08/01/2018

Comandante da PM anula portaria e militares responderão por morte de menina na Polícia Civil

A morte da menina estava sendo investigada nas Polícias Civil e Militar, mas o envio do caso à justiça caberá à Polícia Civil.

Comandante geral, coronel Carlos Augusto, falou sobre caso segue agora apenas com a Polícia Civil (Foto: Catarina Costa/G1 PI)

O comandante da Polícia Militar, coronel Carlos Augusto, anunciou nesta segunda-feira (8) que suspendeu a portaria que atribui à PM as investigações de crimes contra a vida cometidos por militares. Com a decisão, a Polícia Civil investigará a atuação de militares durante uma abordagem que resultou na morte da menina Emilly Caetano. A PM continua apurando o caso, mas cabe à Polícia Civil informar o caso à Justiça.


O caso aconteceu no dia 25 de dezembro na Zona Leste de Teresina. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança. Ainda de acordo com a assessoria de imprensa, a portaria foi suspensa na sexta-feira (5) e o coronel justificou o ato afirmando que decidiu evitar polêmica, já que estavam falando que caso restringia a atuação da Polícia Civil.

“Ao contrário do que se pensa, a portaria tem previsão legal e servia para fortalecer a corporação e não restringir a investigação da Polícia Civil, mas para evitar polêmica o comandante decidiu suspender a portaria mesmo sabendo que ela foi editada baseando-se numa lei federal voltada para crimes cometidos por militares do Exército contra civis. O coronel declarou ainda que acionou a Procuradoria Geral do Estado para analisar o caso, no entanto, mesmo assim não iriá reeditar a portaria após a analise”, informou a assessoria.

Dois inquéritos

Carro da família foi atingido cinco vezes por militares (Foto: Reprodução / TV Clube)

O secretário de segurança Fábio Abreu já tinha acionado o Tribunal de Justiça para pedir orientações sobre a investigação da abordagem da Polícia Militar que resultou na morte da menina Emilly Caetano da Costa, de 9 anos. A polêmica acontece porque dois inquéritos foram abertos, um na Delegacia de Homicídios e outro na Corregedoria da Polícia Militar.

A Delegacia de Homicídios concluiu o inquérito policial na sexta-feira (5) e o encaminhou para a Vara de Inquéritos do Tribunal de Justiça.

Militar preso 

Daiane Caetano, a mãe da menina Emile, morta em abordagem policial foi atingida no braço (Foto: Andrê Nascimento)

O soldado Alto está preso no Presídio Militar desde o dia 26 de dezembro quando foi apontado como autor do disparou que além de matar a menina Emilly também atingir os pai da criança. A mãe da menina, a dona de casa Daiane Caetano, sofreu um tiro no braço, e o pai, o cantor Evandro Costa, foi atingido na cabeça e perdeu a audição do ouvido esquerdo.

Em 2010, quando ingressava na Polícia Militar, o soldado reprovou no exame psicotécnico. O exame apontou que o soldado tinha deficiências de controle emocional, ansiedade, impulsividade e disciplina. Uma liminar garantiu que Aldo e mais cinco reprovados conseguissem entrar na PM.

A liminar foi revogada seis anos mais tarde pelo juiz Rodrigo Alaggio Ribeiro, mas o PM continuou trabalhando. O comandante geral da Polícia Militar do Piauí, coronel Carlos Augusto Gomes disse que a instituição ainda não foi informada da decisão.

O caso foi investigado pela Delegacia de Homicídios, que concluiu o inquérito policial na sexta-feira (5) e o encaminhou para a Vara de Inquéritos do Tribunal de Justiça.

Fonte: G1 PI

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