O
governador Zé Filho está passando por provações a que poucos são
submetidos em tão curto espaço de tempo. Assumiu o governo com as
finanças públicas em tal estado que o estado ultrapassou os limites
impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal e, apesar do rigoroso
controle e do equilíbrio financeiro, exige constante atenção para que os
gastos com pessoal retornem ao limite de 49% das receitas correntes
líquidas. Ao mesmo tempo, o governo federal, numa medida claramente
retaliatória, suspendeu os repasses para a manutenção da Operação Carro
Pipa, que abastece com água potável milhares de piauienses que padecem
com o flagelo da seca em vastas regiões do estado. Em 2014 o governo
federal não repassou um mísero centavo para essa operação enquanto os
demais estados puderam contar com as burras de Brasília.
No
caso da Operação Carro Pipa, ainda há um agravante. O partido de seu
principal adversário, Wellington Dias, se aproveitando claramente da
situação, plantou várias versões para a suspensão dos repasses.
Inicialmente, pela boca do deputado Fábio Novo, se soube que o problema
era que o estado não havia prestado contas dos repasses anteriores. Como
o governo estadual provou a falsidade da afirmação, disseram então que o
governo federal havia suspendido o repasse para os governos estaduais
e, através do Exército, iria repassar diretamente para as prefeituras.
Comprovado mais uma vez que essa versão não tinha pé nem cabeça, aí foi o
próprio Wellington Dias que ocupou os canais de televisão para dar uma
nova versão: a suspensão do repasse se deu em função do uso político da
água. Foi versão demais inventada pelo PT para um fato só. Não
satisfeito, o governo federal ainda exigiu que os pipeiros se
deslocassem para Teresina para vistoriar os caminhões. É bom lembrar em
que Picos há um batalhão do Exército.
Enquanto
abandonava os flagelados à própria sorte, o governo central não dormiu.
Na sua incessante sanha de perseguir o estado, reteve, através do Banco
do Brasil, segundo denunciou o governador, recursos objeto de
empréstimos aprovados, só no ponto de liberação, tal como já fizera com o
governo do Paraná.
Na
campanha, Zé Filho tem sido vítima de uma insidiosa perseguição,
promovida por militantes a soldo, na internet, com o claro sentido de
denegrir sua imagem. São páginas e páginas falsas, chamadas no mundo
digital de fakes, numa atitude criminosa que mereceu a condenação de um
juiz eleitoral.
Somando-se
a tudo isso, ainda aparece a bancada de apoio ao prefeito Florentino
Neto na Câmara para negar aprovação a uma mera moção de congratulações
ao governador pelo trabalho que está realizando em Parnaíba. É fato que
não se espera da bancada do prefeito apoio ao governador. Longe disso.
Mas há um acordo informal para que esse tipo de proposição seja aprovado
sem maiores delongas. O que o vereador André Neves propôs foi tão
somente a casa congratular-se com o governador pelas obras que estão
sendo feitas no município. Obras que efetivamente estão sendo
realizadas, como o asfaltamento de ruas e avenidas, investimentos no
Heda, alargamento da estrada da Pedra do Sal, abastecimento de água em
comunidades da zona rural, entre outras. O vereador não pediu que os
vereadores da base de Florentino passassem a apoiar Zé Filho.
Suportando
tudo com a dignidade característica de sua família, Zé Filho vai em
frente. Enfrenta essas e outras dificuldades com galhardia; olha prá
frente e segue. Humilde, pede desculpas aos parnaibanos pelos erros que
cometeu e pede uma nova oportunidade. Se estivessem vivos, diante de
tudo que o filho está passando, Antônio José e Mana certamente
recitariam Gonçalves Dias, na sua Canção aos Tamoios: “Não chores, meu
filho/Não chores, que a vida/É luta renhida/Viver é lutar/A vida é
combate/Que os fracos abate/Que os fortes, os bravos/Só pode exaltar".
FONTE:JORNAL "TRIBUNA DO LITORAL"