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As oito motocicletas apreendidas com o influenciador Vítor Mídia durante a segunda fase da Operação Laverna, que investiga crimes digitais ligados à promoção de plataformas de apostas ilegais e rifas irregulares nas redes sociais, foram devolvidas aos proprietários em Parnaíba, litoral do Piauí.
De acordo com a Polícia Civil, os veículos estavam registrados em nome de terceiros que haviam deixado as motos sob responsabilidade do influenciador, que possui uma loja de venda de motocicletas, para que ele realizasse as negociações.
Os agentes consultaram os dados no sistema do Detran e investigaram se as motos haviam sido adquiridas com recursos obtidos por meio da divulgação de jogos e rifas nas redes sociais, mas essa relação não foi confirmada. Por isso, os veículos foram devolvidos aos legítimos proprietários.
Em nota, a defesa do influenciador afirmou que “os títulos da Loteria da Baixada - modalidade passiva + instantânea, realizados em seu perfil na rede social estão em inteira conformidade com a lei e são devidamente regulamentados pelos órgãos competentes, não havendo espaço para dúvidas e questionamentos quanto à procedência dos sorteios”.
A operação
Segundo o delegado Ayslan Magalhães, o influenciador era um dos principais alvos da operação e teria acumulado um patrimônio estimado em R$ 3 milhões. Em 2022, ele trabalhava como mecânico e, de acordo com a investigação, apresentou uma mudança abrupta na renda após começar a divulgar jogos e rifas em seus perfis digitais.
Além de Vítor Mídia, a operação mira outros três influenciadores digitais. Juntos, eles teriam movimentado mais de R$ 5 milhões.
A análise financeira conduzida pela Polícia Civil identificou movimentações consideradas incompatíveis com qualquer renda formal declarada. Entre os investigados:
- Em nome de L.M.B., foram identificados R$ 213.606,60;
- S.C. dos S. movimentou R$ 1.311.784,32;
- O marido dela, A.S.H.A.S., registrou R$ 1.664.582,01;
- As contas de L.C.M.J. somaram R$ 637.783,14;
- J.V.A.P. recebeu R$ 1.173.117,64, em sua maioria formada por microcréditos entre R$ 0,02 e R$ 20, enviados por mais de 3 mil pessoas diferentes, padrão típico de rifas clandestinas.
O delegado Ayslan Magalhães destacou que, em alguns casos, a diferença entre as declarações de imposto de renda de um ano para o outro despertou atenção.
“Uma pessoa que não declarava renda nenhuma e, em 2023, começou a declarar em 2024 já chama a atenção de uma certa ilegalidade”, afirmou.
Além dos mandados de busca e apreensão cumpridos nas duas fases da operação, foram impostas medidas cautelares, como proibição de divulgar jogos ou rifas, entrega dos passaportes e restrição de saída do Piauí e do país. No total, a operação apreendeu cinco carros e 15 motocicletas.
Fonte: Cidadeverde.com