26/05/2018

Ex-companheiro de cabeleireira esfaqueada e atropelada é indiciado por feminicídio

Aretha Dantas Claro foi assassinada no dia 15 de maio, na Zona Sul de Teresina. MP deu parecer favorável a pedido da defesa para que suspeito passe por exame psiquiátrico.

Morte de Aretha Dantas Claro, 32 anos, é investigada por Núcleo de Feminicídio em Teresina (Foto: Arquivo Pessoal)

A Polícia Civil do Piauí concluiu nessa quinta-feira (24) o inquérito policial sobre o assassinato da cabeleireira Aretha Dantas e indiciou o ex-companheiro da vítima, Paulo Alves dos Santos Neto, pelo crime de homicídio com qualificadora de feminicídio, em razão de violência doméstica. A defesa do suspeito solicitou que ele passe por uma avaliação psiquiátrica. O pedido teve parecer favorável do Ministério Público.


O inquérito foi entregue à Justiça, mas o Ministério Público ainda pode solicitar novas diligências. A delegada Luana Alves, que presidiu a investigação, disse que ainda aguarda o resultado de exames de DNA realizados em institutos de outros estados que serão acrescidos ao inquérito. De acordo com a delegada, o suspeito confessou o crime em interrogatório.


A cabeleireira Aretha Dantas, de 32 anos, foi encontrada morta no dia 15 de maio na Avenida Maranhão, Zona Sul de Teresina, com diversas perfurações por faca e marcas de atropelamento. De acordo com a investigação, Aretha foi esfaqueada pelo ex-companheiro dentro do veículo, e seu corpo deixado na avenida.

A Polícia Civil apreendeu uma faca, possivelmente usada para assassinar a cabeleireira, e o carro do suspeito, onde foram encontradas manchas de sangue nos bancos dianteiros, nas portas da lateral direita do veículo e nas placas dianteira e traseira.

Insanidade mental
A defesa de Paulo Alves dos Santos Neto fez um pedido de incidente de insanidade mental, solicitando que o suspeito passe por uma exame psiquiátrico para avaliar suas condições mentais antes e depois do crime. O pedido teve parecer favorável do Ministério Público para que seja feito por um médico perito do Instituto de Medicina Legal. O pedido deve ser avaliado por um juiz no início da próxima semana.

Para a delegada Luana Alves, o suspeito não apresentava sinais de insanidade. “Eu não sou especialista em psiquiatria, minha área é o direito. Mas quem me relatou a conduta criminosa foi ele. Ele me pareceu ter consciência do crime. E ele dirigia, trabalhava, exercia os atos da vida civil normalmente”, disse a delegada.

Agressões anteriores
De acordo com a delegada Luana Alves, familiares e amigos de Aretha Dantas disseram à Polícia que a cabeleireira passou a relatar sobre agressões físicas que sofria pelo ex-companheiro após o fim do relacionamento. Entretanto, Aretha não chegou a registrar nenhum boletim de ocorrência sobre esses episódios de violência.

“As pessoas disseram que ela mudou de comportamento, chegaram a ver manchas roxas no corpo dela. E quando ela terminou o relacionamento de vez, resolveu contar a verdade para as pessoas, e começou a comentar: ‘ele me deu um soco aqui’, ‘quem quebrou meu carro foi ele’, ‘ele rasgava minhas coisas’...”, disse a delegada.

Fonte: G1 PI

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