20/09/2017

Agentes penitenciários mantém greve no Piauí após tentativa de acordo

Audiência de conciliação entre governo e sindicalistas não deu resultado. Desembargador propôs criação de comissão para criação de proposta comum, sem sucesso.

Agentes penitenciários realizaram assembleia após audiência de custódia (Foto: Ellyo Teixeira / G1 PI)

Em assembleia após a audiência de conciliação com o desembargador Edvaldo Moura nesta terça-feira (19) os agentes penitenciários decidiram pela manutenção da greve, em concordância com a decisão do próprio magistrado sobre a realização do movimento. Na reunião entre governo e sindicalistas não houve acordo nem a respeito da formação de uma comissão para tratar das pautas do movimento.

Segundo o diretor jurídico do sindicato, Vilobaldo Carvalho, a audiência apontou como está a negociação com o governo do estado. “O governo não levou nenhuma proposta, ao desembargador citar as propostas o estado se manteve inerte sem se manifestar acerca das propostas e por fim o desembargador propôs uma comissão em que as partes poderiam sentar para que tentassem o entendimento”, disse Vilobaldo.

Segundo o sindicalista o governo não concordou nem em criar uma comissão para discutir a pauta salarial do movimento “Uma prova inequívoca da má vontade do governo em dialogar com as categorias e um total desrespeito ao poder judiciário e a uma decisão do final do ano passado em que as pautas pendentes seriam tratadas este ano com o governo”, comentou a respeito da motivação para greve iniciada em 11 de setembro.

Agentes penitenciários mantém greve no Piauí

Vilobaldo explicou que a decisão do desembargador Edvaldo Moura a respeito do funcionamento das unidades prisionais é cumprida pelos agentes “A greve é legal e vamos caminhar com o movimento de forma organizada com o papel de orientar em sentido de cumprir a decisão do poder judiciário”, afirmou acrescentando que os agentes não tem condições de atender todas as demandas do sistema prisional com atendimento a visitantes e audiências com atual efetivo.

O diretor explicou ainda que a Casa de Custódia tem 336 vagas e atualmente ultrapassa os 1000 presos. “É basicamente o triplo da capacidade. Fere a lei de execuções penais quando mistura presos provisórios e sentenciados. Tem uma resolução do Conselho Nacinal de Polícia Criminal e Carcerária, que é bastante clara ao dizer que para cada 5 presos tem de ter um agente. Hoje teríamos de ter no mínimo 50 agentes no plantão”, afirmou.

A Secretaria de Justiça do Piauí (Sejus) manifestou-se dizendo que as pautas devem ser debatidas em 2018 e que a determinação do TJ sobre o movimento paredista deve ser cumprida.

Fonte: G1/PI

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