28/05/2020

Sistema hidráulico de presídio no PI é limpo após morte de 5 presos por suspeita de infecção pela água

A Sejus informou ao G1 que, até esta quarta-feira (27), à tarde, 37 internos da Cadeia Pública de Altos estão internados em hospitais de Teresina devido infecção ainda não identificada.

Amostra de água da Cadeia Pública de Altos é coletada para análise após presos morrerem por infecção ainda não identificada — Foto: Divulgação/Sejus

A Secretaria de Justiça do Piauí (Sejus) informou que o sistema hidráulico da Cadeia Pública de Altos recebeu uma limpeza após a morte de cinco detentos por suspeita de infecção pela água da unidade.

O órgão informou ao G1 que, até a tarde desta quarta-feira (27), 37 presos continuam internados em hospitais de Teresina devido à doença, que ainda não foi identificada.

Nessa terça-feira (26), a Defensoria Pública do Piauí (DPE) solicitou à Justiça a soltura ou prisão domiciliar de presos da Cadeia Pública de Altos.

Os primeiros detentos começaram a adoecer no início do mês e a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) chegou a testá-los para Covid-19, por medida de segurança, mas os resultados foram negativos.

A Sejus afirmou que foram realizadas a limpeza da caixa d’água e da tubulação do presídio, além da aplicação de dosador de placas de cloro no poço e sanitização no local. De acordo com o órgão, a partir de agora serão feitos monitoramentos semanais, com coleta e análises da água da unidade.

Conforme a primeira análise da Vigilância Ambiental da Sesapi após o trabalho, a água da cadeia já não oferece qualquer perigo de contaminação.

"Observamos um resultado muito positivo. Uma quantidade excelente e adequada de cloro, com PH ideal", disse o coordenador Antônio de Sá.

"Com a presença do cloro, não há presença de microrganismos na água e, assim, eliminamos qualquer possibilidade dela causar doenças às pessoas que a consomem”, completou Antônio de Sá.

A Sejus já havia informado que está ofertando água mineral para o consumo dos detentos, servidores e confecção da alimentação enquanto investiga a possível causa da infecção. Na cadeia também foi estruturada uma enfermaria e o atendimento médico na unidade foi reforçado.

Equipes de médicos plantonistas, infectologistas, enfermeiros e técnicos de enfermagem avaliam, diariamente, todos os internos do presídio. A secretaria informou que uma equipe externa faz o acompanhamento diário com boletins médicos do estado se saúde dos que se encontram hospitalizados.

Vistoria e exames para presos e servidores

A Justiça determinou que a DPE realizasse uma vistoria no local, além de outras medidas, incluindo a transferência de presos para outras unidades prisionais. A decisão não tratou sobre a soltura ou prisão domiciliar dos detentos do local, pedido feito pela Defensoria.

O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Estado (Sinpoljuspi) pede que a Sejus realize testes e exames em todos os presos e policiais penais que tiveram algum sintoma de contaminação.

"Entendemos que é necessário fazer exames médicos em todos os presos, todos os policiais penais que tiveram sintomas, para se ter dimensão precisa do tamanho do problema, senão todos os dias podem surgir presos com sintomas", declarou um dos diretores do Sindicato, Vilobaldo Carvalho.

O diretor de Assistência Militar da Sejus, coronel Luís Antônio Pitombeira, informou que uma frente de trabalho composta pela Sejus, Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi), Vigilância Sanitária e pela construtora responsável pela obra da CPA trabalham para resolver a situação.

Fonte: G1 PI

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