01/09/2020

Queda de avião no Piauí: ‘aeronave já teria sido usada para tráfico de drogas’

Informação é da Polícia Civil. Aeronave teria sido comprada por R$ 40 mil pelo atual dono e piloto teria tentado fazer manobra arriscada demais para o modelo.

Avião bimotor caiu na Taboca do Pau Ferrado - Foto: Jailson Soares/O Dia

O avião bimotor que caiu na zona Rural de Teresina na última sexta-feira (28) já teria sido usado para o tráfico de drogas. A aeronave teria pelo menos 50 anos de uso e teria sido comprada pelo seu atual dono por um valor de R$ 40 mil. As informações foram repassadas pelo delegado Odilo Sena, titular do 21º DP, à reportagem de O Dia. De acordo com ele, o avião era uma sucata e não tinha motor nem potência para sustentar a manobra feita pelo piloto que morreu no acidente.

“Há vários indicativos dos quais tomamos conhecimento através da própria investigação de que ele [o avião] teria sido envolvido com tráfico de drogas no passado. O avião foi comprado por R$ 40 mil do antigo proprietário e a pessoa que o comprou era do Pará. O valor pago pela aeronave foi que chamou a atenção, porque você investir R$ 40 mil em uma sucata que não vale o valor que demanda e ainda ter que desembolsar uma quantia considerável para poder regularizá-la é um primeiro indício de que algo não está muito certo”, pontuou o delegado.

Ainda segundo Odilo Sena, o piloto do avião, Leandro Holdefer, teria tentado fazer uma manobra arriscada demais para o modelo e a idade do avião antes da queda. “Pelo que ouvimos e apuramos, era um piloto de pouca experiência e ele efetuou uma manobra muito arriscada na qual o avião dá uma guinada muito forte e para que a aeronave faça isso e mantenha a sustentação, ela tem que ter motor e potência, coisa que um avião de 50 anos não mais tinha”.

Delegado Odilo Sena acompanha as investigações junto ao CENIPA - Foto: Jailson Soares/O Dia

A perícia do CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) aponta que o tanque da aeronave estava abastecido com pelo menos 170 litros de combustível, o que daria uma autonomia de voo de cerca de quatro horas e meia e que o piloto pegou o avião sem autorização do aeródromo e decolou sem comunicar às autoridades responsáveis. 

“Geralmente você tem um plano de voo, a autorização da ANAC, você tem o certificado de aeronavegabilidade e em relação a esse caso, você não teve nada disso. Para se conseguir alguns desses documentos, o dono do avião tem que fazer um seguro. Sabemos que ele fez o seguro da aeronave, mas que pagou só a primeira parcela para conseguir a liberação dos documentos e não quitou o restante. O avião trocou de proprietário e nada a respeito de regularizar essa documentação foi feita depois”, finaliza o delegado Odilo Sena.

Foto: Jailson Soares/O Dia

A Polícia Civil do Piauí está mantendo contato com o CENIPA e com as autoridades competentes no Estado do Pará, onde a aeronave tinha registro e de onde o piloto Leandro Holdefer era, para tentar localizar seu atual proprietário.

Fonte: Portal Odia

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