13/07/2018

'A vida da minha filha foi tirada em vão', diz mãe de mulher queimada pelo cunhado

Carla Pereira de Abreu teve queimaduras após ficar trancada com o companheiro dentro de um quarto em chamas. Polícia Civil investiga caso e o principal suspeito do crime é o cunhado.

Mãe da jovem pediu por justiça durante velório da filha (Foto: Roberto Araujo/G1 PI)

Familiares e amigos de Carla Pereira de Abreu se despediram na tarde desta quinta-feira (12) da jovem de 25 anos, que morreu após sofrer queimaduras durante incêndio provocado pelo cunhado no Centro de Teresina. Na tragédia, o companheiro dela, Luís Pereira Gonzaga, teve 80% do corpo queimado e também não resistiu aos ferimentos.

No velório da vítima, a mãe de Carla Pereira pediu por justiça e revelou que a filha tinha medo do cunhado, mas morava lá por causa do companheiro. A jovem também ajudava a cuidar da sogra com Alzheimer e da loja da família.

"Foi um acontecimento inesperado, nunca esperei acontecer uma tragédia dessa com minha filha. O conflito que existia era entre os irmãos, mas acabou envolvendo a minha filha, que não tinha nada com isso. A vida dela foi tirada em vão, porque o alvo era o marido e ela estava na companhia dele no momento do incêndio", declarou Rita de Cássia.

A mãe contou que Carla era a filha mais velha, sempre presente e ajudava com os irmãos mais novos. Para Rita de Cássia, o crime que tirou a vida da jovem foi premeditado pelo cunhado, que segundo ela, por três vezes tentou matar o irmão e na vez que teve êxito Carla estava presente.

Enterro da vítima aconteceu na tarde desta quinta-feira (12) e foi marcado por comoção (Foto: Roberto Araujo / G1)

"Peço por justiça, que a morte da minha filha seja investigada. Falaram que o suspeito tem um transtorno, mas acho ele normal, administrava a loja da mãe antes do meu genro voltar para o Piauí. Esse laudo não interferiu na prática do crime. Minha filha acabou sendo vítima também. Ela tinha um futuro promissor, se dava bem com todos, trabalhava, adorava evangelizar as pessoas", frisou.

Carla Pereira de Abreu morreu nesta quinta-feira depois de 13 dias internada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT). Ela deu entrada na unidade consciente e orientada, com queimaduras de 1º e 2º grau no tórax, pernas e braços. De acordo com o HUT, seu estado de saúde apesar de grave era estável, mas devido à gravidade dos ferimentos, espalhados por metade do seu corpo, ela não resistiu e veio a óbito.

Fotos mostram destruição no interior da casa causada pelo incêndio, no bairro Piçarra. (Foto: Divulgação/PM)

Investigação
A Polícia Civil aguarda o laudo de sanidade mental de José Fernando Gonzaga, principal suspeito de atear fogo no irmão e na cunhada dentro de um quarto no bairro Piçarra, no Centro de Teresina. De acordo com o delegado Francisco Costa, o Barêtta, a Polícia Civil aguarda o resultado de exames periciais e psiquiátricos para concluir o inquérito sobre o incêndio que matou Luiz Gonzaga e a companheira Carla Pereira de Abreu, de 25 anos.

"Será questionado se no momento do crime ele tinha entendimento do ato criminoso completo ou incompleto. Ele vai ser indiciado independentemente disso. A nossa parte é criminal, se o fato é um crime, a gente investiga. A justiça quem decide a culpabilidade", citou.

Delegado Francisco Costa, o Baretta, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (Foto: Roberto Araujo / G1)

Segundo a investigação, os dois irmãos discutiram na madrugada que antecedeu o incêndio. De acordo com o delegado, o homem já havia tentando matar o irmão recentemente com um machado.

De acordo com a coordenadora do Centro de Apoio Psicossocial (Caps III Sul), Adriana Medeiros, o suspeito possui esquizofrenia e era um paciente considerado estável. Ele está internado no Hospital Psiquiátrico Areolino de Abreu desde o crime.

Fonte: G1/PI

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