09/03/2023

Polícia faz operação contra empresários suspeitos de desvio de emendas parlamentares, no Piauí

Fotos: PC-PI

A Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor) deflagrou nesta quinta-feira (9) a “Operação Fomento” para cumprir seis mandados de busca e apreensão em Teresina contra empresários suspeitos de desvio de emendas parlamentares de vereadores da capital.

A Polícia Civil afirmou que os mandados de busca e apreensão foram cumpridos com o objetivo de encontrar mais provas de um esquema descoberto para desviar valores provenientes de emendas parlamentares de dois vereadores de Teresina. Os recursos públicos foram destinados para a realização de eventos de carnaval em bairros da zona norte no ano de 2020.

Os valores destinados pelas emendas dos vereadores para os eventos de carnaval em 2020 foram de aproximadamente R$ 800 mil e, segundo a polícia, não houve a devida prestação de contas por parte das pessoas que receberam esses valores.
Foram cumpridos apenas mandados de busca e apreensão, então não foram realizadas prisões provenientes dessa investigação. São alvos da operação uma associação privada de defesa de direitos sociais, um produtor cultural e dois empresários. Um dos empresários foi autuado em flagrante após ser localizada na sua residência uma arma de fogo.

A investigação
O delegado Francisco Dennis Lustosa Sampaio informou ao Cidadeverde.com que as emendas de dois vereadores, uma no valor de R$ 414.500,00 e outra de R$ 373.500,00 mil, totalizando R$ 788 mil, foram destinadas pelos parlamentares para a Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (Semel), que contratou um instituto, que é uma associação privada de defesa de direitos sociais, para realização de eventos de carnaval. Esse instituto repassou todo o dinheiro para uma empresa privada que teria sido a responsável por realizar os eventos.

Foi a Controladoria do Município que encontrou irregularidades na prestação de contas e denunciou para a polícia. “A investigação começou a partir da comunicação da Controladoria do Município de que a prestação de contas de dois termos de Fomento, que é um instrumento legal de parceira com organizações da sociedade civil. A Semel fez uma parceria com um instituto para realizar eventos de Carnaval nos bairros Pedra Mole, Cidade Jardim, naquela região da zona leste. Foram destinados aproximadamente de R$ 800 mil provenientes das emendas de dois vereadores e a Controladoria disse que a prestação de contas do instituto apresentava irregularidades”, informou.

Segundo o delegado, o instituto que recebeu o dinheiro das emendas parlamentares contratou uma empresa privada e ao prestar contas, não especificou os gastos que foram realizados, dessa forma não conseguindo comprovar que usou devidamente o dinheiro para o evento de carnaval.

“Eles apresentaram apenas uma nota única com todas as despesas. No decorrer da investigação ouvimos várias pessoas, músicos, pessoas que prestaram serviços nos eventos. Por exemplo, falamos com os músicos, que informaram que após o evento, receberam o pagamento em espécie. Não tinha contrato, nada confirmando a prestação efetiva desse serviço. Depois eles apresentaram apenas uma nota única sem especificar cada um dos serviços realizados”, destacou.

A operação realizada nesta quinta-feira teve como alvo um instituto, um produtor cultural e dois empresários. Na casa de um dos empresários foi encontrada uma arma de fogo e ele foi autuado em flagrante.

“Também apreendemos um carro, porque a investigação apontou que esse carro teria sido comprado com o dinheiro das emendas. O carro estava no nome de outra empresa, não a que fez o evento, mas de uma empresa de um amigo do investigado”, explicou o delegado Francisco Dennis.

A investigação agora continua e a polícia espera conseguir mais provas com a realização dos mandados de busca e apreensão. Até o momento não existe provas de envolvimento dos vereadores que fizeram a destinação das emendas.

“Eu prefiro não divulgar os nomes dos vereadores, pois a investigação continua. Não se sabe até que ponto eles poderiam estar envolvidos, pois até o momento não há indícios que tenham envolvimento”, destacou.

Bárbara Rodrigues
redacao@cidadeverde.com

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