22/09/2017

Secretário faz apelo aos grevistas e quer indenização por danos em presídio

Secretário de Justiça, Daniel Oliveira (Fotos: Wilson Filho)

O secretário Estadual de Justiça, Daniel Oliveira, fez um apelo aos grevistas nesta sexta-feira (22) durante entrevista ao vivo no Jornal do Piauí. Daniel pediu que todos os agentes penitenciários retornem ao trabalho. A categoria completa hoje 13 dias de greve, numa paralisação tensa e de confronto nas penitenciárias do Estado. 

“Voltem ao trabalho pessoal. Esse movimento paredista, atuando no comando de greve, só trouxe prejuízo a você agente penitenciário. Voltem ao regular trabalho, nós estamos dispostos a cuidar de vocês que estão voltando a cumprir as ordens do estado e da lei. Nós não vamos nem perseguir nem fazer nada acima ou abaixo da lei. Faço esse apelo. Esse movimento grevista já deu o que tinha que dar”, disse o secretário em entrevista ao Jornal do Piauí.


Daniel Oliveira garantiu que o movimento fez com que cargos importantes ocupados por agentes penitenciários e estratégicos para a categoria fossem entregues à Pasta. Agora, os cargos foram ocupados por policiais militares como, por exemplo, a Diretoria de Administração Penitenciária. “Eles foram obrigados a entregaram os cargos, eu os recebi enquanto Estado e imediatamente tive que ocupá-los porque não podiam ficar vagos”, comentou o secretário, ressaltando que permanecerá assim mesmo com o fim da greve.

Outra questão levantada pelo secretário é de que o Sindicato dos Agentes Penitenciários deverão arcar com os prejuízos, somados na casa de R$ 1 milhão, da Penitenciária de Floriano, na localidade de Veredas Grande, durante o motim realizado ontem (21) pelos detentos.

“Nós vamos ter que acionar o sindicato para pagar esse prejuízo da Veredas Grande. Eu não vou aceitar que o governador e o Estado retire o dinheiro de escola, de hospital, para pagar esse prejuízo. Essa organização que atuou de forma paralela ao Estado foi que ocasionou o motim”, disse o secretário. 

Daniel Oliveira ressaltou que os agentes penitenciários já receberam reajuste em mais de 6% em 2017. Por isso, não tem como um novo aumento ser autorizado no mesmo ano. As demais demandas apresentadas pelo comando de greve são consideradas vazias pela secretária. 

A categoria iniciou a greve com as demandas de melhorias nas condições de trabalho, dos presídios e um novo reajuste salarial. 

Devido o movimento, os agentes restringiram a entrada de novos presos nas penitenciárias, de visitas aos presos que já estão no sistema e da entrada de alimentos/produtos pelas visitas.

A informação é de que o motim na unidade de Floriano foi porque os agentes não teriam permitido a entrada de mantimentos levados por familiares dos presos. 

No dia 14 de setembro deste ano, o Tribunal de Justiça determinou que pelo menos 60% dos agentes penitenciários retornassem ao trabalho e que mantivessem a rotina de atividades nas penitenciárias. 

Com relação à entrada de mercadorias por familiares de detentos, o Sindicato reagiu dizendo que o “Estado está atendendo as regalias do crime organizado. Os presos impuseram a sua vontade, o Estado poderia usar o legítimo uso da força. O Estado é obrigado a conceder alimentação aos presos, não existe essa de alimentação levado pela família como forma de atender as regalias”, disse o assessor jurídico do sindicato, Vilobaldo Carvalho. 


Carlienne Carpaso
carliene@cidadeverde.com

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