28/06/2019

Justiça adia pela segunda vez Júri de acusado de envolvimento em morte de cabo do BOPE

O adiamento aconteceu porque um novo advogado assumiu a defesa de Igor Andrade.

Fórum Cível e Criminal de Teresina. — Foto: Gustavo Almeida/G1

Foi adiado pela segunda vez nesta sexta-feira (28) o julgamento, no Tribunal do Júri, de Igor Andrade de Sousa. O adiamento aconteceu porque um novo advogado assumiu a defesa de Igor. Ele é acusado de homicídio qualificado por participação na morte do cabo do BOPE Claudemir de Paula Sousa, assassinado no dia 6 de dezembro de 2016 quando saía de uma academia no bairro Saci, Zona Sul de Teresina.

De acordo com o advogado Júlio César Magalhães, os familiares de Igor decidiram mudar de advogado após desentendimentos com o advogado anterior. Diante da mudança de última hora, ele disse não ter tido tempo de analisar o processo.

“A defesa foi solicitada pelos familiares no dia 26 [quarta-feira], infelizmente não houve tempo hábil para a defesa elaborar uma defesa técnica especializada, para proteger o direito constitucional dele. Só sei o que os portais mostram, não tive sequer ainda acesso aos autos do processo”, declarou.

Diante disso, o juiz que presidia a audiência, Antônio Reis Nolleto, decidiu adiar a audiência pela segunda vez. Marcada inicialmente para o dia 17 de junho, o julgamento foi suspenso naquele dia porque o advogado de defesa apresentou atestado médico alegando problemas de saúde.

O crime

Tanto a investigação da Polícia Civil, quanto o Ministério Público, apontam que os acusados Leonardo Ferreira Lima e Maria Ocionira Barbosa de Sousa encomendaram a morte da vítima. A polícia disse ainda que os dois mantinham um relacionamento amoroso e eram parceiros em supostas fraudes ao INSS. A denúncia aponta que Claudemir havia retornado havia menos de um mês para Teresina, e pretendia reatar o namoro com Maria Ocionira, chegando, inclusive, a pedi-la em casamento.

Policial foi morto quando saia de academia, na Zona Sul de Teresina. — Foto: João Cunha/G1

A peça do MP defendeu que, temendo que a reaproximação de Claudemir prejudicasse sua relação amorosa e financeira, os acusados planejaram o homicídio, ofereceram R$ 20 mil aos executores. A negociação foi intermediada pelo acusado José Roberto Leal da Silva, conhecido como Beto Jamaica, que contatou Weslley Marlon Silva, Francisco Luan de Sena e Igor Andrade de Sousa para estabelecer os termos da contratação.

A investigação mostra que coube a Weslley Marlon Silva e a outro acusado, Flávio Willame da Silva, a tarefa de executar a vítima. A denúncia aponta ainda Thaís Monait Neris de Oliveira, que, junto com Francisco Luan de Sena, serviram como “olheiros”, sendo que o segundo ficou responsável por transmitir um aviso aos dois atiradores quando a vítima saísse da academia.

O MP afirma ainda que o casal acusado tinha marcado duas viagens, sendo uma para Natal (RN) no final de 2016 e outra para a Europa em janeiro de 2017. No mesmo dia do homicídio, Maria Ocionira trocou mensagens com a mãe da vítima, informando que se casaria com Claudemir em fevereiro deste ano. O representante do Ministério Público ressalta que tal atitude demonstra a frieza da acusada, que agiu de forma calculada.

Fonte: G1/PI

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