28/07/2018

Bebê agredido a mordidas pelo pai recebe alta após três meses internado

Segundo o Conselho Tutelar, a criança deve ir para a casa da avó materna, onde estaria a mãe e os outros irmãos. Atualmente o seu quadro é considerado estável e ele se alimenta por sonda.

Bebê estava internado na Urgência Infantil do HUT, em Teresina (Foto: Catarina Costa/G1)

O bebê agredido a mordidas pelo prório pairecebeu alta nesta sexta-feira (27) após três meses internado no Hospital de Urgência de Teresina (HUT). Segundo a direção, a criança de quatro meses permanece na unidade de saúde para que a família receba todas as orientações nutricionais e a previsão é ele deixe o local neste sábado (28).


A vítima deu entrada deu entrada no HUT no dia 14 de abril, com lesões na boca em nível de músculos e nervos. O bebê perdeu por completo o lábio inferior e passou por duas cirurgias para reconstrução da boca. Atualmente o seu quadro é considerado estável e ele se alimenta por sonda.

"Apesar da criança já está se alimentando pela boca ainda é necessário o uso de sonda para garantir que a mesma receba os nutrientes de forma satisfatória. Agora ela poderá receber acompanhamento ambulatorial para conseguir se alimentar somente pela boca e realizar cirurgias reparadoras das cicatrizes deixadas pela lesão", informou a direção do hospital.

Conselheira tutelar Maria do Carmo Lima acompanhou caso de bebê agredido a mordidas (Foto: Catarina Costa/G1)

De acordo com a conselheira tutelar Maria do Carmo, que acompanhou o caso, a orientação do órgão é que a criança seja encaminhada para a casa da avó materna, onde estaria vivendo a mãe e os outros irmãos. Ela aguarda um relatório do serviço social informando da alta do bebê.

"A criança vai para casa da avó, onde foi preparado um quarto adaptado para ela. Vamos continuar acompanhar a família de perto, como orientação da Defensoria Pública", comentou.

Juíza Maria Luiza Freitas, da Vara da Infância e da Adolescência de Teresina (Foto: Lorena Linhares/ G1 PI)

Já a juíza da 2ª Vara da Infância e da Juventude de Teresina, Maria Luiza de Moura Melo, revelou que vai tomar as providências e encaminhar a criança para um abrigo, até que um parente recorra da decisão.

"Na liminar concedida proibiu o pai/agressor de manter contato com a criança e deu um prazo para que a mãe se defendesse, mas a mesma não foi encontrada. Agora será solicitada a presença dela por edital", disse a juíza.

Medidas protetivas
A Defensoria Pública entrou com o pedido de aplicação de medidas protetivas, entre elas estão: registro de nascimento, afastamento do pai, acompanhamento da família pela rede de proteção e outras providências que a juíza entender cabíveis.

Para a defensora Carla Cibele, o pedido de afastamento do pai levou em consideração que ele estava preso por violência doméstica e não pela agressão à criança. No pedido à Vara da Infância, a Defensoria frisou ainda a necessidade de que a família materna seja acompanhada pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e Centro de Referência de Assistência Social (Cras).

Pai foi indiciado
A Polícia Civil concluiu em abril o inquérito que investigou as agressões a um bebê, que apresenta lesões por mordidas e teve o lábio inferiorcompletamente arrancado. O pai do bebê foi indiciado por quatro crimes: tentativa de homicídio, ameaça, lesão corporal e difamação.

O pai está preso preventivamente desde o dia 15 de abril, data em que as agressões aconteceram, e quando a mãe levou o bebê ferido para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Promorar, Zona Sul de Teresina. O crime foi percebido por um policial militar, que fazia a segurança na unidade e desconfiou das lesões no corpo da vítima.

A delegada Anamelka Cadena, titular do Núcleo de Feminicídio do Piauí, destacou ainda que a mãe, em depoimento, informou sofrer agressões e ameaças por parte do marido no dia do crime e, antes disso, durante anos. Ela não havia denunciado, segundo Anamelka, por medo do companheiro.

Fonte: G1 PI

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