporte público, a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) está cadastrando veículos particulares que possam fazer transporte remunerado de emergência. Os interessados devem se dirigir à Strans, na Avenida Pedro Freitas 1227, bairro Vermelha.

Abastecimento limitado

Postos de Teresina já não têm mais gasolina (Foto: Roberto Araújo/G1)

Já chega a 95% o total de postos sem combustível no Piauí, segundo o presidente do Sindicato dos Postos Revendedores de Combustíveis, Alexandre Valença. No Litoral do estado, o postos limitaram o abastecimento e restringiram a forma de pagamento, não aceitando cartões de crédito ou débito, apenas dinheiro.

Transporte

Ônibus foram flagrados parados em terminal (Foto: Roberto Araújo/G1 PI)

Em função do problema causado pelo desabastecimento, a frota de ônibus em Teresina foi reduzida em 50% nesta segunda-feira (28). A Superintendência de Transportes e Trânsito (Strans) informou que está cadastrando veículos particulares que possam fazer transporte remunerado de emergência.

A situação também afetou as empresas de ônibus de viagem, que tiveram que fazer cancelamentos e reduziram 30% da frota no Terminal Rodoviária Lucídio Portela, em Teresina. Segundo as concessionárias, os clientes estão sendo informados das mudanças de horário ou reembolsados caso solicitado.

Também houve redução na frota de táxi de Teresina. De acordo com a cooperativa da categoria, apenas metade dos veículos está circulando desde o domingo (27) por falta de combustível.

Voos cancelados

Cinco voos foram cancelados em Teresina por falta de abastecimento. (Foto: José Marcelo / G1)

Cinco voos foram cancelados em Teresina por falta de abastecimento de querosene de aviação. Os cancelamentos começaram na sexta-feira (25), com dois voos. No sábado (26), quatro voos foram cancelados e no domingo (27), mais um.

Em nota, a Infraero comunicou que continua monitorando a situação e que alertou os operadores de aeronaves para que avaliem seus planejamentos de voos definindo uma estratégia de abastecimento de acordo com o estoque disponível nos terminais de origem e destino.

Nesta segunda-feira (28), a Infraero informou que o aeroporto de Teresina está na lista dos que não possuem combustível e que está em contato com órgãos públicos relacionados ao setor aéreo para garantir a chegada dos caminhões com combustível de aviação.

Apesar da falta de combustível, o aeroporto está aberto e têm condições de receber pousos e decolagens. Nos terminais em que o abastecimento está indisponível no momento, as aeronaves que chegarem só poderão decolar se tiverem combustível suficiente para a próxima etapa do voo.

Universidades suspendem aulas

Universidade Federal do Piauí - UFPI (Foto: Fernando Brito/G1)

As três universidades públicas do Piauí e mais duas faculdades particulares de Teresina anunciaram a suspensão das aulas desta segunda-feira (28). As Universidade Federal (UFPI) e Estadual do Piauí (Uespi) informaram a interrupção das atividades acadêmicas.

O Instituto Federal do Piauí (IFPI) comunicou a suspensão das aulas nos campi de Teresina, Piripiri, Picos, Angical e Cocal. Os demais polos funcionam normalmente.

Alimentos

Supermercados limitam compras de produtos para não zerar estoque (Foto: Kairo Amaral/TV Clube)

A Nova Ceasa, em Teresina, que desde o iníco da greve tem sofrido com o desabastecimento, informou que o funcionamento nesta segunda-feira (28) está mantido normalmente, mesmo com o volume reduzido de mercadorias.

"Houve uma redução de 80% na entrada de produtos e alguns deles já não estão disponíveis à venda. Muitas cargas perecíveis estão paradas nas barreiras da manifestação espalhadas por todo o Brasil. Outro agravante é a inevitável elevação de preços", declarou a Ceasa em nota.

Supermercados em Parnaíba e Luís Correia, Litoral do Piauí, estão desde sexta-feira (25) limitando às compras de produtos de hortifruti para não zerar o estoque. Placas fixadas alertam os clientes para o limete de até três quilos por produto.

Fonte: G1 PI

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