29/11/2019

FMS vai abrir processo administrativo para investigar conduta de agentes no Piauí

Fotos: Yasmin Cunha/Cidadeverde.com

A Fundação Municipal de Saúde informou na tarde desta quinta-feira (28) que vai instaurar processo administrativo para avaliar a conduta dos profissionais da Gerência de Zoonoses (Gezoon) durante recolhimento de cães na zona Sudeste de Teresina.

O modo como os animais são apreendidos gerou discussão sobre maus-tratos. A informação da Fundação foi divulgada à imprensa.

Nota FMS

A FMS informa que irá instaurar processo administrativo para avaliar a conduta dos profissionais da Gezoon durante recolhimento de cães em situação de rua, conforme vídeo publicado nas redes sociais. 

Informa também que recolheu os animais depois de denúncia de que eles estavam agredindo pessoas que estavam passando pela rua. 

Atualmente, os cães encontram-se no canil aguardando o prazo de 72 horas, previsto pelo código sanitário, para que os possíveis tutores possam ir buscá-los. Após este prazo, caso os tutores não apareçam, os animais serão encaminhados para adoção.

Protetores de animais e representantes de organizações não-governamentais (ONGs) registraram um boletim de ocorrência na Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente nesta quinta-feira (28) após tomar conhecimento da apreensão três cachorros pela Zoonose em frente a um call center na zona Sudeste de Teresina.

Eles defendem que as imagens "são fortes" e está claro o crime de maus-tratos praticado pela equipe. 

Os protetores confirmaram ao Cidadeverde.com que com os boletins de ocorrência em mãos irão a sede da Zoonose na zona Norte tentar retirar os três cachorros e encaminhá-los ao abrigo de cães Lar do Nando onde ficarão disponibilizados pela adoção. O abrigo está localizado no bairro Jacinta Andrade.

Jane Haddad, fundadora da Apipa (Associação Piauiense de Proteção aos Animais) repudiou a maneira como o recolhimento dos animais ocorreu. 

"Nós tivemos conhecimento do caso por meio da repercussão do vídeo nas redes sociais. Os cachorros são conhecidos dos moradores e comerciantes. Eles são dóceis e cuidados. As imagens são super fortes. Eles inclusive chegaram a fazer xixi e coco. Quando os cachorros fazem isso é porque estão sentindo dor, e não medo. Não era para eles serem arrastados e enforcados”, disse.

A estudante Natana Martins, do grupo Protetores de Patinhas, que também acompanha o registro da ocorrência, relatou que, em conversa com testemunhas oculares, os animais não eram abandonados, inclusive um deles possui dono mas ainda assim todos foram levados pela Zoonose.

A Comissão de Defesa dos Animais da OAB também acompanha os protetores na delegacia. “Nós queremos dar esse apoio jurídico e também investigar essa denúncia de maus-tratos”, comentou a vice-presidente da comissão, a advogada Larissa Marques.

Moradores e trabalhadores da região também estão prestando queixa por conta da ocorrência. 



A servidora pública Iranildes Sipalba presenciou a cena e gravou o resgate. Ela disse que antes de iniciar a gravação ela pediu que a equipe tivesse mais cuidado com os animais. "Eu nem chamo de resgate. Foi uma truculência. Uma violência. Não tinha um equipamento de proteção, não tinha uma coleira, fucinheira. Eles precisam trabalhar adequadamente e não do jeito como fizeram. Eu ficava pedindo pra terem cuidado, e nada", relatou.

A equipe da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente informou que a delegada responsável pelo caso irá se pronunciar após ouvir todas as partes. Nesta quinta, prestam depoimento a parte denunciante. A Zoonose deverá ser intimada nas primeiras horas de sexta (29) para prestar esclarecimentos.

Flash Carliene Carpaso
carliene@cidadeverde.com

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