12/12/2025

Casal colombiano recrutava conterrâneos para atuar como cobradores no Piauí

Foto: Divulgação / SSP

Deflagrada na manhã desta quinta-feira (11), a segunda fase da Operação Macondo revelou novos personagens do esquema de agiotagem, lavagem de dinheiro e outros delitos praticados no Piauí. Eles ofereciam empréstimos sem qualquer formalização contratual, com juros que ultrapassavam 30% ao mês.

Segundo o delegado Filipe Bonavides, da Superintendência de Ações Integradas, um casal de colombianos, Daniela Ceron e Oscar Medina, veio ao Brasil após passar uma temporada no Chile para chefiar o esquema de agiotagem no Piauí.

“O Oscar era o articulador principal do outro grupo que a gente prendeu. Os dois são colombianos, estavam há algum tempo no Chile e depois vieram ao Brasil. Vieram com capital para começar esse tipo de trabalho aqui e vieram cooptando pessoas da Colômbia para chegarem ao Brasil e fazerem esse trabalho como cobradores, o perfil de pessoas presas na primeira fase”, explica o delegado.

Na primeira fase da operação, 10 estrangeiros foram presos por oferecer e realizar cobranças de empréstimos feitos às vítimas. A partir dessa etapa, a polícia conseguiu chegar ao casal que comandava todo o esquema.

A investigação detectou uma movimentação financeira acima do declarado e solicitou à Justiça o bloqueio de R$ 5 milhões. O montante se refere ao período de cinco anos analisado pela polícia, considerando transações a débito e a crédito.

“O valor se justifica porque foi a movimentação financeira que foi percebida durante todo o período analisado de atividades ilícitas dele e se justifica também pelo fato que eles não tinham atividade lícita. Então todo esse dinheiro que transitou entre as contas se trata de fruto de atividade criminosa”, afirma o delegado Filipe Bonavides.

A polícia também identificou movimentações nas contas de laranjas. Outras fases da operação podem ser deflagradas.

“Hoje estamos arrecadando material que vai ser analisado, então é possível sim que haja identificação de novos personagens e também a investigação acerca dos principais personagens que transacionam e que movimentam as maiores quantias de dinheiro porque é um indicativo de participação importante no esquema criminoso”, conta.
Perfil das vítimas

A Polícia Civil do Piauí identificou o perfil das pessoas cooptadas para adquirir os empréstimos. Segundo o delegado Filipe Bonavides, eram pessoas de baixa renda, sem acesso aos meios formais de crédito, além de pequenos comerciantes. A recomendação é que a população não recorra a esse tipo de empréstimo informal.

“Eles acabam entrando em um ciclo de cobrança quase que eterno, pois toda estrutura criminosa ela é feita em uma engenharia para que você permaneça devendo para sempre. Gera um ciclo constante de pagamento, para que você nunca se livre da dívida e no momento que você não puder pagar isso gera um ciclo de violência, como já tivemos ocorrências, levando ao fim às vezes trágico. Serve de alerta para que evitem esse tipo de contato com pessoas eu fazem empréstimo dessa forma”, encerra o delegado.

Fonte: Cidadeverde.com

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