29/03/2017

'O policial entrou para estatística da violência', diz presidente da Amepi

PM teve a arma roubada e morreu atropelado quando fazia caminhada. "PM tem perdido a vida simplesmente por ser policial",diz presidente da Amepi.


Presidente da Associação dos Oficiais Militares do Piauí (Foto: Catarina Costa/ G1)

Para o presidente da Associação dos Oficiais Militares do Piauí (Amepi), coronel Carlos Pinho, a quarta morte violenta contra policiais registrada este ano mostra a fragilidade da instituição e que os próprios PMs estão sendo vítimas da violência. Segundo ele, a coorporação precisa implantar medidas e treinamentos para o policial sobreviver na rua ou até mesmo em casa. Na terça-feira (28), o major Carlos Alberto Inácio de Abreu morreu após ser atropelado e ter a arma roubada.

"O policial militar tem perdido a vida simplesmente por ser policial. Infelizmente, nós [policiais] entramos para estatística da violência. Só que não vamos aceitar isso e exigimos das instituições um mecanismo para frear estas ações em que o policial tem sido executado e uma resposta eficaz para que os infratores não voltem para o convívio da sociedade", declarou.

Carlos Pinho destacou que os policiais se tornarem alvo de bandidos e falou da impunidade. De acordo com ele, a polícia tem feito o combate a violência de forma isolada.

"Diante das últimas ocorrências precisamos de resposta da instituição, do legislativo, Ministério Público e principalmente da Justiça, além do fortalecimento da ação policial. Porque tudo que vem sendo feito é no sentido de fragilizar a instituição, a falta de estrutura principalmente. O policial precisa ser sempre reciclado para o combate diário", desabafou.

O presidente da Amepi disse ainda que a associação irá elaborar um relatório, no qual vai exigir do governo estadual providências para melhoria na coorporação, assim como reforço na segurança dos policiais.

Atropelamento proposital
A polícia vai investigar se o atropelamento que resultou na morte do sargento Carlos Alberto Inácio de Abreu foi forjado, pois durante depoimento, um dos suspeitos contou que voltou ao local do assalto para deixar a pochete e o celular da vítima. O militar foi atropelado por bandidos que tentaram roubar a sua arma enquanto ele fazia caminhada na noite da terça-feira (28) em Altos, a 37 km de Teresina. A informação é do delegado da Gerência Metropolitana, Luccy Keiko.

Carlos Alberto chegou a ser socorrido e levado ao Hospital de Urgência de Teresina (HUT) onde foi submetido a uma cirurgia. No entanto, o sargento não resistiu e faleceu na madrugada desta quarta-feira (29).

O delegado contou ainda que três criminosos em duas motocicletas participaram da ação. Segundo ele, após anunciarem o assalto, um dos envolvidos ficou ferido após cair da moto e procurou socorro no hospital de Altos. A polícia, no entanto, ainda não sabe se houve reação por parte do PM.

“Concluímos que houve latrocínio. Os criminosos tentaram forjar o acidente, mas pela circunstâncias da diligência entendemos que era um assalto para roubar a arma do policial. Só vamos investigar se os criminosos já vinham acompanhando a rotina dele”, finalizou.

Terceira morte de policial 
Este é o terceiro policial morto somente neste mês. A morte do sargento aconteceu uma semana após o comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar em Teresina, major Mayron Moura Soares, ser assassinado ao esperar pela filha em um ponto de ônibus, no bairro Todos os Santos, Zona Sudeste de Teresina.

Três pessoas foram presas, sendo uma mulher autuada por favorecimento pessoal ao esconder a arma utilizada no crime e o celular da vítima. No dia 7 de março, de acordo com a Polícia Civil,o cabo Valdir Mendonça do Vale, de 43 anos, teria presenciado um assalto e perseguiu os assaltantes. Ao chegar na Avenida Jóquei Clube atirou na perna de um dos suspeitos, mas foi atingido por dois tiros e morreu a caminho do hospital.

Fonte: G1 PI

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