03/03/2020

PI: irmãos são presos pela terceira vez suspeitos de criar empresas falsas para sonegar impostos

Dupla havia sido presa em 2017 e em julho de 2019. Nos dois casos, o Grincot identificou que o grupo é suspeito de causar R$ 97 milhões em prejuízo ao Estado. De lá pra cá, o crime teria continuado a acontecer, gerando mais R$ 2 milhões de prejuízo.

Grupo Interinstitucionais de Combate aos Crimes Contra a Ordem Tributária (Grincot) em Teresina — Foto: TV Clube

Dois irmãos foram presos pela terceira vez em três anos suspeitos de criar empresas fantasmas para fraudar o pagamento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Os dois homens foram presos pela Polícia Civil nesta terça-feira (3), na cidade de Campo Maior, a 80 km de Teresina.

A investigação feita pelo Grupo Interinstitucionais de Combate aos Crimes Contra a Ordem Tributária (Grincot) iniciou ainda em 2017 e identificou mais e R$ 80 milhões em prejuízo aos cofres públicos. A segunda fase da operação, em julho de 2019, descobriu mais R$ 17 milhões em prejuízo causado pelo grupo. Agora, desde julho de 2019, mesmo após a prisão, o crime teria continuado, e causado mais R$ 2 milhões em prejuízo.

A dupla é suspeita de criar uma organização criminosa para criar empresas falsas e, com elas, fazer compras de produtos e serviços. Como as empresas não existiam, era impossível que o imposto fosse cobrado. Mesmo após as prisões, o grupo teria continuado a operar a fraude.

Empresas e donos falsos

A investigação continuou para identificar as empresas falsas que teriam sido utilizadas pelo grupo, e os investigadores descobriram que mesmo depois da prisão, os suspeitos teriam continuado a cometer as fraudes, mas com uma mudança no método: se antes a dupla contratava pessoas para usar como “laranjas”, atualmente eles estariam falsificando documentos para criar empresas no nome de pessoas que sequer existiam.

Operação Fantasma, executada em 2017 — Foto: Divulgação/Polícia Civil do Piauí

“Antes eles cooptavam funcionários ou pessoas conhecidas. Depois, passaram a contratar pessoas estranhas, por valores por volta de R$ 800. Agora, descobrimos que eles estavam criando documentos falsos”, explicou o promotor Plínio Fontes, do Grincot.

De acordo com o promotor, as falsificações tornaram difícil aos investigadores identificar a fraude.

“Decidimos prender eles dois porque são os líderes, e a conta da organização criminosa não consegue operar sozinha. Assim conseguimos parar a continuidade do crime”, explicou o promotor Plínio Fontes.

Segundo ele, os dois respondiam em liberdade pelos crimes identificados durante a Operação Fantasma. “Eles têm esse direito. Mas a lei prevê sanções para garantir a ordem pública. E, se há indícios de que eles continuam a cometer o mesmo crime, mesmo com liberdade provisória, a única solução é prendê-los”, disse o promotor.

Mais de cem empresas falsas

A investigação sobre o grupo, que iniciou em 2017, identificou que mais de cem empresas falsas foram criadas pelo grupo para cometer a fraude aos cofres públicos, e ainda há empresas possivelmente falsas sendo investigadas.

O promotor Plínio Fontes explicou que os dois foram presos desta vez por sonegação de impostos, mas ainda respondem por formação de organização criminosa referente à prisão de julho de 2019. Ainda segundo o promotor, outras pessoas são investigadas como participantes da fraude.

Fonte: G1 PI

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