O caso aconteceu na sexta-feira (29), em um bar de Parnaíba, e está sendo investigado como homofobia com lesão corporal grave. Além das vítimas e do suposto agressor, seis testemunhas foram ouvidas.
Homem é vítima de homofobia (Foto enviada ao Portal ClubeNews)A Polícia Civil do Piauí continua investigando um suposto crime de homofobia com lesão corporal de natureza grave, que aconteceu em um bar de Parnaíba, na noite de sexta-feira (29). O suspeito, estudante de medicina, foi ouvido nesta terça-feira (3), e segundo o delegado Ayslan Magalhães, ele confessou a agressão física, mas negou ofensas homofóbicas ao casal de homens que estava no local.
O delegado responsável pela investigação, disse ao Portal ClubeNews, que ouviu seis testemunhas do caso e que elas confirmam a versão das vítimas. “O estudante de medicina desferiu comentários homofóbicos, segundo testemunho das vítimas e de pessoas presentes no local e posteriormente, na área externa do bar, agrediu uma das vítimas, desferindo um soco no rosto”.
Ayslan Magalhães contou ainda que a vítima chegou a cair e ficar desorientada e o que segurança do bar interviu na situação, retirando o suposto agressor.
As vítimas, registraram o boletim de ocorrência, ainda na madrugada do sábado (30). Devido à agressão, um deles, sofreu uma fratura no cotovelo e estiramento do tendão, e foi afastado do trabalho por 60 dias.
O delegado Ayslan esclareceu que o acusado, registrou um B.O de lesão, na tentativa de imputar a lesão à vítima, mas já foi analisado as imagens, e não existe hipótese, de que uma das vítimas, tenha praticado qualquer tipo de violência contra o agressor.
“O estudante de medicina foi ouvido e negou a homofobia, negou que tenha utilizado qualquer termo pejorativo, mas confirmou a lesão praticada. O testemunho dele durou uma hora”, contou o delegado.
A Polícia Civil informou que a conclusão do inquérito deve ser apresentado em 30 dias, e que além das testemunhas, a investigação conta com vídeos do bar que foram analisados e serão periciados, para que haja um maior entendimento do que realmente aconteceu dentro e fora do bar.
“Vamos aguardar os 30 dias, que é o prazo da conclusão do inquérito, tendo em vista que o autor responde em liberdade”, finalizou o delegado.
O advogado do acusado, comunicou vai enviar uma nota de resposta sobre o caso, mas até a publicação da reportagem. O espaço segue aberto para esclarecimentos.
CRIME DE HOMOFOBIA PODE TER PENA DE ATÉ 5 ANOS
O Supremo Tribunal Federal determinou que atos de homofobia e transfobia contra indivíduos sejam enquadrados como crime de injúria racial. Na prática, quem for responsável por atos dessa natureza não terá direito a fiança, nem limite de tempo para responder judicialmente.
O Supremo ampliou a proteção a homossexuais e a transsexuais que podem ter ofensas diretas contra eles punidas como injúria racial.
O crime de racismo é um ato de discriminação contra um grupo ou coletividade. Já a injúria racial é uma ofensa à dignidade de uma única pessoa. Quando, por exemplo, alguém é insultado por características de raça, cor, etnia, ou lugar de origem. E agora também pela identidade de gênero ou orientação sexual.
Os crimes de racismo e injúria racial são inafiançáveis e não prescrevem. A pena é de dois a cinco anos de prisão. Ou seja, com essa decisão do Supremo, uma ofensa contra pessoas LGBTQIA+ pode ser punida de forma mais severa.
Fonte: Portal ClubeNews