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02/07/2025

Polícia indicia padrasto por feminicídio e aborto de enteada; saiba motivação

Foto: Reprodução / Redes sociais

A Polícia Civil concluiu o inquérito que investiga a morte de Maria Victória Rodrigues dos Santos, 15 anos, assassinada a facadas em março deste ano, no município de Itaueira, 344km de Teresina. Ramon Silva Gomes, padrasto da adolescente, foi indiciado por feminicídios e aborto de terceiros.

De acordo com o delegado João Ênio, titular de Itaueira, a polícia só conseguiu apontar Ramon como autor do crime após diversos laudos.

“A princípio ele foi ouvido pela polícia como testemunha. Na época ele apontou pessoas que estavam com ele no momento do crime e que seriam álibis e resolvemos ouvi-las. Identificamos inconsistências quanto a horários e daí representamos pela quebra do sigilo telefônico e com os dados obtidos verificamos que a versão do Ramon quanto a sua localização no horário do crime não se sustentava. Vários dados convergem por apontar a presença física do Ramon no local do crime no momento do crime. Então é uma evidência de que Ramon estava no local do crime no momento do crime”, conta o delegado.

Durante as investigações, foram apreendidos pertences do indiciado, incluído uma motocicleta. Tudo foi submetido a perícia. Na motocicleta, a perícia encontrou sangue que não é compatível com o da adolescente. No dia 30 de maio, Ramon teve sua prisão temporária decretada. No sábado (29) a Justiça do Piauí converteu a prisão de Ramon em preventiva e ele agora aguarda o processo preso.

Segundo o delegado João Ênio, chama a atenção do caso a frieza de Ramon, visto que, após assassinar a enteada de forma brutal, ele seguiu convivendo com a mãe da vítima de forma rotineira.

“O crime foi cometido de forma brutal, cruel. Ele eliminou duas vidas. Ela não teve a mínima possibilidade de defesa, não há indícios que ela se defendeu. Ela teve seu crânio afundado, várias perfurações que atingiram o seu coração e pulmão. Ainda temos a demonstração de frieza do autor que mesmo tendo ceifado a vida da enteada, permaneceu no relacionamento com ela”, afirma o delegado.

A motivação do crime
Após identificar a localização de Ramon na residência no momento do crime, a polícia também conseguiu analisar a impressão plantar, uma pegada, feita com o sangue da vítima no local. Conforme o laudo, a pegada era de tamanho 41/42, mesmo tamanho do padrasto da adolescente.

Delegado João Ênio
Com a prisão temporária do suspeito e os novos laudos, a polícia voltou a interrogar pessoas próximas à Maria Vitória, bem como a mãe da vítima. Após depoimentos, o delegado constatou que a motivação envolvia o fato de Maria Vitoria estar grávida e isso interromper planos do acusado com a mãe da vítima.

“A relação entre a mãe da vítima e o padrasto era permeada por conflitos. Por questões pessoais diversas e nessas discussões era sempre cogitado um término, o que esbarrava na questão financeira, incluindo a casa que haviam acabado de construir. A Marisa, mãe da vítima, nos relatou que o casal resolveu ter um filho no entanto, com a notícia da gravidez da Maria Vitória interrompeu isso, o que desagradou o Ramon. Conforme relato do próprio Ramon e algumas amigas dela, ele sempre demonstrou descontentamento com relação ao ex-namorado da Maria que é o pai do filho que ela esperava e inclusive proibiu o relacionamento entre eles. Ele demonstrou para Marisa preocupação quanto a possibilidade do rapaz morar na casa que ele construiu”, explica o delegado.

A polícia não conseguiu determinar como teria sido a dinâmica do crime no dia em que Maria Vitória foi morta. Em depoimento, Ramon negou o crime.

Fonte: Cidadeverde.com

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