Perícia inicia processo de exame de insanidade do padrasto acusado de matar família envenenada

Adolescente de 17 anos, que chegou a ser internada pelo envenenamento, e outras pessoas do convívio da família serão ouvidas como parte da perícia.

Francisco de Assis, acusado de envenenar a família (Foto: TV Clube)

A Perícia iniciou nesta terça-feira (12) o processo do exame de insanidade de Francisco de Assis Pereira da Costa, de 53 anos, no Instituto Médico Legal de Teresina. Ele e a companheira Maria dos Aflitos Silva são acusados de matar sete pessoas da mesma família e uma vizinha por envenenamento em Parnaíba, Litoral do Piauí.

Segundo o delegado Abimael Silva, uma adolescente de 17 anos, que chegou a ser internada pelo envenenamento, e outras pessoas do convívio da família serão ouvidas como parte da perícia que pode comprovar a insanidade mental de Francisco de Assis.

O diretor do IML, médico Antônio Nunes, confirmou que duas enteadas do Francisco de Assis já foram ouvidas no processo. Além delas, a companheira Maria dos Aflitos, que está presa. Também serão ouvidos um irmão e a mãe de Francisco. Ele também prestará depoimento no próprio exame de insanidade.

Nunes explica que a perícia é necessária para confirmar algum problema psicológico. “A convivência demostra conhecimento de como você age em diversas situações. Quando você faz entrevista com irmãos, com a mãe, você consegue traçar esse perfil desde a infância”, disse o diretor.

Francisco de Assis Pereira da Costa deve passar por uma série de exames mentais. Se for constatada a incapacidade, mesmo que esteja preso (provisoriamente ou em cumprimento de pena), o réu deve ser internado em manicômio judiciário ou outro estabelecimento equivalente.

O pedido de exame de insanidade mental foi solicitado pela Defensoria Pública do Estado do Piauí. O defensor público Antônio Caetano, da 8ª Defensoria, protocolou o pedido com base no Código de Processo Penal, que prevê o chamado “Incidente de insanidade”, que consiste no procedimento para verificação, através de perícia médica, da saúde mental do réu, em processo penal.

A primeira audiência de instrução e julgamento de Maria dos Aflitos e Francisco de Assis Pereira da Costa estava prevista para dia 30 de julho, porém foi adiada para 5 de setembro devido ao resultado de sanidade metal do acusado não sair no prazo previsto.

CRIMES

Francisco de Assis e Maria dos Aflitos (Foto: TV Clube)

A Polícia Civil do Piauí concluiu que o casal Maria dos Aflitos Silva e Francisco de Assis Pereira da Costa é responsável pela morte de oito pessoas por envenenamento. Em menos de seis meses, sete membros da mesma família e uma vizinha foram assassinados com terbufós, um pesticida altamente tóxico. Em 6 de março de 2025, o casal foi indiciado por 23 crimes.

Maria dos Aflitos foi presa em 31 de janeiro de 2025 e confessou o assassinato de Maria Jocilene da Silva, sua vizinha, alegando que acreditava que isso ajudaria a libertar Francisco, preso anteriormente. Ela afirmou que os primeiros envenenamentos foram cometidos por Francisco, que desprezava seus filhos e netos.

O primeiro caso ocorreu em agosto de 2024, quando os netos de Maria, João Miguel Silva, de 7 anos, e Ulisses Gabriel Silva, de 8, morreram após ingerirem suco contaminado. O casal tentou incriminar uma vizinha, Lucélia Maria da Conceição, que chegou a ser presa suspeito de entregar cajus envenenados as crianças.

No dia 1º de janeiro de 2025, cinco membros da família comeram um arroz envenenado durante a festa de pós-réveillon, preparado por Maria e Francisco. Após isso, todas as cinco pessoas morreram em dias seguintes, sendo dois filhos e três netos de Maria dos Aflitos. A última vítima de envenenamento foi Maria Jocilene da Silva, morta após beber café na casa de Maria.

IRMÃOS MORTOS EM 2024

Outros dois filhos de Francisca Maria também morreram envenenados, mas no ano passado. Em 2023, Francisca Maria perdeu dois filhos, João Miguel Silva, 7 anos, e Ulisses, 8 anos. A Polícia Civil voltou a investigar esse caso, após laudo descartar que os cajus dados por uma vizinha aos meninos não estavam envenenados. A suspeita foi solta da prisão após seis meses de reclusão na Penitenciária Feminina de Teresina.

Fonte: Portal da Clube News