09/10/2025

Perito-geral do Piauí aponta sintoma que acende alerta para possível intoxicação por metanol

O estado segue investigando dois casos suspeitos de contaminação por metanol em Parnaíba, no litoral.

Viatura da Polícia Científica do Piauí | Bebida alcoólica sendo servida | Foto: Jessica Machado

O perito-geral Antônio Nunes, da Polícia Científica do Piauí, falou que estado segue investigando dois casos suspeitos de contaminação por metanol em Parnaíba, no litoral.

Um deles envolve um garçom de 21 anos, que relatou ter comprado a bebida em um supermercado e o outro é um homem com mais de 40 anos, que também apresentou dores abdominais, vômitos e visão turva. As amostras desses pacientes foram enviadas ao Laboratório Central de Saúde Pública do Piauí (Lacen-PI) para análise confirmatória.

Segundo ele, a visão turva após a ingestão de bebida alcoólica foi um dos principais sintomas que levaram os médicos que atenderam os pacientes a suspeitar de intoxicação por metanol.

“Todos eram consumidores de bebidas alcoólicas destiladas. Os sintomas iniciais lembram a embriaguez comum, mas apresentam distúrbio visual, desorientação e alterações na marcha. A visão turva foi o sintoma que mais chamou atenção nos casos em investigação”, explicou Nunes.

Antônio Nunes, perito-geral do Piauí | Foto: Jéssica Machado

CASOS DESCARTADOS

Dois casos recentes, que envolveram um homem de 28 anos em Parnaíba e um homem de 51 anos em Teresina, foram descartados após exames laboratoriais realizados pelo Instituto de Medicina Legal (IML).

“Temos mais dois casos em investigação e ainda não temos os resultados. As amostras de sangue são analisadas com prioridade para atender pacientes internados. Os lotes de bebidas também estão sendo analisados, mas levam mais tempo”, explicou Nunes.

O perito destacou que o Piauí possui laboratório moderno e equipe especializada, com equipamentos avançados e treinamento nacional e internacional.

COMO ACONTECE A CONTAMINAÇÃO

O perito-geral falou que o metanol não é utilizado para consumo humano, sendo o etanol a substância própria para bebidas. No entanto, adulteradores adicionam metanol de forma proposital a bebidas, colocando substâncias retiradas de combustíveis ou reservatórios de caminhões roubados ou furtados.

“Hoje em São Paulo já se sabe, através de investigações e da perícia oficial, que a adulteração da bebida é feita com metanol retirado de fontes como o próprio combustível de postos ou de reservatórios de caminhões. Eles colocam láqueres semelhantes aos originais e também os rótulos, para que a bebida pareça legítima”, explicou Nunes.

O perito detalhou como a investigação e os exames são realizados. “A perícia faz os exames de sangue e urina, tanto de pessoas vivas quanto de mortas. Também analisamos líquido do globo ocular e amostras das bebidas apreendidas. Aqui no Piauí, temos um laboratório de toxicologia forense no IML, e exames adicionais podem ser feitos no laboratório de química forense do Instituto de Criminalística”, disse.

Ele ressaltou ainda que a investigação é coordenada por diferentes órgãos, como o Ministério Público, PROCON, Polícia Civil, Polícia Científica, Secretaria de Segurança, Vigilância Sanitária estadual e municipal e outros órgãos.

Fonte: Portal Meio News

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