04/11/2017

Família faz apelo para que as pessoas parem de culpar Camilla pelo assassinato


Familiares da estudante Camilla Abreu, 21 anos, fez um apelo na manhã desta sexta-feira (3) para que as pessoas parem de culpá-la pelo assassinato. 

A tia de Camilla, Jeane Abreu, fez um desabafo e pediu que a sociedade pare de culpar Camilla pela sua morte. A familiar ressalta que a jovem foi vítima de machismo. 

Ela e avó de Camilla estiveram na Delegacia de Homicídios nesta sexta. Em entrevista à imprensa, a avó e mãe de criação da jovem, Cecília Rodrigues, bastante abalada relatou que a neta era agredida dentro de casa. 

Em um dos episódios, a avó conta que Camilla estava no quarto com o namorado, o capitão da Polícia Militar Alisson Watsson, 37 anos, quando a jovem gritou por ela.

“Eu estava deitada no meu quarto quando ouvi a Camilla gritar “mãe”. Fui saber o que era e ela disse “é esse louco do Allisson que está querendo quebrar meu braço. Aí eu disse para ela abrir a portar e deixar ele sair”, conta a avó. 

A avó de Camilla relembra que a neta contava para ela que Allisson era muito ciumento e dizia que ia terminar o relacionamento com ele. “Ele era uma pessoa de dentro de casa. Ia muito lá. Ele não deixava a Camilla muito tempo sozinha. Discutiam, mas no outro dia ele estava lá em casa de novo e eles voltavam”, lembra Cecília. 

Apesar dos relatos da neta, a avó diz que nunca imaginou que Alisson fosse capaz de matar Camilla. Cecília conta, inclusive, que três dias após o desaparecimento de Camilla, o capitão foi até a casa da jovem saber notícias dela e mostrou preocupação pelo sumiço da namorada.

“Sábado ele foi na minha casa, chorou e perguntou pela Camilla. Disse que deixou ela na porta de casa e foi embora antes dela entrar porque tinha que buscar a farda dele para trabalhar no outro dia. Disse que estava arrependido de deixar ela na porta e que estava com “maus pressentimentos”. Chorou dizendo que queria o amor dele”, conta a avó. 


Camilla Abreu e Allisson Watson
Allisson chegou a dizer para a família de Camilla que estava realizando buscas pelas jovens em hospitais e unidade de pronto atendimento da capital. Os familiares e amigos de Camilla chegaram a cobrar que o capitão acionasse policiais militares do batalhão onde ele é lotado para procurar pela jovem. No entanto, o PM disse que estava procurando a jovem sozinho.

A estudante ficou cinco dias desaparecida, antes do caso ser assumido pela Delegacia de Homicídios. 

Tia pede: não culpem Camilla 

A tia de Camilla, Jeane Abreu, pediu em nome da família para que a sociedade pare de culpar Camilla pelo seu assassinato. 


“Temos que dar um basta nisso de que a culpa é da mulher. Temos que deixar de ser machistas. A culpa não é da Camilla”, reforça a tia. 

Jeane também convoca a sociedade para participar de um protesto por justiça no caso Camilla Abreu. Os familiares querem que, além da prisão, o capitão Allisson Watson seja expulso dos quadros da Polícia Militar. O ato será realizado dia 8 de novembro, às 17h, na frente do Quartel do Comando Geral.

“Gostaria que as pessoas apoiassem essa causa. Eu pensava que esses casos era coisa de televisão, que só aconteciam no Rio de Janeiro e São Paulo. Mas aconteceu na minha família, destruiu a nossa família, e amanhã pode ser com qualquer um de vocês”, pede Jeane. 

Flash Izabella Pimentel
redacao@cidadeverde.com

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