O vereador David Soares voltou a fazer duras críticas à administração do prefeito Francisco Emanuel durante entrevista concedida após a sessão da Câmara Municipal. Segundo ele, em apenas dez minutos não seria possível listar todos os problemas da gestão, por serem numerosos, mas citou exemplos que considera “fatos notórios” e que já estariam causando prejuízos ao município.
Entre as denúncias feitas, o parlamentar relembrou que o próprio prefeito gravou um vídeo afirmando que existiam contratos superfaturados dentro da prefeitura. Até o momento, porém, nenhum contrato foi revelado publicamente, nem explicado o suposto prejuízo aos cofres públicos. “Ele falou que havia superfaturamento, mas nunca mostrou quais contratos são esses. Isso pode representar milhões e ninguém sabe o que aconteceu”, afirmou.
Outro ponto levantado foi a aprovação de uma lei municipal modificada de forma irregular, com alteração de conteúdo e data retroativa, o que estaria gerando pagamentos ilegais. Para o vereador, a medida representa mais uma ilegalidade cometida pela atual gestão. Ele também denunciou que o prefeito ultrapassou o limite de gastos com pessoal, descumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal e colocando Parnaíba “na mira do Tribunal de Contas”.
David Soares declarou ainda que o prefeito utiliza uma estrutura de comunicação financiada com recursos públicos para atacar adversários e vereadores da oposição, citando como exemplo uma publicação em que Francisco Emanuel insinuou que parlamentares estariam chantageando sua gestão por portarias. “Ele finge ser bonzinho em público, mas nos bastidores age com perseguição. O povo já está enxergando quem ele realmente é”, disse.
O vereador informou que protocolou requerimento de informação solicitando a lista completa de servidores comissionados, após ouvir relatos de nomeações de pessoas de outras cidades recebendo salários pagos pelo município. Também citou denúncias de contratos com emissoras de comunicação que sequer possuem sinal em Parnaíba, mas estariam recebendo pagamentos da prefeitura.
Para o parlamentar, a Câmara terá que definir se estará ao lado da população ou do prefeito. “Ou tratamos o povo como patrão, ou tratamos o prefeito como patrão. Eu já fiz minha escolha”, declarou. Ele afirmou ainda que, apesar de não haver pedido formal de impeachment, o conjunto de possíveis ilegalidades pode levar a essa discussão “mais cedo ou mais tarde”.
David também questionou o destino de quase R$ 1 bilhão do orçamento municipal, afirmando que o dinheiro não se traduz em benefícios para a população. Como exemplo, citou a tentativa da gestão de comprar R$ 2,5 milhões em bombons, valor que só não teria sido gasto graças à denúncia feita pela oposição. “Dá para construir um posto de saúde com esse dinheiro. É dinheiro escorrendo pelo ralo sem passar pelo crivo da Câmara”, criticou.
Ao finalizar, o vereador reafirmou seu compromisso com o papel fiscalizador: “Eu nunca pedi nada pessoal ao prefeito. O que eu peço é o calendário de pagamento dos servidores, melhorias na saúde, transparência. O povo sabe quem está do lado dele”.
Da redação do Portal PHB em Nota