A Polícia Civil investiga se uma dançarina de striptease foi abusada sexualmente durante uma apresentação em um bar na cidade de Piripiri, a 165 km de Teresina. O caso tomou repercussão na última semana e a jovem decidiu conceder entrevista ao portal Piripiri Repórter.
Um inquérito foi aberto sobre o fato, mostrado em um vídeo que teve divulgação nas redes sociais. Nas imagens, a jovem é tocada nas partes íntimas após ficar alcoolizada.
A dançarina afirmou ao Piripiri Repórter que mora em Timon (MA) com sua avó e que tem uma filha, que vive com o pai. Ela contou que foi contratada pelo bar para fazer a apresentação de striptease, mas lamenta o fato de os vídeos terem sido espalhados. O pai dela chegou a ver as imagens e teve de ser hospitalizado. "Meu pai, que mora na Paraíba, chegou a ver e passou mal. Ele está na UTI", disse.
Ela relata que durante a dança teria ingerido álcool, mas garante que continuou sóbria. A mesma afirma ter sido contratada outras vezes pelo mesmo estabelecimento para fazer a apresentação. "Tomei só meio copo de vodka e duas cervejas 'periguetes'. Eu bebi, mas não estava totalmente alcoolizada. O combinado era eu dançar, fazer o 'strip' e ficar nua. Como não tinha palco, pedi para fazerem uma roda com os homens. Foi avisado que, no show, não pode se aproximar, só se a dançarina for até eles e nem podia filmar também", relata.
"Quando subi na cadeira, os outros chegaram e começaram a tocar em mim e a filmar. Quando percebi, falei para pararem. Eu senti nojo e não queria estar ali, de jeito nenhum. As meninas conseguiram me tirar do meio deles", detalha, que revelou ter visto, além dos homens, duas clientes filmando.
A jovem revelou ainda que, durante a dança, um homem tentou fazer sexo com ela. "Tinha um homem que queria que eu transasse com ele na frente de todo mundo ali", falou.
"O que aconteceu é que não tinha segurança no local. Somente mulheres. Mas, da minha parte, a dona do bar não tem culpa. Compreendo que ela não teve culpa. Ela não teve noção de organização. A culpa é dos homens", comenta.
A jovem conta que se sentiu impotente na cena. "Não tive como me defender. Não tenho muita força. Eram vários homens. Eu poderia tirar uma mão e vinham outras mãos. As meninas tentaram e conseguiram me tirar", disse.
A dançarina comenta que, no dia posterior, quando voltava para casa, a dona do bar ligou para ela e disse que vídeos estavam circulando.
"Não quero processar ninguém. Quero que parem de propagar os vídeos, que me deixem em paz. Isso é crime. Além de gravar, compartilhar esse tipo de coisa é crime. Queria dar esclarecimentos à polícia, para não prejudicar a proprietária do local. Para mim, ela também é vítima", coloca.
Ela diz que foi abusada, mas não pretende fazer denúncia. "Não houve sexo em si. Mas tentaram sim. Mas teve mãos, que invadiram meu corpo. Várias. Considero sim [abuso]. Uma falta de respeito também. Mas não quero denunciar ninguém. Em outras cidades as pessoas respeitaram demais. Em Piripiri mesmo, da outra vez, que teve um número menor, teve respeito", fala.
Via 180