11/09/2016

Mais de 60% dos presos da Custódia têm o ensino fundamental incompleto

Relatório feito pela Defensoria, 5,81% dos detentos possuem ensino médio. Dados apontam que falta de acesso a educação influencia na criminalidade.

Casa de Custódia em Teresina (Foto: Fernando Brito/G1)

Um levantamento feito pela Defensoria Pública do Piauí (DPE-PI) traçou o perfil dos detentos que cumprem pena na Casa de Custódia em Teresina e revelou que 63,18% deles têm o ensino fundamental incompleto e apenas 5,81% possuem o ensino médio.

Os números foram divulgados na sexta-feira (9) e fazem parte do relatório final da 'Força Tarefa' realizada pelo órgão na unidade prisional. Conforme o cientista social Marcondes Brito, sem acesso a educação o indivíduo tem o seu acesso ao mercado de trabalho dificuldado.

"Sem oportunidades, isso acaba estimulando o ciclo do crime. Se o sujeito não tem acesso ao mundo das letras, ele está impedido de ter acesso a um conjunto de outros canais, e um deles é o mercado de trabalho. Por isso, um dado preocupante", contou o cientista social Marcondes Brito.

Internos são separados por alas de acordo com os
atos infracionais (Foto: Fernando Brito/G1)
Os dados apontam ainda que 46,89% dos detentos respondem pelo crime de roubo e 20,10% pelo tráfico de drogas.

Pelos dados levantados, os defensores concluíram que a maioria dos crimes de roubo e furto é contra o patrimônio, o que segundo o órgão evidencia que a criminalidade dos presos no estado do Piauí é relativa à condição socioeconômica.

"Falta auxílio educacional. É preciso que haja convênios entre universidades além é claro da iniciativa privada. No momento em que o indivíduo entra no sistema já vai marginalizado. O estado ainda tem ações muito tímidas ou quase inexistentes, o que provoca uma inserção marginal. Isso impacta direto no índico baixo de ressocialização", contou.

Conforme dos dados levantados pela Defensoria, 54,7% dos detentos que cumprem pena voltaram à unidade prisional por serem reincidentes. E quase 35% deles confessaram terem praticado atos infracionais na adolescência.

Outro dado que chama a atenção é que 31,52% dos detentos têm ou tiveram parentes próximos envolvidos com o crime.

Fonte: G1 PI

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