Parnaíba é a segunda maior cidade do PI e tem quase 149 mil habitantes.
Vila foi uma das poucas a obedecer a regulamentação dos portugueses.
Parnaíba , no Litoral do Piauí, celebra nesta quinta-feira (14) 170 anos. A cidade, com aproximadamente 149 mil habitantes, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), guarda uma rica história pouco conhecida pelos piauienses. Apesar do aniversário da cidade ser comemorado nesta quinta, Parnaíba tem três datas magnas que representam momentos importantes do desenvolvimento.
Capela de Nossa Senhora de Montserrat
fica na Rua Duque de Caxias
(Foto: Patrícia Andrade/G1)
De acordo com o historiador Diderot Mavignier, a capela foi construída em 1711 pelo português João Paulo Diniz, que contou com a ajuda do coronel Pedro Barbosa Leal e alguns moradores. “O local foi erguido para abrigar a imagem de Nossa Senhora de Mont Serrat vinda de Portugal, mas a imagem teve que ser levada para a matriz de Piracuruca por conta de ataques dos índios tremembés”, relatou.
Próximo à capela está o chamado Casarão dos Azulejos, que atualmente abriga uma escola. Localizado na Avenida Presidente Vargas, o prédio data do final do século XVIII. Na casa morou a primeira poetisa piauiense Luíza Amélia Queiroz Brandão, que foi casada com Raimundo Madeira Brandão.
“Há um relato interessante de que a poetisa manifestou o interesse de ser enterrada na sombra de um gameleiro que havia nos fundos do casarão, mas isso acabou não acontecendo. Ela foi sepultada no Cemitério da Igualdade e próximo a sua sepultura nasceu um frondoso gameleiro”, conta Mavignier.
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Faca parnahiba usada pelos cangaceiros (Foto: Reprodução / Arquivo Público) |
Segundo o historiador, a antiga Vila São João da Parnaíba foi a que mais progrediu quando o Piauí foi elevado à capitania em 1758 sendo um dos mais importantes centros econômicos do Brasil Colônia. “A Vila São João da Parnaíba foi uma das poucas a obedecer a regulamentação dos portugueses para instalação de um município com os dois largos: um civil com o pelourinho e casa de câmara e cadeia, e o religioso com a construção da igreja matriz. Oeiras, por exemplo não obedeceu essas orientações, não havia os dois largos”, avalia o historiador.
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Casarão dos Azulejos data do final do século XVIII (Foto: Patrícia Andrade/G1) |
A escolha do nome Parnaíba, segundo Diderot Mavignier, pode estar intimamente ligado a uma faca de arrasto usada por cangaceiros e que se chamava de faca parnahiba. O instrumento é citado pela literatura brasileira do século XIX e começo de XX e vista em ilustração do Brasil Colônia.
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Plantas da Vila de São João da Parnahiba (Foto: Reprodução / Arquivo Público) |
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Catedral Nossa Senhora Mãe da Divina Graça (Foto: Patrícia Andrade/G1) |
O casarão que recebe seu nome passou recentemente por uma restauração e hoje abriga algumas secretarias municipais, mas também é espaço para exposições artísticas e culturais. Segundo o secretário de cultura, Helder Sousa, já há uma licitação para a criação de um museu, arquivo público municipal e ainda um café.
Ao comemorar 170 anos de emancipação política, a segunda maior cidade do Piauí se destaca pelo seu potencial econômico e turístico e vive atualmente uma situação confortável de desenvolvimento.