11/04/2015

População interdita rodovia contra eólicas e resort na Pedra do Sal, litoral do Piauí


Dezenas de pessoas realizaram na manhã deste sábado (11/04) uma manifestação pacífica na comunidade da Pedral do Sal, litoral do Piauí. Eles são contra a construção de um resort na orla da praia e a ampliação do parque eólico.

A comunidade interditou a PI-116 que interliga o centro comercial de Parnaíba a Praia da Pedral do Sal. Segundo os moradores, a instalação das usinas eólicas aterra lagoas nativas, desmata vegetações locais e tira o direito deles de ir e vir em áreas que antigamente eram utilizadas para o extrativismo.
“Estamos reivindicando os nossos direitos. A eólica tem um slogan muito forte: sustentabilidade. Mas pra gente é que não é, pois eles estão destruindo a nossa vegetação, prejudicando as nossas lagoas e gerando apenas empregos temporários. Eles afirmam que geram empregos, mas não é fixo. Depois que ela se instala ninguém da comunidade fica trabalhando. E outra, não aguentamos mais o barulho que essas torres fazem. Estamos sufocados”, desabafou a líder comunitária Norma Sueli.


Já a área do resort fica a 400 metros da orla da praia da Pedra do Sal. O investimento se deu após nove meses de estudos. Segundo a empresa responsável, o empreendimento contará com um condomínio, bangalôs, piscinas, restaurantes, entre outras acomodações de luxo. Só nesta primeira fase de articulação já foram gastos R$ 8,5 milhões. Segundo informações dos moradores, a construção do resort tem previsão de gerar 131 impactos positivos e 189 negativos ao ambiente.

“Esse resort na realidade é um loteamento que está se instalando dentro de lagoas com peixes, e assim a gente não aceita. Outro problema é o kite surf que acaba afastando todo o nosso peixe aqui da costa, e com a chegada deste empreendimento irá aumentar a vinda desses esportitas. Estamos aqui defendendo o nosso direito de sobrevivência, enquanto eles estão enriquecendo com o seu capitalismo. E nós queremos democracia para sermos ouvidos pelas autoridades”, afirmou o pescador Antônio de Pádua.

Durante o manifesto, uma barricada foi montada com redes de pesca e uma canoa. Os manifestantes ainda atearam fogo em entulho e pneus. O que gerou desconforto para alguns moradores. Policiais Militares, sob o comando do Tenente Wilton Alves, estiveram no local visando garantir a ordem pública. A via foi liberada por volta das 10h.








Fonte: PMN/Por Kairo Amaral

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