06/10/2017

Quadrilha enchia caminhão com sucata para ocultar drogas que chegavam a Piauí, diz delegado

Materiais pesados desestimulavam retirada para fazer a devida vistoria, explicou Aldely Fontineli


Dinheiro apreendido com os suspeitos durante operação (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

A quadrilha presa nesta quinta-feira (5) a partir da operação 'Chapadinha' pela Polícia Civil do Piauí utilizava um caminhão com sucata para poder transportar drogas sem levantar suspeitas. O delegado regional de Bom Jesus, Aldely Fontineli, contou que o material pesado no caminhão normalmente desestimulava uma fiscalização mais detalhada, que poderia encontrar as drogas.

De acordo com o delegado a quadrilha planejava cada viagem para trazer as drogas. “Ele saia de Limeira ou Campinas com um pequeno caminhão baú repleto de quinquilharias. Eram carroças velhas, arados, metade uma cama. Uma infinidade de coisas muito pesadas que dificilmente alguém iria se propor a fazer a retirada para fazer a devida vistoria”, comentou o delegado. A ação da quadrilha acaba prejudicando a fiscalização a medida que o caminhão passava pelas estradas até chegar no Piauí

“Ele acabava inibindo a fiscalização porque até mesmo para a gente muito difícil. Nós tivemos que contratar um caminhão muque para retirar toda a parafernalha e aí então encontrar as porções de crack e maconha”, relatou Aldely Fontineli. Ao todo foram realizadas 15 prisões, inclusive de uma pessoa já presa.

Para não levantar suspeitas o caminhão percorria as estradas com dizeres de que transportava mudanças entre estados. “Ele levava um caminhãozinho com os dizeres de mudança e saia. Quando alguém abria e via toda aquela sucata mandava ir em frente porque ninguém tinha condição de fazer vistoria”, contou o delegado acrescentando que ao chegar a cidade a droga era dividida e enviada para traficantes da região.

Na hora de vender as drogas o fornecedor combinava pontos nas estradas da área, como a BR-135 para fazer a entrega. “Ele atendia a ligações e a partir do momento que confirmava o pagamento entrava em contato com o parceiro dele que deixava em algum ponto estratégico na estrada entre Bom Jesus e Currais”, afirmou o delegado Aldeli Fontineli.

Em média cada viagem entre o São Paulo e o Piauí levava de dois a três dias. “É difícil estimar porque para fazer a viagem valer a pena ele teria de parar em vários municípios como Corrente. Ele entrava por Cristalândia ou Corrente, seguindo até Bom Jesus que era o ponto final dele”, disse o delegado acrescentando que a operação pode se estender para outras comarcas como Redenção do Gurguéia e Cristino Castros

Fonte: G1/PI

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