17/07/2021

Advogado suspeito de estuprar faxineira é transferido para a Penitenciária Irmão Guido em Teresina

Nessa quinta-feira (15), o juiz Markus Calado converteu a prisão em flagrante de Jefferson Moura Costa pela preventiva.

Penitenciária Irmão Guido, na BR 316 em Teresina — Foto: Gil Oliveira/ G1

O advogado Jefferson Moura Costa, suspeito de estuprar uma faxineira em seu apartamento, na Zona Leste de Teresina, foi transferido nesta sexta-feira (16) para a Penitenciária Regional Irmão Guido. O G1 não conseguiu contato com a defesa do advogado.

Por ser advogado, o suspeito estava detido em uma cela especial no 12º Distrito Policial de Teresina, após ter sido preso em flagrante. Nessa quinta-feira (15), o juiz da Central de Inquéritos de Teresina, Markus Calado Schultz, decidiu converter a prisão em flagrante pela preventiva.

Com a preventiva decretada, Jefferson Moura foi transferido nesta sexta-feira para a Penitenciária Regional Irmão Guido. A informação foi confirmada ao G1 pelo delegado Ademar Canabrava, do 12º Distrito Policial.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Piauí, decidiu pela suspensão do registro do advogado Jefferson Moura Costa. Depois do ocorrido, a entidade abriu um processo disciplinar, através do Tribunal de Ética e Disciplina, para investigar a conduta do suspeito.

Vítima prestou depoimento
Central de Flagrantes de Gênero de Teresina — Foto: José Marcelo/G1

Segundo o depoimento da vítima, que consta nos autos de flagrante de prisão, por volta das 15h ela chegou com o suspeito no prédio para prestar o serviço de faxineira. A vítima relatou que quando entraram de carro no prédio, o advogado teria se virado de forma a evitar que ela fosse vista pelo porteiro.

A faxineira disse que quando entrou no apartamento, o advogado trancou a porta. Ela então foi até um quarto para fazer a limpeza e no local encontrou uma grande quantidade de camisinhas novas e usadas, que estariam espalhadas pelo local.

Conforme o depoimento, a vítima afirmou que começou a suspeitar do advogado, principalmente porque estranhou a ausência de roupas e objetos femininos, suspeitando que ele havia mentido sobre ter uma esposa. Ela disse ter sentindo algo estava errado e que seria estuprada.

No depoimento, a faxineira afirmou ter sido surpreendida pelo advogado, que a agarrou e então teria ocorrido o estupro. Segundo a vítima, durante o ato, o advogado falava que ela merecia morrer. A mulher destacou que durante o ato forçado, o homem usou camisinha.

A vítima disse que o advogado ameaçou matar ela com um tiro de arma de fogo. Depois do estupro, o homem teria sentado em um sofá e começado a ler um livro. Foi quando ela procurou uma forma de fugir.

Fingindo estar fazendo a faxina, a vítima percebeu que poderia fugir pela janela, foi quando pulou da sacada do apartamento e pediu ajuda em um prédio próximo. Um morador acionou a polícia.

Segundo os autos de prisão, a Polícia Militar foi acionada e quando foi até o prédio onde o advogado mora, flagrou ele chegando no local com outra mulher, que também era faxineira.

Advogado responde por homicídio
O advogado Jefferson Moura Costa, responde pelo homicídio do cabo do Exército Arione de Moura Lima, ocorrido em abril de 2010, no município de Picos, Sul do Piauí.

De acordo com o processo, na noite do dia 25 de abril de 2010, o advogado atirou no peito da vítima, que estava na calçada de casa, no bairro Paraibinha (Cohab). Jefferson chegou a ser preso após o crime, mas acabou sendo colocado em liberdade e, 11 anos depois, o caso ainda não foi julgado.

O acusado estava respondendo em liberdade quando, em novembro de 2014, a Justiça avaliou um pedido de prisão preventiva do Ministério Público. No pedido, o MP afirmava que após ser solto o réu havia se envolvido em um acidente automobilístico na Bahia, que resultou na morte de duas pessoas.

O órgão disse ainda que o advogado foi preso em flagrante em Teresina por corrupção ativa, desacato e porte ilegal de arma de fogo. O MP acreditava que caso continuasse em liberdade o acusado poderia comprometer a ordem pública. O pedido foi negado pelo juiz Nilcimar R. De A. Carvalho, da 5ª Vara da Comarca de Picos.

Fonte: Portal G1 PI

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