Polícia investiga se suspeito de matar ex-esposa e vereador produzia munições

Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com

A Delegacia Seccional de Parnaíba investiga se o guarda civil Francisco Fernando Castro, suspeito de matar a tiros a ex-esposa e um vereador de Parnaíba, fabricava munições de forma clandestina. A suspeita se dá após a apreensão de um arsenal com armas, balas e outros suprimentos usados na produção de projéteis que pertenceriam ao investigado e estavam alocados na casa do tio de Penélope de Brito, uma das vítimas.

“Foi encontrado mais de duas mil munições, quatro armas de fogo, sendo três pistolas e uma carabina semiautomática, diversos acessórios como espoletas, estojos, maletas e materiais para feitura de munição (...) Vamos identificar e investigar se ele fabricava ou se tinha só esse material e levava para outra pessoa fazer o reuso desses estojos e espoletas. Ainda estamos investigando”, disse o delegado Abimael.

A princípio, a polícia foi informada que Francisco Fernando seria CAC (Caçador e Atirador Desportivo), o que lhe permitiria ter até 16 armas de fogo e 32 mil munições, a depender do seu nível de atirador. “Vamos verificar com os órgãos responsáveis pelo registro e cadastro de arma de fogo, que no caso é a PF [Polícia Federal], porque estava mantido em um local irregular”, ressaltou a autoridade policial.

Em depoimento, o tio da vítima relatou que trabalha realizando frete e que estava com o material guardado em sua casa desde a separação do casal. “Ele havia retirado os objetos pessoais do Fernando quando eles se separaram no mês de maio, mas o Fernando não indicou para onde ele deveria levar, então pediu para o tio da Penélope guardar. Ele manteve esse material dentro de um cofre”, pontuou o delegado.

Mesmo de posse do material há cerca de três meses, o tio disse que não sabia qual era o conteúdo. “Ele não tinha conhecimento, até porque as armas não estavam à mostra, estavam acondicionadas dentro de um cofre. Ele disse que não abriu, deixou ela fechada, até por conta disso ele se apresentou espontaneamente na delegacia. Mas essas informações serão verificadas para saber se procedem realmente”, ressaltou Abimael Silva.

Foto: Ascom/PM-PI

Suspeito segue preso

Francisco Fernando segue preso desde o final da manhã de quarta-feira (28), horas depois do assassinato da sua ex-esposa, Penélope de Brito, e do vereador Thiciano Ribeiro. Suspeito do homicídio e feminicídio, o guarda municipal teria confessado o crime a familiares, que o orientaram a se entregar à polícia.

Um vídeo de câmera de segurança registrou o momento exato da abordagem e da prisão. As imagens mostram um carro descaracterizado da polícia parado em uma rua do bairro Parque Piauí, em Teresina. O suspeito estava escondido na casa de um familiar e foi surpreendido quando deixou o local em um veículo.

Francisco Fernando estava sozinho no carro. Com ele, os policiais apreenderam uma carabina, duas pistolas, dois carregadores, mais de 12 munições, três celulares, uma carteira, um relógio, um notebook, a chave do veículo e uma quantia em dinheiro.

Suspeito fica em silêncio durante depoimento

Em interrogatório realizado na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Francisco Fernando afirmou estar muito abalado e declarou que permaneceria em silêncio. O inquérito policial deve ser concluído em até dez dias, mas a tendência é que o investigado seja indiciado por homicídio e feminicídio.

Fonte: Cidadeverde.com