05/10/2017

Garoto de 13 anos encontrado em presídio trabalhava em carvoaria na unidade, afirma sindicato

Adolescente exerceria atividade degradante, segundo denúncia apresentada pelo Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi). 

Menino achado em presídio trabalhava em carvoaria dentro da Major Cesar 

O garoto de 13 anos encontrado debaixo da cama de um detento no Piauí trabalhava na Colônia Agrícola Major César Oliveira, a unidade penal localizada no município de Altos, a 38 km de Teresina, Norte do Piauí. O menino e os irmãos trabalhavam junto com o pai e o preso em uma carvoaria dentro do estabelecimento prisional. O menino foi localizado no último sábado (30) e segundo a Secretaria de Justiça do Piauí (Sejus), o homem está preso por estupro. 

A Sejus afirmou que o caso está sob investigação. 
De acordo com o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí (Sinpoljuspi), José Roberto, a família tinha livre acesso à penitenciária. “Na verdade lá funciona uma horta e uma carvoaria, ilegal por sinal. O pai trabalhava dia a dia com o filho todos os dias da semana e tinham livre acesso a qualquer horário às dependências da unidade”, explicou José Roberto. O pai do adolescente era ex-detento da Colônia Agrícola Major César Oliveira e após o fim da pena continuou trabalhando na unidade.

 
Madeira derrubada serviria para carvoaria irregular em presídio no Piauí (Foto: Sinpoljuspi) 

O sindicalista afirmou que no depoimento do adolescente houve a confirmação do trabalho infantil e em condições degradantes. “Desmatavam a madeira da área para fazer carvão e esse carvão era vendido. Ninguém sabe para onde ou para quem e o pior é que o pai se utilizava nas suas atividades do trabalho das três crianças, algo que o adolescente confirmou em seu depoimento”, comentou acrescentando que a situação é anormal para o sistema penitenciário. 

Para José Roberto a presença das crianças e do pai, assim como a atividade de carvoaria não poderia se desenvolver sem conhecimento da direção do sistema penitenciário no Piauí. “Isso tudo acontecia com autorização da Secretaria de Justiça através da direção da unidade e do gabinete do secretário”, relatou o presidente do Sinpoljuspi ainda lembrando que não há autorização para que uma carvoaria funcione dentro da unidade prisional. 

Questionado sobre que benefícios o pai do adolescente teria a partir do trabalho na unidade, já se tratando de ex-detento, José Roberto afirmou que havia a venda dos produtos. “Esse carvão era vendido, bem como os itens da horta e segundo o detento esse dinheiro era repartido entre ele e outras pessoas da secretaria de Justiça”, reforçou.

Fonte: G1 PI 

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