01/12/2015

Piauí tem 42 casos de síndrome Guillain-Barré e zica pode ser a causa

Número é quase o dobro do registrado em 2014, afirma secretaria de Saúde.
Dados apontam relação entre as doenças, mas ainda não há certeza.



O Piauí registrou 42 casos da síndrome Guillain-Barré em 2015, o número é quase o dobro do compilado no ano passado, quando 23 pessoas desenvolveram a doença. O Ministério da Saúde averigua se o grande aumento de casos está ligado com a epidemia de dengue e zica registrada neste ano.

Recentemente, o ministério confirmou a relação entre o zika vírus e a microcefalia, que tem 36 casos registrados no estado.

“O aparecimento da síndrome se dá sempre após uma infecção. Todas as vezes que acontece um grande número de infecções, os casos de Guillain-Barré sobem. Mas neste ano, parece que o zica vírus atingiu mais pessoas do que se esperava, a magnitude foi enorme. Com isso, os gráficos mostram que semanas após os casos, o número de pessoas com a síndrome aumentou, por isso da relação”, disse Marcelo Adriano, neurologista, da Secretaria da Saúde do Piauí.

A síndrome Guillain-Barré é uma doença neurológica rara, que não tem causa definida, mas pode ser associada a doenças virais. Ela causa fraquezas ascendentes e paralisias flácidas, que costumam começar pelos membros inferiores e podem atingir as vias respiratórias.

“Todas as vezes que temos uma infecção, nosso organismo produz anticorpos que tentam eliminar as bactérias. Em algumas situações, esses glóbulos brancos erram o foco e acabam atacando o revestimento dos nossos nervos. Em dado momento, o corpo percebe o erro e cessa a produção dos anticorpos, mas aí o dano no nervo já aconteceu”, explicou o neurologista.

Para o médico da Sesapi, as doenças transmitidas pelo mosquito aedes aegypti (dengue, chikungunya e zica) e os efeitos causados por elas, como o aumento de casos de microcefalia e síndrome Guillain-Barré representam o maior desafio da saúde páblica brasileira dos últimos anos.

“A prioridade número um é acabar com o mosquito e tentar estancar esse ciclo. Ainda não temos vacina contra essas doenças e por isso temos que nos precaver. O quadro que enfrentamos está sendo um dos maiores desafios da saúde pública dos ultimas décadas no Brasil”, disse

Fonte:G1/PI

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