31/08/2018

Justiça nega pedido da Polícia de afastar os três servidores investigados da Semar



A Polícia Civil do Piauí pediu nesta sexta-feira (31) o afastamento das funções dos três servidores da Secretaria Estadual do Meio Ambiente presos durante a Operação Natureza, deflagrada ontem (30). A justificativa do Greco foi de que os suspeitos soltos e voltando a trabalhar, algumas provas poderiam ser alteradas. O poder judiciário negou a solicitação da Polícia. Eles são investigados por supostas fraudes e corrupção em licenciamento ambiental.


Com o pedido de afastamento negado, o superintende da Semar, Carlos Moura Fé, e os dois auditores ambientais, Daniele Melo Vieira e Fabrício Napoleão, já podem retornar ao exercício das funções. Até porque os três já estão livres.

A delegada que preside o inquérito policial, Rejane Piauilino, decidiu por liberar os sete presos na operação por entender que a investigação possui provas para comprovar a corrupção passiva e ativa na liberação ilegal de licenciamento. 

O coordenador da Greco, delegado Willame Moraes, explicou que não tendo mais razão para manutenção da prisão temporária, que é de cinco dias, o preso pode ser liberado.

De acordo com ele, as provas já coletadas são fortes e comprovam “a atuação das pessoas presas no esquema de corrupção”. Os atos analisados são de 2012 a 2015, e as investigações continuam entre os anos de 2015 a 2018.

“Nós solicitamos da autoridade judiciária que as os funcionários envolvidos não voltassem para as suas funções para não prejudicar as investigações, pedimos o afastamento das funções públicas, porque o ambiente que ocorreu a corrupção foi dentro da secretaria e eles retornaram para as mesmas funções de comando o que pode acarretar, não estou dizendo que vai, mas há possibilidade de dificultar a colheita de provas, a distribuição de provas, e continuar com as ações delitivas já que as pessoas estão na mesma função. O pedido de afastamento foi negado pelo Judiciário”, disse o delegado.

Apesar dessa negação, determinados arquivos da Semar estão invioláveis. Logo, alguns documentos não poderiam ser acessados sem a presença de um policial. 



A decisão judicial é da 4° Vara Criminal, juíza Júnia Maria Feitosa Bezzera Fialho. No documento, a juíza também determinou a não divulgação da quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico para não violar a intimidade, garantida pela Constituição Federal, dos investigados enquanto o inquérito policial não fosse concluído a fim de não ocorrer uma condenação social antes da conclusão do processo.

Willame ressaltou que com as pessoas presas, a polícia só teria dez dias para concluir o inquérito. Com eles soltos, o tempo de conclusão é maior. O período de tempo maior de investigação é importante diante da quantidade de provas apreendidas.

“A polícia na busca de provas usa várias ações. A prisão solicitada foi a temporária e serve para o delegado possa trabalhar com mais tranquilidade na coleta de provas, e uma vez atingido esse objetivo, pode ser determinado a soltura dos indivíduos. Foi isso que aconteceu. A delegada entendeu que já tinha provas o suficiente. As provas são bastante claras”. 

Nesta sexta-feira (31), dois servidores da Semar foram intimados para prestar esclarecimentos. O delegado Willame acrescentou que as provas coletadas serão analisadas, mais pessoas serão ouvidas e novas prisões poderão ocorrer. 

Somente ontem foram cumpridos sete mandados de prisão temporária e dez mandados de busca e apreensão. 

Prisão em flagrante
Um dos empresários presos ontem permanece detido, mas não por causa da operação. Apesar de ter sido liberado pela Greco, Carlos Alberto do Prado Tenório, o Bebeto Tenório, foi preso em flagrante pela posse de um silenciador de arma de fogo, que é proibido. Esse dispositivo só é permitido com autorização do Exército Militar, que também participou da operação.

Os outros três empresários presos na operação também foram soltos: César Moura Fé, Ivoneta Gontijo e Tiago Junqueira.

Fonte: Cidadeverde.com

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