Duas vítimas de estupro foram ouvidas pela polícia na quarta-feira (3). Quatro jovens foram brutalmente agredidas e estupradas por cinco pessoas.
Penhasco onde o crime aconteceu na cidade de Castelo no Norte do Piauí(Foto: Catarina Costa/G1)
Duas das quatro adolescentes vítimas de um estupro coletivo em Castelo do Piauí, no Norte do estado, foram ouvidas pela polícia na quarta-feira (3). Em depoimento, as garotas relataram os momentos de horror que passaram quando estiveram em poder dos criminosos. Segundo o delegado Laércio Evangelista, as meninas revelaram que os suspeitos falavam que estavam a serviço de um patrão e que o mesmo as queria.
As garotas sofreram várias agressões e ainda foram arremessadas do alto de um penhasco com mais de 10 metros de altura.“Durante a conversa, duas adolescentes que estão conscientes contaram alguns detalhes da ação dos bandidos.As meninas revelaram que os garotos diziam que as seguintes frases: 'Nós estamos a serviço do nosso patrão, nosso patrão quer vocês”, contou o delegado.
Delegado Laércio Evangelista fala sobre depoimentos(Foto: Ellyo Teixeira/G1)
Por conta do trauma, segundo Laércio Evangelista, as garotas não se lembram de muita coisa, mas reconheceram os suspeitos. Quando elas viram as fotos deles não tiveram dúvidas de que se tratava dos mesmos rapazes. "Elas também recolheceram, através de fotos, os adolescentes suspeitos de cometer o crime".
A polícia ainda não sabe a sequencia dos fatos, mas Laércio Evangelista acredita que as meninas tenham sido raptadas pelos adolescentes e depois levadas até Adão, suspeito de ser o incentivador do grupo, segundo a polícia.
“Os adolescentes agiram por incentivo de Adão José de Sousa, 40 anos, que foi preso, um dia depois cometer o crime. Elas contaram que ouvia um homem dar ordens de como os garotos deveriam agia. Ele dizia de que forma os meninos deveriam praticar os crimes contra elas”, destacou.
Delegado afirma que não há dúvidas sobre a participação de Adão (Foto: Catarina Costa/G1)
Também já foram ouvidas pessoas que afirmaram ter visto Adão em Castelo do Piauí, horas depois de cometer o crime. Quando foi preso, o suspeito afirmou que deixou a cidade depois de realizar um assalto.
“Isso é mentira. Ele nega participação no crime, mas relatos de testemunhas dão conta de que ele permaneceu em Castelo”, comentou o delegado.
Laércio Evangelista espera ouvia uma terceira jovem na sexta-feira (5). A outra adolescente que está internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital de Urgência de Teresina somente será ouvida quando estiver consciente. Na quarta-feira (3) outra adolescente de 17 anos que também estava na UTI apresentou melhoras e os médicos decidiram encaminhá-la para a Unidade de Cuidados intermediários.
O delegado espera o resultado de exames para concluir o inquérito policial.
Apoio às vítimas

Grupo recolheu e entregou flores para as vítimas (Foto: Ellyo Teixeira/G1)
Na terça-feira (2), um grupo de cerca de 30 pessoas compareceu ao Hospital de Urgência de Teresina (HUT) para prestar homenagens às vítimas do crime. Formado em sua maioria por mulheres, o grupo espalhou flores em volta do maior pronto socorro do estado, onde estão internadas três das quatro garotas violentadas.
No mesmo dia, um grupo formado por dezenas de mulheres realizou uma manifestação contra a violência que aconteceu na avenida Frei Serafim, no Centro da Capital. As manifestantes levaram cartazes, balões brancos e pedindo paz para a sociedade.
Uma multidão se aglomerou em frente a delegacia de Castelo do Piauí (Foto: Catarina Costa/G1)
Entenda o caso
Um crime bárbaro chocou a população da cidade de Castelo do Piauí, a 190 Km de Teresina. Quatro adolescentes foram brutalmente agredidas, estupradas e depois amarradas n o dia 27 de maio.
De acordo com as polícias civil e militar, as garotas teriam saído para tirar fotos em um ponto turístico distante alguns quilômetros da zona urbana, quando foram rendidas por cinco pessoas. Logo após o crime a polícia apreendeu quatro menores, sendo que dois deles confessaram o crime e contaram, em depoimento, os detalhes sobre a ação criminosa.
As vítimas, duas garotas de 17 anos, uma de 16 e outra de apenas 15 anos foram encontradas algumas horas depois do crime e foram levadas ao hospital de Castelo e logo depois transferidas para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT). Uma delas está em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva com traumatismo craniano.
No dia do crime, o clima de revolta tomou conta da cidade. Vários populares se aglomeraram na porta da delegacia e chegaram a atear fogo em pneus em protesto pela falta de segurança.
Do G1 PI
Gilcilene Araújo