Famílias foram informadas sobre a mortes dos parentes nessa quinta-feira (10). Um dos corpos chegou a ser sepultado e teve que ser desenterrado. A "destroca" só aconteceu nesta sexta-feira (11).
Hospital de Doenças Tropicais Natan Portella no Centro de Teresina — Foto: Glayson Costa G1 PI
A família de Almir Araújo Marques, de 39 anos, denunciou à polícia o desaparecimento do corpo dele, no fim da tarde de quinta-feira (10), do Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela (IDTNP), em Teresina.
Em nota, a direção do instituto disse que lamenta profundamente o ocorrido e pediu desculpas aos familiares. O hospital afirmou ainda que abriu uma sindicância para saber como a troca ocorreu. Leia o comunicado na íntegra ao fim da reportagem.
O corpo de Almir foi trocado pelo de Boa Ventura Pereira da Silva, de 68 anos, vítima da Covid-19, e foi levado por engano pela família do idoso para o interior do estado, onde foi enterrado e desenterrado horas depois.
A família informou que Almir Marques chegou ao Natan Portella no domingo (6) em estado grave e o hospital informou que a causa da morte foi falência múltipla dos órgãos. Os parentes perceberam a troca ao ver o corpo na funerária e pediram que ele fosse levado de volta ao hospital.
Sem saberem o paradeiro do familiar, os familiares procuraram o 6º Distrito Policial, da Polícia Civil, na Zona Sul da capital, e registraram um boletim de ocorrência.
"Ficamos nessa situação e tive que procurar um meio de obter uma resposta. Procurei a polícia e depois disso foi que soube onde o corpo estava", disse José Orlando, cunhado de Almir.
A família só soube onde estava o corpo de Almir no início da noite de quinta, quando o hospital informou, por telefone, que havia localizado o corpo em Alto Longá, a 76 km de Teresina
Família desenterra caixão após troca de corpos em hospital de Teresina
A outra família já havia feito o enterro e teve que desenterrar o corpo e levá-lo de volta ao hospital. A "destroca" dos corpos aconteceu já na madrugada desta sexta-feira (11).
"Isso pode acontecer com outras pessoas. Nem com um cachorro a gente faz isso não. Eu quero justiça", declarou Maria da Cruz Torres, irmã de Almir.
Leia a nota do IDTNP:
A direção do Instituto Natan Portela lamenta profundamente o episódio e pede desculpas pelo transtorno gerado aos familiares.
A direção esclarece que foi aberta uma sindicância para saber onde o protocolo de identificação de cadáveres foi rompido para esses pacientes.
Tão logo a gestão do incidente seja concluída, as famílias serão chamadas para uma tratativa a fim de terem conhecimento do que realmente aconteceu.
As equipes de assistência social e de psicologia do Instituto estão acompanhando o lamentável episódio e à disposição para prestar todo o apoio aos familiares das vítimas.
Fonte: Portal G1 PI