13/07/2016

Conexão de alta velocidade entra em operação entre São Paulo e Miami

Cabos submarinos, com velocidade de 100 Gb/s, serão usados para troca de informações em pesquisas entre Estados Unidos e América Latina


Brasil vai investir ainda no reforço de seus canais de internet que atendem universidades e institutos de pesquisa para que possam usar os 100 Gb/s

Duas novas conexões, por meio de cabos submarinos que cortam os oceanos Atlântico e Pacífico, entraram em operação entre São Paulo e Miami (EUA) na última quinta-feira (7). A estrutura vai viabilizar a troca de informações com velocidade de 100 Gb/s entre Estados Unidos e América Latina, para ensino e pesquisa.

As conexões fazem parte do projeto Amlight Express and Protect, financiado pela National Science Foundation (NSF), pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), organização social ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. 

Em 2017, outros seis links com a mesma capacidade entre Miami e a América Latina devem entrar em operação, informou o engenheiro de redes da Universidade Internacional da Flórida (FIU, em inglês) Jeronimo Bezerra. Segundo ele, as conexões internacionais de 100 Gb/s estabelecem novos parâmetros em conectividade de alto desempenho nas Américas e possibilita oportunidades de colaboração científica.

Uma das iniciativas beneficiadas será o projeto internacional de Astronomia Large Synoptic Survey Telescope (LSST), que conta com a participação de 50 pesquisadores brasileiros. O LSST é um telescópio em construção em Cerro Pachón, no Chile, previsto para entrar em operação em 2022 e que terá capacidade para fazer o mapeamento de quase metade do céu por um período de dez anos.

Estrutura
Para que a capacidade de 100 Gb/s seja utilizada plenamente pela comunidade acadêmica, a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) também trabalha para elevar a capacidade do seu backbone nacional (canal por onde passam as informações da Internet), que atende a universidades e institutos de pesquisa em todo o País.

Apenas em São Paulo, o canal poderá beneficiar as instituições conectadas à Ansp (rede acadêmica de São Paulo), assim como as interligadas à RNP, responsáveis por mais de 40% da produção científica nacional.

"Com essa capacidade internacional de 100 Gb/s, estaremos preparados para a demanda que se afigura para os próximos três anos", disse o diretor de Engenharia e Operações da RNP, Eduardo Grizendi.

Um dos principais desafios para a ativação dessa infraestrutura de alto desempenho foi a limpeza dos cabos de fibra óptica nas conexões terrestres, uma vez que qualquer resquício de sujeira ou oleosidade na interface entre as fibras pode derreter com o calor propagado pelo tráfego de dados, danificando a integridade física da rede. "A sujeira pode não só estragar o sinal, como pode fazer com que a fibra queime", explicou Jeronimo.

Outro desafio será o monitoramento do tráfego em altíssima velocidade, que dependerá de recursos computacionais complexos. Um desses recursos habilitados na conexão internacional entre Brasil e Estados Unidos é a tecnologia de Redes Definidas por Software (SDN, em inglês), que permite mais flexibilidade, robustez e possibilidade de programar a operação do tráfego.

Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Ciência e Tecnologia

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