O Ministério Público está investigando a seca da Lagoa do Portinho. Na manhã desta quinta-feira (23), a investigação terá um novo capítulo. Acompanhado das polícias Civil, Militar e Federal, o promotor Antenor Filgueiras Lobo Neto fará uma visita ao local e examinará a denúncia de que barragens particulares estão represando água e comprometendo o abastecimento do cartão postal. Segundo o representante da Justiça, caso sejam descobertos crimes ambientais, os responsáveis serão presos em flagrante.
"Há inúmeras situações que podem resultar em prisão em flagrantes.
Nunca fui à Lagoa do Portinho, Será a primeira vez. Como não sei o que
vou encontrar, acionei Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Federal,
Ibama, Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Secretaria Municipal de
Meio Ambiente e OAB", argumentou o promotor.
No fim do ano passado, no auge da seca, a Lagoa do Portinho
praticamente desapareceu. Por causa da estiagem, do movimento das dunas e
da devastação da vegetação, ela quase secou.
Em março, com o período chuvoso, a água voltou a dar as caras no
local. Mesmo assim, a situação estava crítica. O problema levou
empresários a denunciarem desvios de águas feitos por donos de
propriedades rurais na região. A denúncia levou a TV Cidade Verde até um
sítio, que estaria sendo abastecido por causa do desvio de um dos rios
que abastecem a Lagoa do Portinho e, só após estar completamente cheio,
liberaria o excedente em seu curso natural.
Nesta semana, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Semar) afirmou
que, com as últimas chuvas, 70% do volume da Lagoa do Portinho foi
preenchido. O secretário Ziza Carvalho, inclusive, se mostrou confiante
na recuperação do local.
Ziza Carvalho salientou, porém, equipes de especialistas enviadas
pela Semar para investigar supostos desvios de água constataram que os
problemas existentes não são suficientes para causar a seca na lagoa.
"Verificamos duas passagens molhadas, pequenas barragens, para
localidades privadas, mas isso não seria suficiente para fazer a lagoa
secar. O fator determinante foi realmente o climático e vários órgãos de
controle estão se deslocando para lá para comprovar que aquilo não era a
causa", explicou.
flaviomeireles@cidadeverde.com