Acusado de atirar e matar marido de secretária na frente das filhas vai para o Tribunal do Juri no Piauí

Segundo a Polícia Civil, Juniel Assis matou João Rodrigues Neto pela promessa de receber R$ 5 mil. Os mandantes do crime impuseram a condição de que João fosse morto, obrigatoriamente, na frente das filhas.

Suspeito de matar homem na frente das filhas é preso no Sul do Piauí — Foto: Reprodução/Redes sociais

Juniel Assis Paes Landim, acusado de matar João Rodrigues Dias na frente das duas filhas pequenas, será julgado pelo Tribunal do Juri no dia 23 de maio. Segundo a Polícia Civil, Juniel Assis matou João Rodrigues Neto pela promessa de receber R$ 5 mil. Os mandantes do crime impuseram a condição de que João fosse morto, obrigatoriamente, na frente das filhas.

Os demais réus no processo ainda não têm data para julgamento. Eles apresentaram recursos, que devem ainda ser julgados. Como Juniel não tinha mais recursos para interpor, o seu julgamento foi desmembrado e adiantado.

O advogado de defesa que representa a família da vítima e assistente de acusação Cícero Batista comentou ao g1 que, na avaliação da acusação, a separação dos julgamentos favorece os mandantes do crime.

"Tira o foco de quem planejou e criou o crime, de quem pagou pelo assassinato. Além de imputar uma carga menor de responsabilidade do que se [julgados] todos juntos", disse o advogado.

Vingança

João Rodrigues foi morto a tiros na frente das filhas em São Raimundo Nonato — Foto: Reprodução/Instagram

Segundo a Polícia Civil, o assassinato foi uma vingança dos filhos de Pedro Ferreira, que morreu em um acidente de trânsito em que João Rodrigues foi envolvido. Os mandantes pagariam R$ 5 mil ao executor para cometer o crime na frente das filhas.

O inquérito da Polícia Civil, usado para a denúncia contra os acusados, indiciou seis pessoas pelo homicídio. No entanto, o Ministério Público denunciou oito pessoas pelo crime. Apenas dois deles continuam presos. Quatro deles são irmãos, filhos de Pedro Ferreira:

• Paulo Ferreira Pereira (apontado como mandante) - PRESO
• Patrícia Ferreira Pereira (irmã de Paulo Ferreira)
• Precilia Ferreira Pereira Fernandes F (irmã de Paulo) - IMPRONUNCIADA
• Luiz Ferreira dos Santos Neto F (irmão de Paulo) - IMPRONUNCIADO
• Mauro Viana de Almeida (marido de Patrícia Ferreira)
• Roniglesias dos Santos Silva (dono do carro em que o autor dos disparos fugiu)
• Juniel Assis Paes Landim (apontado como autor do crime) - PRESO
• Juliermes Braga Paz Landim (apontado como quem teria escondido a arma do crime)

A Justiça pronunciou seis deles a serem julgados pelo Tribunal do Juri: o executor, Juniel Assis, que deve ser julgado em 23 de maio, os irmãos Paulo Ferreira e Patrícia Ferreira, Mauro Viana, Roniglesias dos Santos e Juliermes Braga, que ainda não têm data de julgamento.

Já os irmãos Precilia Ferreira e Luiz Ferreira foram impronunciados. O juiz Carlos Alberto Bezerra afirmou, na decisão, que não viu indícios de participação dos dois no crime. O advogado de defesa que representa a família da vítima e assistente de acusação, Cícero Batista, comentou que a acusação recorreu dessas decisões de impronúncia.

A impronúncia é um o ato que pode ser tomado pelo juiz que, diante da ausência de provas quanto à materialidade do fato ou de indícios suficientes de autoria ou de participação num determinado crime, nega seguimento à ação penal, e pode chegar à extinção do processo.

Ainda segundo Cícero Batista, a acusação ainda aguarda o resultado de diligências de investigação que podem levar a novas acusações contra essas pessoas.

João Rodrigues Neto Dias foi assassinado no Centro da cidade, no dia 13 de setembro. O crime foi executado quando ele estava com as duas filhas, de 8 e 11 anos. Segundo a Polícia Civil, o homem que executou o crime receberia R$ 5 mil para matar João, com a exigência de que ele fosse morto diante das filhas.

Uma câmera de segurança registrou o momento (veja vídeo acima) em que João Rodrigues foi assassinado na frente das duas filhas, enquanto passava de moto em uma rua no Centro de São Raimundo Nonato.

Segundo a polícia, os suspeitos de serem os mandantes são familiares de Pedro Ferreira, um idoso que morreu vítima de um acidente de trânsito em junho de 2022.

Ele colidiu com um animal quando conduzia uma moto. Logo atrás, em um carro, João Rodrigues desviou dos animais na pista e atropelou Pedro. O laudo da Polícia Civil concluiu que João não teve culpa no acidente.

Os filhos de Pedro presenciaram o acidente e a morte do pai e, segundo a polícia, passaram a ameaçar João de morte. Por ter visto o pai morrer, eles teriam ordenado que João fosse executado na frente das filhas, duas meninas menores de 10 anos.

Fonte: Portal G1 PI