17/06/2019

Justiça adia julgamento de acusado de envolvimento em morte de cabo do Bope

Diante do adiamento, a família do cabo Claudemir demonstrou profunda revolta.

Acusado de matar policial deixa tribunal sem falar com a imprensa — Foto: Gilcilene Araújo/G1

O julgamento de Igor Andrade de Sousa, que aconteceria no Tribunal Popular do Júri nesta segunda-feira (17), foi adiado para o próximo dia 28, porque o advogado de defesa não compareceu à audiência. Igor é acusado de homicídio qualificado por participação na morte do cabo do BOPE Claudemir de Paula Sousa, assassinado no dia 6 de dezembro de 2016 quando saía de uma academia no bairro Saci, Zona Sul de Teresina.

O juiz Antônio Noleto informou que o julgamento foi suspenso porque o advogado de defesa apresentou atestado médico alegando problemas de saúde. Contudo, o magistrado questionou o fato de o documento não informar qual seria a doença ou outro problema apresentado pelo advogado.

Ainda de acordo com o magistrado, mesmo que o advogado de defesa não esteja presente no dia 28, o julgamento irá acontecer com o auxílio de um defensor público, que será convocado.

Diante do adiamento, a família de Claudemir demonstrou profunda revolta. Segundo um familiar de Claudemir, que não quer se identificar, a família esperava que a justiça começasse a ser feita.

“Ficamos ainda mais decepcionados. Mas vamos aguardar, já que foi remarcado. Espero que seja feito nesse dia, o juiz vai convocar a defensoria pública, mesmo que a defesa esteja junto. Quem convive com a gente sabe, eu acordo e começo a chorar esperando que seja um sonho. Todo dia acompanhamos o processo esperando que possamos seguir a vida com mais paz de espírito. Somos muito católicos, temos muita fé, nossa mãe sempre nos acalma. Espero que Deus dê sabedoria ao júri, para que mais ninguém tire a vida de ninguém assim”, declarou.

Todos os oito acusados de participação no crime foram soltos em janeiro do ano passado, após determinação da Justiça, e respondem pelo crime em liberdade. Apenas uma das envolvidas, Thaís Monait Neris de Oliveira, está presa porque foi flagrada sob suspeita de tráfico de drogas.

O crime
Tanto a investigação da Polícia Civil, quanto o Ministério Público, apontam que os acusados Leonardo Ferreira Lima e Maria Ocionira Barbosa de Sousa encomendaram a morte da vítima. A polícia disse ainda que os dois mantinham um relacionamento amoroso e eram parceiros em supostas fraudes ao INSS. A denúncia aponta que Claudemir havia retornado havia menos de um mês para Teresina, e pretendia reatar o namoro com Maria Ocionira, chegando, inclusive, a pedi-la em casamento.

Policial foi morto quando saia de academia, na Zona Dul de Teresina. — Foto: João Cunha/G1

A peça do MP defendeu que, temendo que a reaproximação de Claudemir prejudicasse sua relação amorosa e financeira, os acusados planejaram o homicídio, ofereceram R$ 20 mil aos executores. A negociação foi intermediada pelo acusado José Roberto Leal da Silva, conhecido como Beto Jamaica, que contatou Weslley Marlon Silva, Francisco Luan de Sena e Igor Andrade de Sousa para estabelecer os termos da contratação.

A investigação mostra que coube a Weslley Marlon Silva e a outro acusado, Flávio Willame da Silva, a tarefa de executar a vítima. A denúncia aponta ainda Thaís Monait Neris de Oliveira, que, junto com Francisco Luan de Sena, serviram como “olheiros”, sendo que o segundo ficou responsável por transmitir um aviso aos dois atiradores quando a vítima saísse da academia.

O MP afirma ainda que o casal acusado tinha marcado duas viagens, sendo uma para Natal (RN) no final de 2016 e outra para a Europa em janeiro de 2017. No mesmo dia do homicídio, Maria Ocionira trocou mensagens com a mãe da vítima, informando que se casaria com Claudemir em fevereiro deste ano. O representante do Ministério Público ressalta que tal atitude demonstra a frieza da acusada, que agiu de forma calculada.

Fonte: G1 PI

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