01/03/2014
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Foto ilustrativa |
Operação da Delegacia de Crimes de Alta Tecnologia do
Piauí (Dercat) revelou nesta terça-feira um esquema de prostituição no
Estado agenciado via internet. Na investigação, foi descoberto um agente
público que gastou R$ 3 mil com garotas de programa usando cartão
corporativo. Na lista estão políticos, empresários e profissionais
liberais.
A operação foi batizada de Book Eletrônico e prendeu
Renato Rosberg Figueiredo de Morais, 28 anos, acusado de fazer os
agenciamentos. Ele vai responder por uso indevido de imagem, rufianismo e
favorecimento à prostituição. Segundo a delegada Daniela Barros, do
Serviço de Operações Especiais (Soe), pelo menos 20 garotas fariam parte
da rede de agenciamento.
A polícia chegou até o esquema após denúncia de uma
universitária de 20 anos que foi vítima do suposto agenciador. Ela
registrou boletim de ocorrência na delegacia no mês de dezembro,
informando à polícia que teve sua imagem publicada em um site de
prostituição como garota de programa.
A delegada Daniela Barros informou que o acusado usava
como isca fotos de mulheres bonitas e publicava nas redes sociais para
atrair clientes. De acordo com a delegada, quando o cliente se
interessava pela pessoa da foto, o acusado dizia que a garota não estava
disponível, mas que haveria outra semelhante para o programa.
"O que chamou atenção é que ele usava imagem de jovens
que não eram garotas de programa e oferecia aos clientes. Isso causa um
dano irreparável para a vítima", afirmou a delegada.
A polícia informou ainda que os programas eram feitos em
motéis e festas de despedida de solteiro que aconteciam em sítios na
zona rural de Teresina. Segundo a delegada, um gestor público está sendo
investigado por usar num só dia o cartão corporativo para pagar orgias
com prostitutas.
"Descobrimos que políticos e empresários usavam o
agenciador para terem encontros com prostitutas. Haverá outra
investigação paralela porque encontramos um comprovante de pagamento no
valor de R$ 3 mil de um gestor público que chegou a pagar esse valor em
um programa usando cartão corporativo", disse. "Estamos buscando agora a
proveniência, valores de despesas e a que órgão pertence o gestor",
afirma a delegada, que não forneceu mais detalhes para não atrapalhar as
investigações.
A polícia revelou ainda que o acusado já atuava há cerca
de quatro anos explorando garotas. Ele faturava até R$ 1 mil com o
agenciamento, relava a investigação. Além da prisão do acusado, foram
apreendidos computadores, celulares e outros aparelhos eletrônicos para
serem periciados. A polícia divulgou um vídeo em que o agenciador é
visto negociando quatro garotas para um único cliente.