03/09/2020

Corpo de ocupante de avião que caiu em cidade do Piauí aguarda exame de DNA para ser liberado

O Instituto de Medicina Legal do Piauí aguarda material genético dos familiares de Leandro Holdefer para confirmar a identidade da vítima e liberar o corpo, que deve ser sepultado no Pará.

Piloto Leandro Holdefer morreu carbonizado após queda de avião em Teresina — Foto: Reprodução/Instagram

O corpo carbonizado que foi retirado das ferragens de um avião que caiu no dia 28 de agosto, na zona rural de Teresina, continua no Instituto de Medicina Legal (IML) do Piauí. O diretor do IML na capital, Antônio Nunes, informou ao G1 nesta quinta-feira (3) que o instituto aguarda material genético para confirmar que trata-se de Leandro Holdefer. Segundo o aeródromo de onde partiu a aeronave, Leandro era o piloto e único ocupante do avião.

Antônio Nunes afirmou que o corpo não pode ser liberado antes da confirmação. "Tem que ser provado. Disseram que foi ele, mas o corpo foi carbonizado. Por isso, tem que ser por DNA para confirmar a identidade de outra forma. ", explicou.

"Eles [familiares de Leandro] não podem vir até aqui por motivos pessoais, e nós estamos vendo com outro estado para que a coleta seja feita lá, o material seja enviado e, quando chegar aqui, o exame ser feito", informou Antônio Nunes.


A vítima morava em Novo Progresso, no Pará, e, de acordo com Antônio Nunes, a família deve fazer a coleta do DNA no Mato Grosso, devido à distância da cidade em que moram para Belém, a capital paraense.

"Eles estão atrás de tentar resolver a situação. São muito ligados a ele, se importam muito com ele. Acho que eles não podem vir por uma questão financeira", contou o diretor do IML.

O diretor do IML disse que não há previsão de quando o exame será realizado. "Está além do nosso alcance. Vai depender de quando a família vai fazer a coleta e de em quanto tempo o material vai ser enviado para cá", afirmou.

Falha humana

Destroços de avião que caiu na zona rural de Teresina — Foto: Marcos Prado/TV Clube

A investigação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) apontou falha humana como causa da queda do avião, de acordo com o delegado da Polícia Civil do Piauí Odilo Sena, do 21º Distrito Policial, responsável pelo inquérito policial sobre o caso.

"O indicativo é que houve falha humana grave. O piloto tinha pouca experiência e fez um procedimento onde deu uma guinada no bico da aeronave, em uma atitude que demanda muita potência, o que esse avião não tinha, logo depois, ele perdeu a sustentação e entrou em parafuso, caindo ao chão", explicou.

A Polícia Civil investiga as circunstâncias da morte e se houve algum crime relacionado ao acidente. O delegado Odilo Sena afirmou que uma série de falhas já foram encontradas durante a investigação até o momento.

Destroços de avião que caiu na zona rural de Teresina — Foto: Reprodução/TV Clube

A aeronave foi comprada no dia 2 de junho pelo empresário Bruno Alencar Wachekowski, conforme registro da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O atual proprietário do avião também é piloto e se envolveu na queda de um monomotor que atingiu três casas em Belém, no Pará, ano passado.

"O piloto pegou o avião sem autorização do aeródromo, colocou 240 litros de combustível e voou. A aeronave tinha uma série de irregularidades, como o certificado de aeronavegabilidade cancelado e outras questões burocráticas estavam incorretas junto à Anac", disse.

Odilo Sena revelou também que, em anos anteriores, o mesmo avião foi utilizado para tráfico de drogas, no entanto, não há confirmação do atual uso do veículo.

"É uma série de indicativos de irregularidades. A situação inusitada é que o proprietário não se preocupou com a aeronave e não entrou em contato para saber o que aconteceu até o momento", contou.

De acordo com a Polícia Federal, o proprietário do avião já foi preso por furto de aeronaves no estado Mato Grosso e detido em 2016 após furtar um avião que pertencia a uma emissora de TV.

Fonte: G1 PI

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