
O sistema de transporte público de Parnaíba está à beira de uma paralisação por tempo indeterminado, segundo informações repassadas por profissionais do setor que, em meio ao sigilo e à tensão, decidiram tornar público o que classificam como “a pior crise já enfrentada pelo transporte da cidade”.
Representantes das cooperativas COOPERTRANP e ASSEMROUP, responsáveis por praticamente toda a operação no município, afirmam que não conseguem mais sustentar o serviço e vêm tentando, sem sucesso, um diálogo direto com o prefeito Francisco Emanuel, reivindicando medidas urgentes para evitar o colapso completo.
Apesar de diversas reuniões marcadas, nenhuma solução avançou. Empresários, motoristas e cobradores relatam que estão endividados, sem condições mínimas de manter a frota circulando, e que aguardam uma postura do prefeito antes de tomar uma decisão drástica que impactará a rotina da população.
O Ministério Público já acompanha o caso, mas a situação segue sem encaminhamento. Uma nova reunião está marcada para a tarde desta sexta-feira (05/12), porém a expectativa é baixa entre os profissionais, que afirmam não acreditar em avanços concretos.
Um sistema que opera no limite
Os trabalhadores e proprietários descrevem um cenário que já ultrapassou a noção de crise e se tornou um colapso funcional. Segundo eles, o transporte público de Parnaíba está sendo sustentado apenas pelas cooperativas, sem qualquer tipo de amparo financeiro do município.
Veja os pontos mais críticos relatados:
- A prefeitura não repassa nenhum recurso para custear gratuidades;
- Grande parte dos passageiros não paga — a lei garante a gratuidade, mas ninguém cobre esse custo;
- Meia-passagem sem controle algum, gerando prejuízo crescente;
- Veículos saem às ruas sem garantia de que pagarão o combustível do dia;
- Manutenção preventiva não é mais feita — só quando o ônibus quebra;
- Contratar cobradores tornou-se impossível;
- Renovar a frota virou um sonho distante;
- Circular aos domingos e feriados está fora de cogitação;
- Proprietários estão desistindo de linhas por puro desespero financeiro.
Para além da situação estrutural, motoristas e cobradores relatam desgaste emocional. Muitos afirmam que, além de trabalhar em condições precárias, ainda precisam lidar com reclamações de usuários que acreditam que a prefeitura banca a gratuidade — algo que, segundo eles, não acontece.
Da redação do Portal PHB em Nota