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Foto: Felipe Cruz / TV Cidade Verde
Dois chineses foram detidos nesta quarta-feira (25) em Parnaíba, litoral do Piauí, suspeitos de contrabandear barbatanas de tubarão e cavalos-marinhos, em operação conduzida pela Polícia Federal (PF), com apoio da Polícia Ambiental e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Imagens obtidas com exclusividade pelo Cidadeverde.com mostram caixas cheias e centenas de barbatanas espalhadas pelo chão da residência.
A denúncia partiu de vizinhos do bairro Nova Parnaíba, que se incomodaram com o forte cheiro de peixe vindo da casa. Segundo relatos, a primeira denúncia ocorreu há dois anos. A Vigilância Sanitária tentou inspecionar o local, mas os suspeitos se recusaram a abrir a residência, o que levou à mobilização da PF e das autoridades ambientais.
De acordo com os vizinhos, os suspeitos traziam o material para a casa durante a madrugada. Além disso, foram encontrados comprovantes de pagamentos bancários, sugerindo movimentações financeiras ligadas ao comércio ilegal do produto.
De acordo com o delegado Albert Sérvio, da Polícia Federal, o material apreendido provavelmente seria enviado para São Paulo.
Segundo levantamento preliminar feito pela vigilância sanitária, foram encontradas 81 caixas cheias, totalizando aproximadamente 2 toneladas de material apreendido.
Os cavalos-marinhos estavam congelados em freezers.

Foto: Felipe Cruz / TV Cidade Verde
Durante a vistoria, os agentes também identificaram uma ligação clandestinha de energia elétrica no imóvel, prática popularmente conhecida como "gato de energia". Os dois chineses foram conduzidos para a sede da Polícia Federal em Parnaíba, onde permanecem à disposição da Justiça.
Crime ambiental
No Brasil, a captura e o comércio de barbatanas de tubarão são proibidos pela legislação ambiental. A prática é considerada crime, já que ameaça diretamente a sobrevivência de espécies marinhas e desequilibra os ecossistemas costeiros. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) fiscaliza e aplica sanções contra quem comercializa, transporta ou mantém esse tipo de material.
Além da legislação nacional, o Brasil é signatário de acordos internacionais que combatem o chamado finning, prática em que as barbatanas são retiradas e o animal devolvido ao mar ainda vivo, onde morre de forma lenta. A atividade é condenada por organizações ambientais em todo o mundo por ser uma das principais causas da redução drástica da população de tubarões.
A pena para crimes de contrabando e infrações ambientais envolvendo animais marinhos pode incluir prisão, multa e perda de todo o material apreendido.
Fonte: Cidadeverde.com