19/11/2017

Ex-tenente acusado de matar Iarla é transferido para presídio; famílias fazem protesto

Cidadeverde.com

O ex-tenente do Exército José Ricardo da Silva Neto, de 22 anos foi transferido para a Casa de Detenção de Altos no fim da tarde desta sexta-feira (17). Preso nas dependências do 2° Batalhão de Engenharia e Construção (BEC), o tenente, suspeito de matar da jovem Iarla Lima a tiros após uma discussão, foi transferido por determinação do juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Antônio Nollêto. A família aguarda agora apenas a conclusão do processo de expulsão do acusado do Exército. Na manhã deste sábado (18), as famílias de Iarla e da jovem Camilla Abreu, também assassinada de forma violenta pelo namorado policial Militar, se reuniram em uma manifestação na avenida Frei Serafim.

Cerca de 200 pessoas pararam a avenida em uma caminhada com faixas e cartazes que pediam Justiça e combate contra o feminicídio. As duas estudantes foram mortas violentamente pelos namorados, um do Exército o outro da Polícia Militar. "Nos reunimos para clamar juntos em uma só voz por Justiça e paz em nossa sociedade. Não podemos permitir que outras Iarlas e outras Camillas sejam mortas de forma tão banal. Elas não foram as primeias mas exigimos que sejam as últimas. Não vamos parar, não vamos cruzar os braços", afirmou Jordy Mesquita, primo da Jovem Iarla, morta a tiros pelo namorado tenente do Exército.

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Na mesma decisão do juiz Antônio Noleto foi confirmada a audiência de instrução do processo do feminicírio para o dia 22 de novembro. Ele indeferiu o pedido da defesa do acusado que alegou a falta de alguns laudos periciais para adiar a audiência. O crime aconteceu no dia 19 de junho. O ex-militar, a estudante Iarla, uma irmã e uma amiga deixavam um bar na zona Leste, quando ele teria começado uma discussão com a namorada dentro do carro e atirado nela e nas outras jovens. Iarla morreu na hora, a irmã e a amiga conseguiram fugir, mesmo lesionadas. 

Reviravolta no caso Camilla Abreu
O Instituto de Medicina Legal (IML) já concluiu o laudo de exame cadavérico da estudante Camilla Abreu, 21 anos. A conclusão deve ser entregue ainda nesta sexta-feira (17) à Delegacia de Homicídios, que investiga o caso. 

A TV Cidade Verde revelou, com exclusividade, algumas constatações do laudo assinado pelo médico legista Joaquim José Marques da Silva. Segundo o exame, diferente da impressão inicial dos médicos legistas que disseram que o tiro que matou Camilla partiu de cima para baixo, foi constatado que o disparo partiu de baixo para cima, tendo iniciado na parte de trás da orelha esquerda da estudante. 

O médico indica que o tiro que matou Camilla partiu de uma distância de 75 a 150 cm, ou seja, não foi a queima roupa. 

O laudo também constata que a morte de Camilla foi provocada por meio "cruel" e que houve "intenso sofrimento". O exame revela que há sinais de escoriações (arrastamento e pancadas) na parte inferior da coxa esquerda, tíbia e nas costas da jovem. As lesões, de acordo com a análise, ocorreram quando a vítima ainda estava viva. 

Rayldo Pereira
rayldopereira@cidadeverde.com

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