Estudantes executam autoexames em pescadores da região litorânea do Piauí
Acadêmicos de Odontologia da Universidade Estadual do Piauí, Campus Prof. Alexandre Alves de Oliveira, em Parnaíba, realizam mutirões de orientação e prevenção do Câncer de Boca com pescadores dos municípios de Parnaíba e Luís Correia. O projeto iniciou em 2016 e já contempla 500 atendimentos gratuitos que acontecem mensalmente em reuniões do sindicato dos pescadores, na Clínica de Odontologia da UESPI, e também incluem visitas domiciliar divididas por região.
O projeto de extensão tem como objetivo a prevenção do câncer de boca em uma parcela da comunidade de risco, que seriam os pescadores. Segundo o coordenador do projeto, Prof. Dr. Carlos Falcão, a patologia ocorre devido a fatores predisponentes: exposição solar, etilismo, fumo, próteses mal adaptadas e fragmentos de dentes.
Durante o segundo ano de ação do projeto, período de 2016 a 2017, foram realizadas ações mensais por 20 alunos do curso de Odontologia da UESPI, em parceria com o Sindicato dos Pescadores do município de Parnaíba.
“O projeto consiste em levar à categoria vulnerável, palestras e orientações sobre a prevenção do câncer de boca e orientação correta sobre o autoexame bucal”, explica o coordenador Carlos Falcão. Segundo ele, o tratamento exige atuação de equipes multiprofissionais (dermatologista, enfermeiro, oncologista, cirurgião-dentista estomatologista e patologista oral) e a contribuição dos estudantes é imprescindível. “Realizamos exames e, se forem observadas lesões suspeitas ou fatores predisponentes, estes são encaminhados para equipes na Clínica de Odontologia da UESPI e realizados os demais exames como o histopatológico”, alertou.
A discente de Odontologia, Humbelina da Silva, acompanhou os pacientes com alteração tecidual identificada em triagem, na primeira edição do projeto. “Repassei esclarecimentos sobre o câncer de boca e saúde bucal, além de orientação da correta realização do autoexame com distribuição de material ilustrativo confeccionados pelos próprios discentes”, explicou.
A equipe monitorou dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e estima que o câncer de boca está muito associado ao cigarro e outros fatores de riscos como alcoolismo e a má higiene oral. “Buscamos modificar realidades e melhorar a qualidade de vida dos assistidos, além de disseminar o conhecimento do autoexame e a importância da visita periódica ao dentista para assim favorecer o diagnóstico precoce do câncer de boca”, acrescenta Humbelina.
Prof. Dr. Carlos Falcão orientando alunos na Clínica de Odontologia da UESPI
Câncer de Boca
O Ministério da Saúde indica que o câncer de boca afeta os lábios e o interior da cavidade oral. Dentro da boca devem ser observados gengivas, bochechas, céu da boca e língua (principalmente as bordas e região embaixo da língua). Segundo o órgão, as incidências ocorrem com maior frequência em homens acima dos 40 anos, mas podem afetar pessoas de ambos os sexos e de todas as idades, até mesmo em crianças.
A estimativa de casos em 2016, conforme o INCA, foi de 15.490, sendo 11.140 homens e 4.350 mulheres, e o número de mortes em 2013 contabilizou 5.401, sendo 4.223 homens e 1.178 mulheres. Se diagnosticado no início e tratado da maneira adequada, a maioria (80%) dos casos desse tipo de câncer tem cura.
Assessoria de Comunicação - UESPI